domingo, 28 de dezembro de 2008

FAMÍLIA CELEBRA MISSA POR JONAS E DIZ QUE NÃO CRÊ EM JUSTIÇA

Retirado do site do Afropress.

Por: Redação - Fonte: Afropress - 24/12/2008

Rio – Uma missa que reuniu os pais, os irmãos e amigos na Paróquia Nossa Senhora da Luz, no Alto da Boa Vista, marcou nesta segunda-feira (22/12) a passagem dos dois anos da morte do ex-jornaleiro Jonas Eduardo Santos de Souza, assassinado na porta de uma Agência do Itaú, no centro do Rio,no dia 22 de dezembro de 2.006, às vésperas do Natal.
Jonas era cliente do Itaú havia 10 anos e foi executado com um tiro no peito pelo segurança da Protege, a serviço do banco, Natalício Marins, depois de uma discussão fútil ao ser barrado na porta giratória.
Na missa, além da saudade, a revolta porque o assassino continua solto. Marins tem contra si um mandado de prisão expedido desde o outubro do ano passado, quando a 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça carioca anulou o julgamento que o havia absolvido. Seus advogados recorreram da decisão e, embora o recurso não tenha tido efeito suspensivo, o segurança aproveitou-se da manobra jurídica para fugir.
Segundo advogados que acompanham a pauta de julgamentos do Superior Tribunal de Justiça, ainda não há previsão de julgamento do recurso pelo STJ.
“Já não cremos na Justiça, a mesma que absolveu homens que fuzilaram uma criança recentemente entre outras injustiças. Não acreditamos nesta Justiça, mas existe, com certeza, uma maior, bem maior. Não por vingança, mas Justiça. Não fomos nós seres humanos criados para matar e por isso creio que prestaremos conta de nossos erros e assim será como o assassino de Jonas”, afirmou Magna Souza, irmã de Jonas, para a Afropress.
Para o promotor Paulo Rangel, que trabalhou na acusação do assassino, a única saída para fazer cessar a impunidade é a prisão do assassino. Segundo Rangel, uma vez preso, Marins vai querer desistir do recurso, porque não será do seu interesse aguardar o julgamento do recurso preso.
Silêncio e omissão
No Rio, entidades e ativistas do Movimento Negro, que chegaram a fazer manifestação em frente à Agência para protestar pela morte do ex-jornaleiro não falam mais do caso.
Também não se tem conhecimento de qualquer ação da ex-governadora, ex-senadora e ex-ministra, Benedita da Silva, atual Secretaria dos Direitos Humanos que, pelo cargo que ocupa, poderia fazer gestões junto ao colega da Secretário da Segurança Pública, José Luiz Beltrame, visando a prisão do assassino de Jonas.
Também não se conhece qualquer atitude do ministro chefe da Secretaria Especial de Políticas da Igualdade Racial (Seppir), deputado Edson Santos, no sentido de cobrar das autoridades Justiça no caso. “Justiça, só de Deus”, conclui Magna.
Só mais um?
O assassinato de Jonas é o tema do filme “Jonas. Só mais um”, do diretor Jefferson De, lançado este ano e apresentado no Programa Cena Brasileira, da TV NBR – o canal do Governo Federal. No filme, De mostra em cerca de 10 minutos, o depoimento e a indignação dos pais Antonio Salvador e Manoela e dos irmãos do ex-jornaliero, que em agosto, teria completado 34 anos.

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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.