quarta-feira, 28 de maio de 2008

PROCURADORA DA REPÚBLICA AFIRMA QUE COTAS GERAM ÓDIO RACIAL NA ISTO É

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INSCRIÇÕES PARA O FORÚM DA SOCIEDADE CIVIL DE REVISÃO DE DURBAN

13,14 E 15 DE JUNHO DE 2008.BRASÍLIA, DF – BRASIL.
30 de MAIO de 2008 é o Prazo final para a candidatura para participar do FORUM DA SOCIEDADE CIVIL DE REVISÃO DA CONFERÊNCIA DE DURBAN.


O resultado do processo seletivo será determinado pelo COMITÊ EXECUTIVO e estará disponível a partir de 02 de junho.
Clique aqui para ter acesso ao Formulários de Inscrição em português para participar do Fórum da Sociedade Civil das Américas preparatório a Revisão de Durban, a realizar-se em Brasília de 13 a 15 de junho de 2008.
Esse evento terá 300 delegado(a)s, sendo 100 do Brasil e 200 dos demais países. É organizado pela sociedade civil com apoio do governo brasileiro, e visa a contribuir com a Conferência Intergovernamental da América Latina e Caribe preparatória para a Revisão de Durban, que ocorrerá em Brasília de 17 a 19 de junho de 2008.
Enviar formulário para o email:

forumdurbansociedadecivil@yahoo.com.br

Para saber mais sobr ea conferência de Durban Clique nos links abaixo.
Declaração e Programa de Ação adotados na III Conferência
A Batalha de Durban
1ºInforme sobre Conferência de Revisão de Durban

COTAS RACIAIS VIOLAM PRINCÍPIO DA IGUALDADE, DIZ PROCURADORA PAULA LABOISSIÈRE

Retirado do site da Agência Brasil

28 de Maio de 2008
Repórter da Agência Brasil

Brasília - As cotas raciais atrapalham o processo de redução da discriminação no Brasil porque geram um outro processo discriminatório e quebram o princípio da igualdade. A avaliação é da procuradora do Distrito Federal, Roberta Fragoso.
“As cotas não são a medida mais adequada para o problema racial porque, no Brasil, a questão social se confunde, necessariamente, com a questão racial. O negro rico no Brasil vira branco e o branco pobre vira negro.”
Ela acredita que nem mesmo cotas sociais – baseadas no fator econômico e destinadas a pessoas consideradas pobres – representam a saída correta para a problemática porque também provocariam uma "discriminação reversa". A solução, segundo ela, seriam políticas públicas como bolsas de estudo para alunos que conseguem ingressar na universidade por meio do vestibular tradicional mas não têm como se manter ou a criação de cursinhos pré-vestibulares voltados para pessoas carentes.“São exemplos de ações afirmativas que não se confundem com a política de cotas. Não há porque fazer um recorte tão drástico nos nossos direitos fundamentais. Assim [com as cotas], você violaria o princípio da igualdade.”
A procuradora admite que, desde que o sistema de cotas raciais foi implantado nas universidades brasileiras, houve aumento do ingresso de negros no ensino superior. “Mas não necessariamente daqueles que mais precisavam do apoio estatal.” Ela critica a ausência de um estudo nacional que revele quem são os cotistas recebidos nas universidades. “Você pode, talvez, estar beneficiando uma classe média negra, o que não se justifica diante de tantos brancos pobres.”
Roberta lembra que o projeto em votação no Congresso Nacional – que destina 50% das vagas em universidades pública ao negros – não atrela o fator econômico à questão racial . Ela ressalta ainda que, caso a proposta seja aprovada, as cotas para negros podem abrir espaço para que outros grupos de minorias comecem a exigir os mesmos direitos. “Aqueles que justificam as cotas com base na diversidade e na tolerância teriam que ampliar as cotas para todas as minorias no Brasil.”
Para a procuradora, a proximidade das eleições municipais – em outubro – pode influenciar na decisão do governo em aprovar as cotas raciais. “No Brasil, estamos acostumados a ter legislação simbólica, que não resolve mas que passa uma imagem para a população de que o Congresso Nacional está preocupado com aquele problema.”
Ela lembra ainda que a política de cotas representa uma ação de “custo zero” para o governo federal, já que o Estado não precisaria ampliar o número de vagas nas universidades, apenas redistribuí-las. “O Estado implementa cotas e lava as mãos. Seria muito mais eficaz para o Brasil uma política de assistência social após o ingresso regular pelo vestibular. Os cotistas que forem pobres, nessa política que está sendo votada no Congresso, não têm como permanecer na universidade. O governo só autoriza o ingresso. Uma legislação apenas simbólica que aparentemente tenta resolver o problema. Dá uma aparência de um governo preocupado com os anseios da sociedade.” Hoje (28), líderes partidários da Câmara dos Deputados se reuniram com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para discutir propostas sobre a reserva de vagas em universidades federais. O projeto mais polêmico – nº 3627/04, do Executivo – reserva vagas para estudantes que se declararem negros ou índios e que tenham cursado o nível médio, integralmente, em escolas públicas.

HADDAD: AUMENTO DE VAGAS FACILITA DEBATE SOBRE COTAS

É o negócio tá ficando quente, será que vão votar mesmo as cotas em junho????

Retirado do Portal da Camarâ dos Deputados Federais

Tempo real - 28/05/2008 14h11

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse há pouco que, por causa da expansão das vagas no ensino superior, ficou mais fácil discutir a reserva de parte das vagas em universidades federais destinadas a estudantes de escolas públicas para alunos que se declararem negros ou índios. Segundo Haddad, o número de vagas em universidades federais saltará de 124 mil, em 2002, para 230 mil, em 2010. Haddad esteve reunido nesta manhã com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, e líderes partidários para debater o assunto.
A reserva está prevista em substitutivo da Comissão de Educação e Cultura ao Projeto de Lei 73/99, da deputada Nice Lobão (DEM-MA), e outras seis propostas que tramitam conjuntamente. No texto aprovado, a comissão reserva parte dos 50% de vagas reservadas para alunos que tenham cursado o nível médio integralmente em escolas públicas para estudantes negros e índios. O cálculo do número de vagas, pelo texto aprovado, será feito de acorod com a população de cada estado.
A implementação da política de cotas deverá ser completada em um período de quatro anos, com base em um índice crescente de 25% das vagas a cada ano. O texto prevê ainda revisão do sistema depois de dez anos.

Critério populacional
O ministro explicou aos líderes que não haverá benefícios em relação à autodeclaração de raça por parte dos estudantes. De acordo com Hadad, metade das vagas serão destinadas a alunos de escolas públicas e, dentro desse total, as vagas serão divididas de acordo com a proporcionalidade da população de brancos, negros e índios em cada estado. Assim, se o estudante se declarar negro na Bahia vai enfrentar mais concorrência para conseguir uma vaga pelo sistema de cotas. Os brancos terão o mesmo direito dos demais, garantiu Haddad.
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, disse que as bancadas vão rediscutir o assunto com base nas informações trazidas pelo ministro. O projeto, segundo o presidente, pode ser votado em junho.

Reportagem - Silvia Mugnatto / Rádio Câmara

Edição - Natalia Doederlein(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara')
Agência Câmara
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Fax. (61) 3216.1856E-mail:agencia@camara.gov.br

HADDAD VAI À CÂMARA PARA DEFENDER SISTEMA DE COTAS

Retirado do site do Jornal A Tarde

28/05/2008
Agencia Estado

A Câmara deverá votar em duas semanas o projeto de lei que cria o sistema de cotas nas instituições públicas federais de ensino superior, técnico e tecnológico. Depois de uma hora e meia de reunião com líderes partidários na Câmara, o ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu o projeto e disse ter diminuído resistências de partidos como o PSDB, que tinha dúvidas sobre as subcotas. Pela proposta, metade das vagas oferecidas nas instituições será reservada para alunos de escolas públicas.
Dentro desse universo, as vagas serão divididas proporcionalmente entre brancos, negros e índios. Cada Estado terá sua própria divisão, definida pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre raça da população. Segundo Haddad, o projeto não favorecerá as autodeclarações fraudulentas de raça. "Não há vantagem na autodeclaração não fidedigna. No Rio Grande do Sul, não vale a pena se autodeclarar negro, porque menos negros disputarão menos vagas e muitos brancos disputarão muitas vagas. Na Bahia, os negros são maioria e acontece o contrário", afirmou o ministro.
Segundo Haddad, não haverá uma corrida para fazer matrículas nas universidades porque há uma expansão geral das vagas, que eram 124 mil em 2002 e chegarão a 229 mil em 2010. Se a lei for aprovada, metade dessas vagas será reservada para alunos de escolas públicas.

terça-feira, 27 de maio de 2008

CAPES OFERECE BOLSAS DE 1,1 MIL EUROS NA FRANÇA

Retirado do site da CAPES

Doutorandos brasileiros podem se inscrever até 30 de junho

Já estão abertas as inscrições para o Programa Colégio DoutoralFrancoBrasileiro. A iniciativa, fruto da parceria entre a Capes (CoordenaçãodeAperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o CPU (Conselho dePresidentes de Universidades Francesas), oferece bolsas de estudos namodalidade doutorado-sanduí che a estudantes brasileiros e franceses.
Os interessados podem se inscrever até 30 de junho.
Há oportunidades nas diversas áreas do conhecimento em regime deco-orientação ou co-tutela. No caso de co-tutela, o programa teráduração de12 a 24 meses. Para os inscritos na categoria de co-orientação, apermanência deverá ser de 12 meses. O início das atividades estáprevistopara outubro de 2008 na França.
Para participar do processo seletivo do Colégio Doutoral FrancoBrasileiroé preciso ser aluno regularmente matriculado em um curso depós-graduaçãoavaliado com nota igual ou superior a cinco. Na França, a iniciativa évoltada apenas para estudantes de universidades consorciadas com o CPU.
Os candidatos aprovados recebem bolsas mensais de 1,1 mil euros,passagensaéreas em classe econômica, auxílio-instalaçã o e seguro-saúde.
Além disso,se estiver previsto no acordo entre as instituições, o orientadorestrangeiro receberá diárias para participar da defesa de tese de seuorientando.

BOLSA DE AUXÍLIO À PESQUISA CENTRO CELSO FURTADO 2008


Retirado do site do Centro Interancional Celso Furtado, para ir para o site clique na imagem ao lado

O Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento torna pública a abertura da sua primeira seleção para a concessão de quatro bolsas de auxílio à pesquisa, sendo duas destinadas ao mestrado e duas ao doutorado e as taxas de bancada correspondendo a essas quatro bolsas.
As bolsas se destinam ao apoio de projetos de pesquisa que tratem de um dos temas seguintes:
Emprego formal e desenvolvimento econômico;
Desenvolvimento e política industrial;
Restrição externa e crescimento;
Financiamento do desenvolvimento;
Desenvolvimento, mudança estrutural e inflação;
Integração regional e desenvolvimento econômico.


INSCRIÇÕES ABERTAS

"AS COTAS ESTÃO DESMASCARANDO O VESTIBULAR"

Retirado do site Congresso em Foco

Atual seleção fere o princípio da igualdade ao submeter a uma mesma prova alunos que tiveram oportunidades diferentes, diz Frei David
Renata Camargo

Uma das principais figuras nacionais no debate sobre políticas de ações afirmativas para afrodescendentes, Frei David Raimundo dos Santos teve atuação destacada na implantação do sistema de cotas pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), ainda em 1999.

Para o religioso, que há duas décadas se dedica a trabalhos na área de educação para pessoas carentes e afrodescendentes, as cotas estão desmascarando o vestibular e provando que a seleção feita pelas universidades tem conteúdo descartável.

“O atual vestibular brasileiro é inconstitucional, pois fere o princípio da igualdade. Alunos com oportunidades diferentes em todo o seu ensino médio são submetidos a uma prova igual”, critica.

Estabelecendo um paralelo com os processos de indenização aos judeus após o holocausto na Alemanha, o líder do movimento negro defende, além de políticas públicas, também a reparação financeira para os brasileiros descendentes de escravos.

“Nós afro-brasileiros gostaríamos que os deputados e os senadores conseguissem entender que há uma dívida, que precisa ser paga, agora, com políticas públicas. Se não houver políticas públicas, seremos obrigados a investir em indenização financeira”, adverte.

Veja a íntegra da entrevista concedida pelo assessor nacional da rede de cursinhos pré-vestibulares comunitários Educafro ao Congresso em Foco:

Congresso em Foco – O percentual de 50% das vagas nas universidades reservadas para alunos da rede pública de ensino, no PL 73/1993, é justo?
Frei David Raimundo dos Santos – Esse percentual é pouco. Se considerar dados do Ministério da Educação (MEC), que mostram que a cada 100 alunos que concluem ensino médio 87 são da rede pública, então podemos dizer que esse percentual está baixo. Mas, por enquanto, o projeto é justo.

Em sua opinião, que benefícios as cotas trazem para a sociedade?
O principal benefício é ter todos os brasileiros preocupando-se com as vítimas da educação brasileira. Todo mundo sabe que quem tem dinheiro no bolso não submete seus filhos à rede pública de ensino. Quem fica na rede pública é punido por ficar na rede pública. Estudar na rede publica no Brasil hoje é punição. E isso não é honesto. Esse sistema injusto define que quem está na rede pública não pode entrar na universidade em cursos de Medicina. A cota vem reparar um erro.

Em vez de criar cotas, o governo não deveria melhorar o ensino público?
Eu não conheço um defensor das cotas que não tenha trabalhado também para melhorar ensino médio. Uma coisa não exclui a outra. Enquanto não melhora o ensino médio, a melhor solução é a cota.

A cota é solução para resolver a histórica dívida social e racial que o Brasil tem com os negros e indígenas?
Está claríssimo que a cota é um instrumento para provocar a sociedade a pensar de maneira mais acelerada sobre a exclusão. A segunda grande missão é despertar a sociedade para a necessidade do povo negro pelos 350 anos de escravidão. Todo mundo entende que as cotas são apenas uma pequena mostra da dívida que se tem com a comunidade negra. Costumo citar o exemplo da comunidade judaica na Alemanha, que viveu sete anos de escravidão. Os descendentes dos judeus entraram na Justiça pedindo indenização, por se sentirem prejudicados, já que seus antepassados não puderam dar a eles a dignidade que mereciam. A Justiça alemã reconheceu. Hoje todos os que provam lá que são descendentes de judeus recebem indenização. Nós afro-brasileiros gostaríamos que os deputados e os senadores conseguissem entender que há uma dívida, que precisa ser paga, agora, com políticas públicas. Se não houver políticas públicas, seremos obrigados a investir em indenização financeira.

A cota mudaria o quadro de exclusão social e racial?
Sim. Vai diminuir bastante e positivamente.

A reserva de vagas deve ser adotada por quanto tempo?
Para nós, apenas enquanto existir a deficiência da presença de afro-brasileiros na universidade. Mas se definir que a partir de hoje, em todas as universidades de Medicina do Brasil, só vão entrar afrodescendentes, levar-se-ia 25 anos para ter os mesmo números de descendentes de europeus e asiáticos. A minha sugestão é que sejam feitas avaliações a cada cinco anos, para se verificar como está a situação dos negros.

Qual a avaliação do senhor sobre o critério da autodenominação para definir a raça?
Os bancos costumam identificar a porcentagem de negros que trabalham lá. Ou seja, eles sabem quem é negro. No caso, consideramos afrodescendentes por meio das características fenotípicas e não genotípicas.

O ingresso de estudantes cotistas pode diminuir o nível acadêmico das universidades?
Essa afirmação é muito comum entre os que argumentam contra as cotas. Mas o resultado de pesquisas com cotistas tem mostrado justamente o contrário. Os alunos cotistas – mesmo tirando notas 40% abaixo dos não-cotistas no vestibular – têm, em média, notas iguais aos que não ingressaram na universidade por meio de reserva de vagas.

Deve-se adotar o critério de limite de renda junto às cotas para alunos de escolas públicas?
Para a questão da rede pública, sim. Porque 37% da rede pública são da classe média. Imagina uma cidade de interior onde não há escolas particulares. O filho do prefeito estuda na escola pública. As escolas militares também são consideradas escolas públicas. Isso seria injusto com alunos mais pobres de escolas públicas.

Que outros argumentos são importantes na defesa das cotas?
O mais importante é que as cotas estão desmascarando o vestibular. Provando que o vestibular tem o conteúdo descartável. Com exceção das disciplinas português e matemática, o conteúdo de ensino médio tem pouquíssima influência no conteúdo universitário. Esse é o motivo pelo qual cotistas estão conseguindo grandes resultados, em média, nas universidades. Outro argumento forte é dizer que o atual vestibular brasileiro é inconstitucional, pois fere o princípio da igualdade. Alunos com oportunidades diferentes em todo o seu ensino médio são submetidos a uma prova igual. O Brasil precisa urgentemente criar políticas públicas para garantir a igualdade.

ATUALIZADA EM:26/05/2008

COTAS NAS UNIVERSIDADES ENFRENTAM RESISTÊNCIAS SILENCIOSA

Retirado do site do Jornal Pequeno

Data de Publicação: 27 de maio de 2008

POLÊMICA NO ENSINO

O Plenário da Câmara deve votar nesta semana a regulamentação do sistema de cotas em instituições públicas federais de ensino superior. A proposta em discussão reserva metade das vagas dessas universidades para alunos de escolas públicas e garante prioridade para negros e índios. A distribuição seria feita de acordo com a proporção de negros e índios em cada estado. Atualmente 79 instituições de ensino superior adotam algum tipo de cotas no país.
Parlamentares a favor da proposta estão otimistas quanto ao futuro do projeto. O presidente da Frente em Defesa da Igualdade Racial, deputado Carlos Santana (PT-RJ), acredita que a aprovação é irreversível. "A base do governo está unida para votar a favor e na Câmara somos maioria", avalia.
Santana, no entanto, reconhece que ainda há necessidade de se chegar a um consenso em relação ao tema. O parlamentar afirma que há uma oposição silenciosa que não admite a adoção de políticas de reserva de vagas. "Os opositores às cotas não se manifestam", alega.
A Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial é formada por 227 dos 513 deputados que compõem a Câmara. Um número considerável, ainda que não indique a real proporção de parlamentares que defendem esses interesses. O item foi incluído na pauta desta semana por decisão dos líderes partidários.
Porém, poucos parlamentares admitem ser contrários à política de ação afirmativa. Uma das poucas vozes a se levantar contra as cotas na Câmara, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) avalia que a votação do projeto ainda dará pano pra manga. Sempre polêmico, ele ameaça pressionar a Casa a votar uma proposta de sua autoria que prevê a reserva de 50% das vagas da Câmara e do Senado para negros. A proposição foi apresentada por ele em tom de deboche, já que o próprio deputado já declarou que votará contra a própria sugestão.
"Vou apensar o meu projeto de cotas também. Se aprovarem cotas em universidades, quero metade de afrodescendentes dentro do Congresso", desafia. "Esse projeto de reserva de vagas nas universidades é inconstitucional e imoral. Eu não admito", completa.
Proporcionalidade - Apresentado em 1999, o Projeto de Lei 73, de autoria da deputada Nice Lobão (DEM-MA), passou pela Comissão de Educação e Cultura, onde recebeu o parecer do relator, o deputado Carlos Abicalil (PT-MT). Em seu substitutivo, o relator prevê a possibilidade de se atingir o percentual de cotas de maneira gradativa.
Na reserva de 50% das vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas, serão reservadas subcotas para descendentes de negros e indígenas.
Em cada seleção, deverá ser preenchida uma proporção mínima para essas etnias, baseada no último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em que as pessoas se autodeclaram brancas, pardas, negras e indígenas, conforme a unidade federativa da instituição. Ou seja, o número de vagas para negros seria muito maior na Bahia, onde os negros constituem grande maioria, do que em Santa Catarina, estado com menor percentual de negros, segundo o IBGE.
(Renata Camargo, do Congresso em Foco)

APÓS COTAS, NÚMERO DE NEGROS NA UNB É CINCO VEZES MAIOR

Retirado do jornal Folha On Line

18/05/2008 - 09h48
ANGELA PINHOJOHANNA NUBLATda Folha de S.Paulo, em Brasília

Quando Angelo Roger de França Cruz, 26, entrou no curso de serviço social da UnB (Universidade de Brasília) em 2004, havia cerca de 400 negros na universidade, a primeira federal do país a adotar o sistema de cotas raciais.
Hoje, a um mês de se formar, Cruz tem como colegas outros 2.049 negros. No ano da formatura das primeiras turmas de cotistas, o número de negros na UnB é cinco vezes maior do que antes da adoção das cotas.
A Folha conversou com sete alunos que entraram pelo primeiro vestibular com cotas da universidade. Três irão se formar até julho, outros três no fim do ano e um concluiu o curso em três anos e meio, no semestre passado.
Todos moram a pelo menos 20 quilômetros da UnB, em cidades periféricas de Brasília, e se sustentaram durante o curso com bolsas de pesquisa --estas, em sua maioria, relacionadas à situação do negro.
"Sem as cotas, provavelmente eu não teria feito o vestibular da UnB", afirma Cruz, aluno de escola pública. "A imagem da UnB era uma coisa muito distante. Da minha turma de 40 pessoas no ensino médio, só cinco fizeram a prova e dois entraram na universidade."
Dalila Torres, 22, que irá se formar em ciência política no final do ano, diz que estranhava o ambiente. "Quando cheguei, me sentia muito mal, não me reconhecia em ninguém."
Hoje eles se dizem integrados, embora notem uma grande diferença de renda em relação aos colegas não-cotistas. "Entra um negro com dinheiro? Pode até ser, mas eu não conheço", diz Marcela Lustosa, 22, formanda de serviço social.
O abismo econômico é percebido no convívio fora da universidade. Marcela diz que prefere fazer programas próximos à casa dela --a 26 km do Plano Piloto--, como ir ao cinema. "Para vir para o Plano, a passagem de ida e volta custa R$ 6. Se eu tomo um refrigerante, já se foram R$ 10."
Todos os sete relataram que há preconceito contra os cotistas na universidade, apesar de que apenas uma disse ter sofrido diretamente discriminação --segundo Dalila, colegas já disseram que quem entra por cotas é "espertinho".
Natalie Mendes Araújo, 21, que se forma no fim do ano em história, diz que o preconceito contra os cotistas existe, mas é camuflado. "Quando eu entrei, tinha recado na porta do banheiro de "fora, cotista". Hoje, as pessoas "toleram"."
Uma forma de evitar a discriminação adotada por cotistas é o bom rendimento acadêmico. "O cotista não tem o direito de ser um aluno mediano ou vai ser apontado como despreparado. É uma obrigação velada de mostrar serviço. Se é branco, tanto faz tirar nota baixa", diz Gustavo Galeno Arnt, 20.
Ele se formou em letras em três anos e meio e, em seguida, passou em 1º lugar no mestrado em literatura, que não tem cotas: "Foi um cala-boca total para a questão do mérito".
"Tese*
De acordo com tese de mestrado defendida em março por Claudete Batista Cardoso na UnB, o desempenho dos cotistas em seus cursos é, em média, semelhante ao dos alunos que entraram pelo sistema universal. Ela analisou a nota obtida no primeiro semestre do curso por alunos que entraram no meio de 2006.
A nota dos cotistas foi 6% menor no geral, variação que a autora da tese de mestrado considerou "irrelevante". Para Claudete, os resultados, "de um modo geral, vão em sentido contrário às críticas referentes à provável queda de qualidade do ensino superior como resultado do estabelecimento do sistema de cotas".

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domingo, 25 de maio de 2008

IPEA: COTISTAS TÊM MELHORES NOTAS EM UNIVERSIDADES

Retirado do site do Jornal do Brasil

Domingo, 25 de maio de 2008

No universo de 54 universidades públicas que nos últimos oito anos adotaram o sistema de cotas no País, em ao menos quatro, distribuídas pelos principais Estados, alunos negros apresentam desempenho próximo, similar ou até melhor em relação aos não-cotistas. Resultados iniciais do aproveitamento de cotistas na Unicamp, Universidade Federal da Bahia (UFBa), Universidade de Brasília (UnB) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), derrubam mito de que, graças à ação afirmativa, alunos negros estariam "entrando pela janela" das instituições superiores da rede pública. As notas lhes abriram o caminho da porta da frente.

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No biênio 2005-2006, cotistas obtiveram maior média de rendimento em 31 dos 55 cursos (Unicamp) e coeficiente de rendimento (CR) igual ou superior aos de não-cotistas em 11 dos 16 cursos (UFBa). Na UnB, não-cotistas tiveram maior índice de aprovação (92,98% contra 88,90%) e maior média geral do curso (3,79% contra 3,57%), porém trancaram 1,76% das matérias, contra 1,73% dos cotistas.
AptidãoEm estudo da ONG Educação e Cidadania de Afro-descendentes e Carentes (Educafro) junto à Uerj, estudantes negros e oriundos da rede pública, ingressantes entre 2003 e 2007, apresentaram maior coeficiente de rendimento médio (6,41 e 6,56 respectivamente) em relação aos cotistas (6,37). Índios e deficientes somaram 5,73.
Para a técnica da diretoria de estudos sociais do Ipea, Luciana Jaccoud, um dos fatores que explicam o bom desempenho dos cotistas é a capacidade das instituições de ensino desenvolverem aptidões.
"A própria universidade estabelece pontos mínimos a serem alcançados para que o estudante seja aprovado", analisa Luciana, uma das responsáveis pelo estudo. "Esse instrumento ajuda a regular o desempenho de cada um. O resultado é a formação mais igualitária das capacidades do aluno, seja proveniente da rede particular ou pública."
Colegas de classe, Patrícia Vidal, 21, e José Messias, 20, ingressaram na Uerj, em 2006, por meio do sistema de cotas: ela proveniente da rede pública e ele matriculado como candidato negro. Ambos apresentam CR próximo à média da turma, mas admitem que, não fosse a reserva de vagas, não passariam no vestibular.
"Tive dificuldade no início, mas ao longo do curso vamos entendendo como a coisa funciona, e hoje estamos bem iguais", relata Messias, que mora em Maria da Graça, e viaja 50 minutos de ônibus até a faculdade. "Depois do primeiro período, a defasagem em relação aos demais alunos acabou."
Com CR 8,6, Messias conta que acompanhou treinamento de português e línguas estrangeiras oferecido a cotistas pelo programa Proiniciar. Patrícia tem CR 9,1, mas diz que é a única dos cotistas da turma que ainda não conseguiu estagiar.
"As oportunidades são as mesmas para todos", lembra a estudante, que começou a procurar estágio a partir do terceiro período, mas trabalha com telemarketing antes mesmo de entrar na faculdade. "Assim como os demais estudantes, os outros três cotistas da turma já passaram por dois ou três estágios."
Segundo o Ipea, os bons resultados em sala de aula têm reflexo incompatível com o número de vagas oferecidas aos cotistas.
Ao colocar na ponta do lápis, o Ipea contabilizou mais de 51 mil vagas para negros ¿ acumuladas desde que a medida foi implantada, em 2001, até a projeção para o ano atual. Número inexpressivo, se comparado aos cerca de 1,2 milhão de alunos (entre cotistas e não-cotistas) matriculados na rede pública de ensino superior, em 2005.
Dados do Censo Educacional de 2005 do MEC mostram ainda que instituições públicas realizam, em média, 331 mil matrículas anualmente. Apenas 2,37% (cerca de 7.850) delas são destinadas a estudantes negros, segundo o Ipea.
"O índice não condiz com a realidade", avalia Oliveira Silveira, historiador e idealizador do Dia da Consciência Negra (20 de novembro). "Os negros representam quase metade da população brasileira. Deve haver esforço para aumentar sua participação por meio das vagas."



ORA, DIREIS!

Retirado do site Gazeta do Povo

Míriam Leitão
Publicado em 25/05/2008


A luta contra a escravidão foi um movimento cívico de envergadura. Misturou povo e intelectuais, negros e brancos, republicanos e monarquistas. Foi uma resistência que durou anos. Houve passeatas de estudantes e lutas nos quilombos. Houve batalhas parlamentares memoráveis e disputas judiciais inesperadas. Os contra a abolição reagiram nos clubes da lavoura, na chantagem econômica e nos sofismas.
O país se dividiu e lutou. Venceu a melhor tese. Pena o país ter feito o reducionismo que fixou na memória coletiva apenas o instante da assinatura da lei pela princesa. Tudo foi varrido. Do povo em frente ao Paço à persistência para se aprovar a lei que tornou extinta a escravidão no Brasil.
Foram seis anos de lutas parlamentares para libertar os não-nascidos, após quedas de gabinetes, avanços e retrocessos. Mais luta de vários anos para libertar os idosos. Por fim, a maior das batalhas: a libertação de todos.
Lutou-se com a poesia e o jornalismo. Com a política e o Direito. Lutou-se na Justiça com as Ações de Liberdade, incríveis processos que escravos moviam contra seus donos. Os negros lutaram de forma variada: com a greve negra em Salvador, com rebeliões e quilombos. Os escravocratas adiaram o inevitável, ameaçaram com a derrota econômica, assombraram com todos os fantasmas nacionais. Pareciam vencer, até que perderam.
Fica em quem revisita a história a constatação de um erro: os abolicionistas se dispersaram cedo demais. Era a hora de reduzir a imensa distância que a centenária ordem escravagista havia criado no país. Venceu a idéia de que, deixado ao seu ritmo, o país faria naturalmente a transição da escravidão negra para um outro país, sem divisões raciais. Idéia poderosa esta da inércia salvacionista. Ela construiu o imaginário de um país sem racismo por natureza, que teria eliminado o preconceito naturalmente, como se as marcas deixadas por 350 anos de escravidão fossem varridas por um ato, uma lei de duas linhas. Ainda há quem negue, hoje, que haja algo estranho numa sociedade de tantas diferenças.
O manifesto contra as cotas tem alguns intelectuais respeitáveis. Mais os respeitaria se estivessem pedindo avaliações e estudos sobre o desempenho de política tão recente; primeira e única tentativa em 120 anos de fazer algo mais vigoroso que deixar tudo como está para ver como é que fica. O status quo nos trouxe até aqui: a uma sociedade de desigualdades raciais tão vergonhosas de ruborizar qualquer um que não tenha se deixado anestesiar pela cena e pelas estatísticas brasileiras.
Ora, direis: o que tem o glorioso abolicionismo com uma política tópica – para tantos, equivocada – de se reservar vagas a pretos e pardos nas universidades públicas?
Ora, a cota não é a questão. Ela é apenas o momento revelador, em que reaparece com força o maior dos erros nacionais: negar o problema para fugir dele. Os “negacionistas” – expressão da professora Maria Luíza Tucci Carneiro, da USP – sustentam que o país não é racista, mas que se tornará caso alguns estudantes pretos e pardos tenham desobstruído seu ingresso na universidade.
Erros surgiram na aplicação das cotas. Os gêmeos de Brasília, por exemplo. Episódios isolados foram tratados como o todo. Tiveram mais destaque do que a análise dos resultados da política. Os cotistas subverteram mesmo o princípio do mérito acadêmico? Reduziram a qualidade do ensino universitário? Produziram o ódio racial? Não vi até agora nenhum estudo robusto que comprovasse a tese manifesta de que uma única política pública, uma breve experiência, pudesse produzir tão devastadoras conseqüências. Os órgãos de comunicação têm feito uma enviesada cobertura do debate. Melhor faria o jornalismo se deixasse fluir a discussão, sem tanta ansiedade para, em cada reportagem, firmar a posição que já está explícita nos editoriais. A mensagem implícita em certas coberturas só engana os que não têm olhos treinados.
Ora, direis, que vantagens podem ter políticas que atuam apenas no topo da escala educacional? Ter mais pretos e pardos junto aos brancos, nas universidades públicas, permite a saudável convivência no mesmo nível social. Na minha UnB, não havia negros; na atual, há mais de dois mil. Isso é um começo num país com o histórico do Brasil.
Melhorar a educação pública sempre será fundamental para construir o país futuro, mas isso não conflita com outras políticas desenhadas diretamente para derrubar as barreiras artificiais e dissimuladas que impedem a ascensão de pretos e pardos. O vestibular não mede a real capacidade do aluno de estar numa universidade, mas, sim, quem aprendeu melhor os truques dos cursinhos. Há muito a fazer pelo muito não feito neste longo tempo em que se esperou que, deixando tudo como está, tudo se resolveria. Ajudaria se intelectuais, ou não, quisessem avaliar as políticas de ação afirmativa, em vez de ter medo delas.
O racismo brasileiro é ardiloso e dissimulado. A luta contra ele será longa e difícil. Será mais eficiente se unir brancos e negros. Será mais rápida se o país não acreditar nas falsas ameaças de que tocar no assunto nos trará o inferno da divisão por raças. Ora, a divisão já existe; sempre existiu. O que precisam ser construídos são os caminhos do reencontro.

sábado, 24 de maio de 2008

PESQUISA DO IPEA SOBRE JUVENTUDE E POLÍTIAS SOCIAIS DÁ DESTAQUE A COTAS RACIAIS

Clique aqui para ir para o site do IPEA e baixe o artigo, ou neste link alternativo.
Juventude e Políticas Sociais no Brasil
Jorge Abrahão de Castro e Luseni Aquino / Brasília, 2008

Esta publicação reúne textos que abordam a inserção da temática juventude no âmbito das políticas sociais brasileiras. A primeira seção apresenta uma abordagem ampla sobre a matéria, recuperando os conceitos de juventude que têm servido como balizas operacionais para a atuação de governo e propondo a identificação das principais questões que afetam os jovens brasileiros na atualidade. As dez seções seguintes analisam as ações voltadas para a juventude executadas pelo governo federal nas várias áreas de corte social (educação, trabalho, saúde, assistência social, cultura, segurança pública etc.), colocando em perspectiva a adequação entre os temas que interessam à juventude e a forma como as políticas sociais têm lidado com o público jovem em suas estratégias de atuação. A última seção apresenta um balanço da Política Nacional da Juventude implementada pelo governo federal desde 2005, trazendo à luz alguns de seus principais avanços e as maiores dificuldades enfrentadas até o momento.

2,37% DAS VAGAS EM UNVIERSIDADES PÚBLICAS SÃO PARA COTAS RACIAIS, DIZ IPEA

Retirado do site Diário da Notícia

Data: 23/05 10:48
Fonte: OLHAR DIRETO

Desde 2001, quando o sistema de cotas raciais foi implantado pela primeira vez no país em uma universidade pública, 51.875 vagas foram reservadas para alunos negros, de acordo com estimativa da pesquisa “Juventude e Políticas Sociais no Brasil” do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo o estudo divulgado nesta terça-feira (20), em média, de 2001 a 2008, cerca de 7.850 estudantes negros poderiam ser matriculados, a cada ano, nas universidades públicas pelo sistema de cotas raciais se a totalidade de vagas reservadas fosse preenchida. As vagas para cotistas negros correspondem a aproximadamente 2,37% das 331 mil matrículas anuais das instituições públicas.
O sistema de cotas - raciais e/ou sociais - é a modalidade de ação afirmativa que mais tem se expandido nas universidades publicas brasileiras. As primeiras a adotarem cotas em seus processos seletivos foram a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que por meio de duas leis estaduais, instituíram cotas sociais para alunos de escola pública, em 2000, e cotas raciais para negros e indígenas, em 2001.

Diferentes modelos
O estudo identificou 48 universidades públicas que em 2007 adotavam programas de ações afirmativas. De acordo com os autores, chama a ateção a pluralidade do formato dos programas adotados pelas instituições.
Vinte e uma universidades optaram pela definição de cotas raciais e sociais sobrepostas (candidato egresso de escolas públicas e autodeclarado negro). Neste grupo, algumas instituições também utilizaram o critério da renda familiar per capta do candidato.
O levantamento mostra que dez universidades adotaram apenas cotas sociais, nas quais o vestibulando precisa ter necessariamente estudado no sistema público de ensino; e outras sete instituições, o sistema de cotas sociais e raciais independentes. Essas instituições usam como critério, separadamente, ser egresso de escola pública e ser negro.
As demais ações afirmativas – cotas raciais e bonificação – foram adotadas por cinco instituições cada. Nas cotas raciais, o estudante deve se declarar negro ou indígena para concorrer às vagas reservadas. Já no modelo de bonificação, os alunos recebem - com base no histórico escolar e autodeclaração racial- pontos que serão somados ao resultado do exame do vestibular.

terça-feira, 20 de maio de 2008

sexta-feira, 16 de maio de 2008

BANCO SANTANDER SELECIONA PROJETOS

O Banco Santander por meio da área de Responsabilidade Social, esta selecionando, projetos para integrem o Programa Parceiros em Ação.
Prazos e Etapas de Seleção 2008

» Entrega de projetos: 14/04/2008 a 13/06/2008;
» Triagem dos projetos de acordo com o foco e critérios de seleção: 16/06/2008 a 15/08/2008;
» Análise das propostas elegíveis: 18/08/2008 a 19/09/2008;
» Divulgação dos resultados: A partir de 06/10/2008;

O programa selecionará 10 iniciativas inovadoras anualmente que tenham como objetivo o acesso ao ensino superior e beneficiem o público adolescente, jovem e/ou universitário.
Podem participar do processo de seleção realizado pela Organizações Não Governamentais, Associações e Organizações Sociais de Interesse Público (OSCIP), todas sem fins lucrativos, que atendam os seguintes critérios:
a-) Existência legal de pelo menos um ano;
b-) Documentação que comprove a sua existência;
c-) Situação administrativa e financeira regular;
d-) Localização em todas as regiões do Brasil com o desenvolvimento do projeto em uma cidade na qual o Santander possua atividade;
e-) Envio da proposta de acordo com o formulário padrão, acompanhado de orçamento e documentação da instituição;
g-) Envio da projeto dentro do prazo limite de recebimento;
f-) Iniciativas de até R$ 60 mil (sessenta mil reais) e que sejam desenvolvidas pelo período de até 12 (doze) meses.
Mais informações no sítio
http://www.santander.com.br/portal/rs/script/Responsab ilidadeSocial.do

A EMPREGADA BRANCA E A INTOLERÂNCIA TOLERADA

Retirado do site do Observatório da Imprensa. Artigo interessante, principalmente pelo debate ter se dado devido ao encontro de algo aparentemente trivial como um recorte de jornal, nesse caso bem velho. As conclusões do autor, que não são muitas, valem por serem intigantes e provocativas. Vale a pena também ler os comentários do artigo na fonte original, pois algumas são muito legais. Para uma discussão mais acadêmica e aprofundada sobre o racismo e anti-racismo clique aqui e leia um artigo do Sociólogo Kabenguel Munanga.

A IMAGEM FIXA
(QUE, NO ENTANTO, SE MOVE)
A empregada branca e a intolerância tolerada
Por Eugênio Bucci em 13/5/2008


Foi assim que aconteceu. No final do ano passado, chegou ao apartamento em que moro, em São Paulo, um aparador, desses que a gente põe ao lado da mesa de jantar. Não estou seguro quanto à palavra, aparador. Talvez o nome seja buffet. Além de oferecer apoio para travessas durante uma refeição, o móvel é praticamente um armário, com portas para guardarmos pratos, copos e bebidas, além de algumas gavetas, úteis para toalhas de mesa, talheres etc. Chegou em casa por volta de outubro de 2007, mais ou menos. Contratei um lustrador profissional para limpá-lo, recuperar o verniz e dar um jeito nas dobradiças, que estavam enferrujadas. Eu tinha comprado um aparador com pés de ferro, o corpo em madeira clara, bonito, mas um tanto derrubado. Era uma peça dos anos 40.

Ao retirar as gavetas, o lustrador encontrou uma folha dupla de jornal antigo. Eram quatro páginas do Diário Popular, de São Paulo, com data do dia 2 de julho de 1947. Já estavam bastante amareladas, enrijecidas e quebradiças, ressecadas a ponto de esfarelar-se, mas sem sinal de traças. Era uma folha defunta, mas intacta, da seção de classificados. Manuseei com cuidado aquela relíquia do jornalismo pátrio. Desfiz as dobras com movimentos delicados para não estragá-lo ainda mais.

Um anúncio logo me chamou a atenção.
"EMPREGADA: [o título vinha todo em caixa alta].
Branca, precisa-se p/ cozinhar e lavar, não arruma, durma no emprego. Exigem-se referências e documentos. Paga-se bom ordenado. Rua Conselheiro Crispiniano, n º 29, 9º, apt. 92. Falar com Dona Helena."

Guardei meu pequeno tesouro, sem saber que utilidade ele poderia ter. Foi então que, dias depois, Adauto Novaes me telefonou para falar do ciclo "Vida Vício Virtude" que ele começava a preparar. Ele me convidou para fazer uma das conferências. O meu tema seria a intolerância. Foi aí que entendi os propósitos secretos daquele jornal que chegou ao meu endereço com 60 anos e alguns meses de atraso. Aquele velho anúncio era um registro de intolerância racial – e, ao estar solenemente publicado no Diário Popular, era também um registro da tolerância com que a sociedade brinda sua própria intolerância, fazendo parecer que ela não é tão intolerante assim.

A Dona Helena, a que devia ser procurada pelas candidatas ao emprego, não queria saber de domésticas que não tivessem a pele branca. Intolerância. Ao mesmo tempo, não hesitou em mandar pôr isso no jornal. Tinha segurança de que sua intolerância contaria com a tolerância dos contemporâneos. Nos anos quarenta, aquele jornal a autorizava a publicar seu veto às candidatas negras. O Brasil já não era um país escravagista, mas ainda admitia, no jornal, critérios explicitamente discriminatórios para a contratação de empregados.

Já pensando na palestra que eu teria que preparar, lembrei-me de que uma das faces da intolerância repousa justamente nessa mentalidade social que autoriza a patroa provavelmente branca a acreditar que provavelmente não era racista porque provavelmente não quisesse eliminar os seres humanos de pele escura, mas apenas quer manter uma distância segura de todos eles. "Nada contra ninguém", a Dona Helena diria de si, com sobrancelhas arqueadas, "mas os negros lá e eu aqui". O que ela não queria era "se misturar". A intolerância pode bem ser assim mesmo: uma resignação distanciada, um eles-lá-e-eu-aqui disfarçado de tolerância de cara fechada.

Quando fui enfim fazer a conferência, no início de maio 2008, comecei minha fala mostrando aos presentes a cópia daquele Diário Popular de 1947. Não há imagem mais fixa que uma letra impressa no papel
Claro que esse anúncio classificado, aqui reproduzido como imagem, é um retrato de seu tempo. Ele é um retrato da mentalidade de uma era. Não é uma fotografia. Tampouco é uma caricatura, um bico de pena – como se usava naqueles anos 40. Mesmo assim, como letra impressa, "letra de fôrma", retrata os valores e os limites da tolerância daquela época.
Para ler na íntegra o artigo clique aqui.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

BRASIL SÓ ALCANÇA A IGUALDADE RACIAL EM 32 ANOS

Retirado do site do IPEA. Que coisa... "nada de novo no front". Entre 2001 e 2003 o IPEA já tinha realizado diversas pesquisas sobre a questão racial e feito está afirmação. Clicando aqui você vai para uma postagem do aldeiagriot do dia 16/08/07 que tem estes documentos.
Negros ganham menos, trabalham mais sem carteira assinada e são a maioria em serviços domésticos, agricultura e construção civil. Segundo a pesquisa "Desigualdades raciais, racismo e políticas públicas: 120 anos após a abolição", divulgada ontem pelo Ipea, o Brasil levaria no mínimo 32 anos para igualar salários de negros e brancos. Ao explicar o estudo, o diretor de cooperação de desenvolvimento do Ipea, Mário Lisboa Theodoro, enfatizou que "as políticas universais não são suficientes para resolver a questão racial". "A diferença entre brancos e negros com acesso à universidade triplicou, saindo de 4,3% em 1976 para 13% em 2006", disse.

Theodoro informou que os pesquisadores do Ipea vêm se dedicando a estudar como nasce e se constitui o racismo. "Ao contrário dos EUA, por exemplo, que construíram escolas após o fim da escravidão, no Brasil historicamente não houve investimento de dinheiro público na população negra", afirma
Segundo o estudo, neste ano comemorativo de 120 anos de Abolição da Escravatura, a população negra deve alcançar a maioria. Mas permanece a desigualdade no acesso a bens, a serviços e a direitos fundamentais, como educação. Os pesquisadores analisaram variáveis agregadas para todo o país sobre população, escolaridade e renda e compararam por faixas etárias entre negros e brancos a partir de dados primários do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O trabalho foi coordenado pelo diretor Jorge Abrahão e realizado por técnicos da Diretoria de Estudos Sociais do Ipea, entre eles Sergei Soares, Luciana Jaccoud e André Campos. O estudo completo vai virar livro a ser lançado pelo Instituto ainda neste ano.

2010 será o ano da maioria absoluta de negros

Abaixo segue os gráficos da pesquisa deste mês do IPEA. Por via das dúvidas... afinal eles podem tirar o texto do site como fizeram com outras pesquisas sobre o negro brasileiro. Para ampliar clique na imagem. Para salvar no computador clique com o botão direito do mouse e selecione "Salvar como..."






O Globo 13.05.08 - SUPREMO RECEBE MANIFESTO A FAVOR DAS COTAS

Para ampliar clique na imagem. Para salvar no computador clique no botão direito do mouse e selecione "Salvar como..."

IPEA: NÚMERO DE NEGROS E PARDOS DEVE SUPERAR O DE BRANCOS



Terça-feira, 13/05/2008
Segundo o estudo, negors e pardos vão passar a ser maioria absoluta em 2010. A pesquisa também revelou que pessoas dessas raças ainda são mais pobres e têm menos acesso ao mercado de trabalho.
Retirado do site da Folha On Line
09/05/2008 - 09h48
Coqueluches tecnológicos podem implodir a web, diz estudioso
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da Reuters, em Londres
A ascensão de aparelhos eletrônicos como iPhone, BlackBerry e Xbox ameaça reverter as décadas de inovação que ajudaram a construir a rede, alerta Jonathan Zittrain, professor de governança e regulamentação de web do Oxford Internet Institute, parte da Universidade de Oxford.
Em seu novo livro "The Future of the Internet and How To Stop It" ("O Futuro da Internet e Como Impedi-lo", em tradução livre), ele diz que a arquitetura simples e aberta da web é a chave tanto para seu enorme sucesso quanto para suas falhas.
Divulgação
Jonathan Zittrain, professor de Oxford, alerta para o futuro da web
O professor diz que os mais recentes aparelhos de alta demanda são caixas seladas, "estéreis", que sufocam a criatividade e transformam os consumidores em usuários passivos da tecnologia.
Ao contrário dos computadores domésticos, os novos aparelhos com acesso à internet não se prestam às alterações e ao trabalho colaborativo que conduz a avanços tecnológicos, diz. A mistura de aparelhos, o excesso de regulamentação e os temores quanto à segurança da internet podem destruir o sistema por dentro.
"Não quero ver um mundo em dois escalões, no qual apenas os especialistas sejam capazes de sobreviver e no qual os não-especialistas fiquem presos entre algo que não entendem e algo que os limita", disse Zittrain.
Zittrain contrasta um dos primeiros computadores produzidos em massa, o Apple 2, dos anos 70, com o mais recente aparelho da companhia, o iPhone. Ele diz que o iPhone é típico daquilo que designa como "aparelhos atrelados."

AUDIÊNCIA PÚBLICA NA ALESP

Para ampliar clique na imagem.

UFRJ DISCUTE DE FORMA 'LENTA' ADOÇÃO DO SISTEMA DE COTAS NO ESTADO DO RIO

Retirad do site do Jornal O Globo. A UFRJ se abrir para cotas raciais??? Tem aquela frase das brincadeiras de crianças "duvido é deodoro"....

Publicada em 13/05/2008
Agência Brasil

RIO - Os estudantes afro-descentes do Rio de Janeiro contam com vagas exclusivas em quatro das sete universidades públicas do estado. Entre as mais concorridas está a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que desde 2003 destina 20% das vagas aos negros. Já a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) não adotou o sistema. Segundo a reitoria da instituição, ainda não tem há um posicionamento oficial sobre o assunto. A universidade, que tem 70% dos alunos originários de escolas particulares, informou que faz um debate interno sobre as cotas, mas de forma "lenta". Isso acontece pela divergência entre os professores. Por isso, a reitoria prefere não se pronunciar, alegando que pode "induzir opiniões". ( Opine:Você é cotista? Que avaliação faz sobre o sitema? )
O aluno de ciências sociais da UFRJ, Julio Vitor Costa, 23 anos, que é negro, liderou com outros colegas no início do ano, um movimento, que propunha à reitoria, atividades para promover a cultura negra e discutir diferenças étnico-raciais. Com essas atividades, os estudantes queriam criar um espaço para discutir a adoção de cotas para alunos negros. A UFRJ é uma das universidades mais procuradas no estado pela variedade de seus cursos.
- Em cada sala de sessenta alunos temos dois negros, em média - relatou o aluno.
No entanto, a proposta não teve boa receptividade.

Julio Vitor disse que o grupo de estudantes negros chegou a se reunir com a reitoria, mas as propostas do coletivo não foram adiante.
"O racismo se dá de maneira ideológica em sala de aula. Temos diversos intelectuais negros, africanos, brasileiros, americanos e eles não são sequer considerados (Julio Costa, aluno da UFRJ)"
- A universidade não quer nem abrir o debate, quanto mais implementar - critica João Vitor

O tratamento dispensado à questão pela UFRJ é considerado, pelo aluno, como "racista". Para ele, que disse nuna ter sofrido preconceito claramente na UFRJ, a discriminação aparece quando a universidade se omite na questão.
- O racismo se dá de maneira ideológica dentro de sala de aula. Só o fato de não lermos nenhum autor negro já se coloca. Temos diversos intelectuais negros, africanos, brasileiros, americanos e eles não são sequer considerados - completou.

UERJ DIZ QUE DESEMPENHO DE COTISTAS É POSITIVO E NEGA CONFLITOS

Retirado do site do Globo Online

13/05/2008
Agência Brasil

RIO - Há cinco anos recebendo alunos negros por meio do sistema de cotas, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) faz um balanço positivo do período. Embora reconheça a falta de apoio aos cotistas, a reitoria avalia que o desempenho acadêmico das turmas continua satisfatório e nega a existência de conflitos por diferenças raciais.
A universidade está preparando um levantamento, sem data para ser concluído, sobre a situação dos alunos cotistas que já se formaram. A universidade reserva 45% das vagas no vestibular para os cotistas, sendo 20% para alunos da rede pública, 20% para candidatos negros e 5% para portadores de deficiência, índios e os filhos de policiais, bombeiros e inspetores de segurança mortos em serviço ou incapacitados em razão do trabalho.
Para entrar na instituição, além de atingir um número mínimo de pontos no vestibular, eles são selecionados com base no perfil socioeconômico das famílias, que devem receber até R$ 650 por pessoa.
A subsecretária da reitoria da Uerj, Lená Medeiros, afirma que, desde que o programa foi adotado, cerca de mil alunos já se formaram em vários cursos. Ao comentar o desempenho deles, avaliado como positivo, Lená explica que as notas dos cotistas variam de acordo com o curso e a disciplina, mas que as dificuldades entre eles e os demais alunos são as mesmas.
- Um obstáculo grande que nos parece é na questão das engenharias, em que a necessidade do conhecimento de cálculo não é só uma dificuldade para os cotistas, mas para todos os estudantes - explicou - Estamos pensando, para todos,em aulas de habilidades básicas - completa
Para ajudar os alunos cotistas a permanecerem na universidade, a Uerj oferece uma bolsa de R$ 190 no primeiro ano de faculdade. O valor é considerado baixo pela sub-reitora e, segundo ela, a intenção é aumentá-lo.
- Estamos estudando subir para R$ 250 esse ano. Isso dependerá de negociações com o governo estadual.
No entanto, alunos contam as dificuldades de seguirem os estudos, principalmente por problemas de ordem econômica.
- A Uerj não tem 'bandejão' e nenhum outro tipo de auxílio alimentação. Então, quando você tem uma disciplina à tarde e não tem como voltar para casa é um gasto a mais. Ainda mais no meu caso, que moro em outro município - diz a estudante Mariana Ferreira de Almeida, de 23 anos
Em relação a possíveis conflitos étnicos que as cotas poderiam trazer, Lená Medeiros informa que a universidade é um reflexo da sociedade, portanto, podem existir discordâncias. No entanto, não há críticas formais de racismo na universidade ou outro tipo de conflito.

UERJ REAVALIA O SISTEMA DE COTAS

Retirado do Jornal O Globo

Cotistas da universidades estaduais terão bolsa de R$ 250 até o fim do curso. Uerj reavalia o sistema
Publicada em 14/05/2008 - O Globo Online

RIO - Estudantes cotistas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) que ingressarem no próximo semestre nas universidades vão ganhar um incentivo a mais para concluir os cursos.
O governador Sérgio Cabral sancionou no final de abril uma lei estadual que amplia o tempo de concessão de uma bolsa de estudo aos cotistas. Agora, o benefício será dado durante todo o curso universitário e não apenas durante o primeiro ano.
"Bolsas para cotistas terão reajuste de 30%, passando de de R$ 190 para R$ 250"
Outra boa notícia é que o reitor Ricardo Vieira Alves anunciou um reajuste de 30% na ajuda de custo, que vai passar de R$ 190 para R$ 250. O benecífio tem como objetivo ajudar os cotistas a se manterem durante todo o tempo do curso, e pode contribuir para aumentar o número de estudantes autodeclarados negros que se candidatam ao vestibular das estaduais.
Isso porque, em 2007, a Uerj ofereceu mais vagas para o sistema de cotas do que o número de vestibulandos negros inscritos.
No vestibular do ano passado, a universidade ofereceu 1.048 vagas para os candidatos que se autodeclaram negros, sendo que apenas 673 estudantes com esse perfil se candidataram. Desses, 439 foram aprovados. O mesmo número de vagas foi oferecido para estudantes da rede pública, que recebeu 1.292 inscritos, com 787 classificados. Na seleção de 2006 (para ingresso em 2007), foram 1.031 vagas reservadas para autodeclarados negros, sendo 753 inscritos e somente 432 aprovados. A cota para estudantes da rede pública também reservou 1.031 vagas, tendo 1.581 inscritos e 830 aprovados. (Opine:Você é cotista? Que avaliação faz sobre o sitema?)

Essas e outras questões relacionadas ao sistema de cotas, criado em 2003, serão avaliadas por um estudo produzido pela universidade, em parceria com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Ministério da Educação (MEC), que deverá ser concluído até o fim do ano. O reitor da universidade, Ricardo Vieiralves, favorável à reserva de vagas, disse que a avaliação contará com indicadores para que a sociedade discuta a respeito da ação afirmativa:
- Estamos fazendo uma profunda reavaliação do sistema. No ano passado, nós oferecemos mais vagas para o sistema de cotas do que o número de estudantes inscritos. Precisamos saber o que está acontecendo. A intenção é mostrar dados como o desempenho dos cotistas na universidade, problemas enfrentados durante sua formação, além da inclusão dos formados no mercado de trabalho. Será um estudo bem abrangente.
"Em 2007, oferecemos mais vagas para o sistema de cotas do que o número de estudantes inscritos (reitor da Uerj)"
Atualmente, a universidade reserva 45% das vagas no vestibular para os cotistas, sendo 20% para alunos da rede pública, 20% para candidatos negros e 5% para portadores de deficiência, índios e os filhos de policiais, bombeiros e inspetores de segurança mortos em serviço ou incapacitados em razão do trabalho.

Uerj diz que desempenho de cotistas é positivo
Há cinco anos recebendo alunos negros por meio do sistema de cotas, a universidade faz um balanço positivo do período . Embora reconheça a falta de apoio aos cotistas, a reitoria avalia que o desempenho acadêmico das turmas continua satisfatório e nega a existência de conflitos por diferenças raciais
- Um obstáculo grande que nos parece é na questão das engenharias, em que a necessidade do conhecimento de cálculo não é só uma dificuldade para os cotistas, mas para todos os estudantes - explicou a subsecretária da reitoria da Uerj, Lená Medeiros que negou os possíveis conflitos étnicos que as cotas poderiam trazer.

UFRJ avalia implantação do sistema de cotas
Uma das universidades mais concorrida do Rio, a UFRJ ainda não adotou um sistema de cotas, mas não descarta a possibilidade . A universidade, que tem 70% dos alunos originários de escolas particulares, informou que faz um debate interno sobre as cotas, mas de forma "lenta". Isso acontece pela divergência entre os professores.

Leia mais:
Defensores de cotas raciais entregam manifesto a presidente do STF
Número de negros nas universidades em cinco anos supera o da década
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que a população negra vai se igualar à branca, superando-a em 2010.

BOLSAS DE COTAS NA UNVIVERSIDADES DO ESTADO DO RIO PASSAM A SER ATÉ O FIM DOS ESTUDOS

Retirado do site do Jornal EXTRA

Publicada em 14/05/2008 às 09:09
Sérgio Meirelles - Extra

RIO - Os estudantes que ingressarem no próximo semestre nas universidades do estado pelo sistema de cotas - alunos oriundos da rede pública, negros, deficientes físicos, indígenas e outras minorias étnicas - vão ganhar um incentivo a mais para concluir os cursos. O governador Sérgio Cabral sancionou uma lei estadual que amplia o tempo de concessão de uma bolsa de estudo aos cotistas. Agora, o benefício será dado durante todo o curso universitário.
" Benefício concedido aos alunos vai passar de R$ 190 para R$ 250 "
Outra boa notícia para os cotistas foi divulgada, nesta terça-feira, no site da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj): o reitor Ricardo Vieira Alves anunciou um reajuste de 30% na ajuda de custo. Ou seja, o benefício concedido aos alunos vai passar de R$ 190 para R$ 250.
De autoria do deputado estadual Carlos Minc, a lei 5.230, que amplia o tempo de concessão da bolsa, foi sancionada pelo governador no último dia 29 de abril e publicada no dia seguinte, no Diário Oficial do estado. Antes da nova legislação, a ajuda de custo só era concedida no primeiro ano de curso, depois o benefício era suspenso. Professores da universidade relatam que muitos cotistas abandonaram a universidade, porque não tinham dinheiro para custear as despesas com livros, passagem e alimentação.
Segundo a lei, só serão beneficiados os alunos que ingressarem no sistema de cotas no segundo semestre deste ano. Segundo um dos assessores de Carlos Minc, a concessão da bolsa até o fim do curso para os atuais cotistas dependerá de um novo estudo orçamentário.
O sistema de cotas para alunos da rede pública, negros, deficientes físicos e indígenas foi instituído no estado pela lei 4.151, em 2003. Avaliação sete anos depois
Sete anos após sua implantação, o sistema de cotas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) está em fase de avaliação. Um estudo produzido pela universidade, em parceria com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Ministério da Educação, deverá ser concluído até o fim do ano para aferir os resultados do sistema, implantado em 2001. O reitor Ricardo Vieira Alves, que é favorável à reserva de vagas, afirmou que a avaliação contará com indicadores para que a sociedade avalie a proposta:
" Oferecemos mais vagas para o sistema de cotas do que o número de estudantes inscritos "
- Estamos fazendo uma profunda reavaliação do sistema. No ano passado, nós oferecemos mais vagas para o sistema de cotas do que o número de estudantes inscritos. Precisamos saber o que está acontecendo. A intenção é mostrar dados como o desempenho dos cotistas na universidade, problemas enfrentados durante sua formação, além da inclusão dos formados no mercado de trabalho. Será um estudo bem abrangente.
No vestibular do ano passado, a universidade ofereceu 1.048 vagas para quem se autodeclarou negro, sendo que apenas 673 estudantes com este perfil se candidataram, e 439 foram aprovados. O mesmo número de vagas foi oferecido para estudantes da rede pública, que recebeu 1.292 inscritos, com 787 classificados.

Clip 2Pac - Changes (tradução)

Clip maravilhoso e conscientizador... com tradução ficou melhor ainda.

terça-feira, 13 de maio de 2008

POLÍTICAS DE COTAS VOLTA A SER CRITICADA

O que falar sobre a atitude destes caras do "negro socialista"????



Jornal Nacional

Sábado, 10/05/2008

Em São Paulo, 104 pessoas de dez estados brasileiros discutiram o Estatuto da Igualdade Racial, que está em discussão no Congresso. Militantes do Movimento Negro se manifestaram contra as cotas.

sábado, 10 de maio de 2008

PALESTRA "AS QUESTÕES RACIAIS NO BRASIL" NA UFRJ

O Projeto Conexões de Saberes - Diálogos entre a Universidade e Espaços Pupulares Convida todos para Terça de Diálogos Espaço de formação de debate com temáticas atuais que propiciem um diálogo entre a universidade e a sociedade
Mesa Redonda
AS QUESTÕES RACIAIS NO BRASIL
Dra.Maria Aparecida Silva Bento - CEERT/SP
Prof.Dr.Renato Emerson - FFP/UERJ (São Gonsalo) - Diretor da Associação dos Geográfos Brasileiros( AGB) Seção Rio de Janeiro
Katiúscia Ribeiro - Estudante de Filosofia da UFRJ - Bolsista do Conexões de Saberes
13 de Maio de 2008 ás 14:00
Local: Auditório de CFCH
Manuel MauricioPraia Vermelha - UFRJ