domingo, 7 de outubro de 2007

JENA 6 + LITTLE ROCK

JENA 6


O recente caso de "Jena six" salta aos olhos se compararmos com outro que aconteceu há exatamente 50 anos nos EUA: o esforço para acabar com as escolas "separados, mas iguais" que existiam em alguns Estados sulistas norte-americanos. Estas foram criadas pelas "leis Jim Crown" que tinham o objetivo de tentar colocar os negros "no seu lugar", depois da guerra civil que libertou todos os escravos.
Os últimos vinte anos do século XIX dos EUA fez surgir políticos que discursavam que todos os negros deveriam ter escolas, hopitais, etc. , mas na opinião deles os brancos não deviam ser obrigados a morar ao lado destes ou frequentar os mesmos espaços. Se a diferença entre brancos e negros era inevitável era só garantir escolas e outros equipamentos públicos aos fois grupos e todo mundo ficaria feliz. Essa politica perdurou mais de cinco décadas em vários Estados sulitas até ser enfrentada. Terem enfrentado os nazistas contra o preconceito racial ajudou muito a repensar certas práticas internas nos EUA.

No começo dos anos 50 vários setores federais queriam a integração real, enquanto convivência e não como farsa teatral, entre negros e brancos, por isso o Supremo Tribunal dos EUA declarou inconstitucional diversas "leis Jim Crow" que estabeleciam locais e situações diferenciados para negros e brancos em espaços públicos. As escolas forma o principal foco destas deliberações.
A cidade de Little Rock foi a primeira a sofrer intervenção, contudo o governador do Alabama a associação de pais de alunos e grande parte da população branca foi radicalmente contra, impedindo a passagem das crianças negras para salas de aula exclusivas para brancos. O presidente Eishenwoer (ex-general na 2ª guerra mundial) resolveu impor a integração convocando o exército e a polícia federal para garantir as aulas das crianças de Little "pequena pedra" Rock. Esta pedra começava a ser quebrada, logo várias outras também seriam quebradas.



“Eu tinha 15 anos em setembro de 1957. Naquele tempo eu pensava que a guarda nacional estava lá para proteger todos os estudantes. Eu pensei que eles estivessem lá para fazer com que a lei fosse cumprida. Eu não imaginava que eles estavam lá para me manter fora da escola. Meus professores pensavam que seríamos ofendidos, mas eu acreditava que eventualmente acabaríamos sendo aceitos”.(Depoimento dado por Elizabeth Eckfort ao repórter Peter Lennon, do jornal The Guardian, em 30 de dezembro de 1998)

No site Planeta Educação foi publicado um artigo muito interessante analisando o período.


O caso Jena 6 também tem como palco escolas dos EUA, mas não tem como pauta o ensaio de um projeto de integração. Atualmente o que aparentemente se coloca é a igualdade de tratamento e, por que não, a possibilidade de negros e brancos, ou outros grupos, serem igualmente punidos. Mas afinal no final das contas não é sempre isso que está em pauta quando falamos de igualdade? Sermos tratados sem prilégios ou preconceito.

Jena também aponta questões para o Brasil pensar. O nível educacional mais impactado pela atuação dos movimentos negros brasileiro são as universidades, mas como será que os alunos tem sido tratados durante o dia-a-dia das salas e coredores universitários? Algumas pesquisas já tem tentado monitorar estas questões como a Dissertação "Anônimos e invisíveis: os alunos negros na UNICAMP", da Fabiana Mendes; o livro "Negros na Universidade", da Moema Poli; a entrevista sobre a UERJ publicada na Revista Advir e o artigo "As ações afirmativas como resposta ao racismo acadêmico e seu impacto nas ciências sociais brasileiras", de Jose Jorge. Entretanto faltam mais estudos de profundidade.

Bom é melhor ficar por aqui e quanto ao caso de Jena você pode ter mais informações clicando nos links ou nas imagens abaixo e ler os artigos, ou mesmo clicar no interessante Blog Cesto da Gávea que tem atualizado as informações sobre o caso. Outra fonte é o youtube com suas janelinhas , contudo em inglês.







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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.