quarta-feira, 14 de maio de 2008

UERJ DIZ QUE DESEMPENHO DE COTISTAS É POSITIVO E NEGA CONFLITOS

Retirado do site do Globo Online

13/05/2008
Agência Brasil

RIO - Há cinco anos recebendo alunos negros por meio do sistema de cotas, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) faz um balanço positivo do período. Embora reconheça a falta de apoio aos cotistas, a reitoria avalia que o desempenho acadêmico das turmas continua satisfatório e nega a existência de conflitos por diferenças raciais.
A universidade está preparando um levantamento, sem data para ser concluído, sobre a situação dos alunos cotistas que já se formaram. A universidade reserva 45% das vagas no vestibular para os cotistas, sendo 20% para alunos da rede pública, 20% para candidatos negros e 5% para portadores de deficiência, índios e os filhos de policiais, bombeiros e inspetores de segurança mortos em serviço ou incapacitados em razão do trabalho.
Para entrar na instituição, além de atingir um número mínimo de pontos no vestibular, eles são selecionados com base no perfil socioeconômico das famílias, que devem receber até R$ 650 por pessoa.
A subsecretária da reitoria da Uerj, Lená Medeiros, afirma que, desde que o programa foi adotado, cerca de mil alunos já se formaram em vários cursos. Ao comentar o desempenho deles, avaliado como positivo, Lená explica que as notas dos cotistas variam de acordo com o curso e a disciplina, mas que as dificuldades entre eles e os demais alunos são as mesmas.
- Um obstáculo grande que nos parece é na questão das engenharias, em que a necessidade do conhecimento de cálculo não é só uma dificuldade para os cotistas, mas para todos os estudantes - explicou - Estamos pensando, para todos,em aulas de habilidades básicas - completa
Para ajudar os alunos cotistas a permanecerem na universidade, a Uerj oferece uma bolsa de R$ 190 no primeiro ano de faculdade. O valor é considerado baixo pela sub-reitora e, segundo ela, a intenção é aumentá-lo.
- Estamos estudando subir para R$ 250 esse ano. Isso dependerá de negociações com o governo estadual.
No entanto, alunos contam as dificuldades de seguirem os estudos, principalmente por problemas de ordem econômica.
- A Uerj não tem 'bandejão' e nenhum outro tipo de auxílio alimentação. Então, quando você tem uma disciplina à tarde e não tem como voltar para casa é um gasto a mais. Ainda mais no meu caso, que moro em outro município - diz a estudante Mariana Ferreira de Almeida, de 23 anos
Em relação a possíveis conflitos étnicos que as cotas poderiam trazer, Lená Medeiros informa que a universidade é um reflexo da sociedade, portanto, podem existir discordâncias. No entanto, não há críticas formais de racismo na universidade ou outro tipo de conflito.

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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.