O “griot” em tradições orais de vários povos africanos é um dos símbolos representativos dos narradores, dos que contam contos, cantam décimas, sábios, avós, mães e todos personagens cênicos ou não, que, em muitas sociedades, são depositários de histórias, de testemunhos ou de tradições que ele conta.
sábado, 13 de outubro de 2007
Paulinho da Viola, após mais de uma década, lança CD com sambas inéditos e DVD acústico
Publicada em 11/10/2007 às 08h38m
João Pimentel - O Globo RIO -
Paulinho da Viola olha pela janela do 40 andar da torre de um shopping carioca, QG da gravadora Sony&BMG, e avista o prédio da UFRJ, na esquina das avenidas Pasteur e Venceslau Braz, onde funcionou o Hospício Pedro II. Lembra que sua mãe, ainda com 15 anos, olhou para a construção e cismou que trabalharia ali. Entrou na sala do diretor com seus documentos e começou uma carreira de 40 anos trabalhando com saúde mental, inclusive na Colônia Juliano Moreira, com a doutora Nise da Silveira. "Fui saber disso outro dia. Fiquei pensando como conhecemos pouco sobre nossos pais...". Uma conversa com Paulinho é sempre assim, leve e profunda, divertida e introspectiva, seja em uma entrevista ou em gravações como a do DVD (e CD) acústico que está lançando pela MTV/Sony & BMG ( assista a música inédita 'Ainda mais' ), e cujo ótimo making of começa com o sambista dizendo que não fala nada com uma câmera na frente dele.
- Depois que soube dessa história e que ela me contou que trabalhava durante sete dias, inclusive dormindo no emprego, e ia para casa passar apenas um dia de folga, é que passei a entender por que essa geração amava o Getúlio Vargas. Ela sentia-se em dívida com ele, que criou leis trabalhistas que acabaram com essa escravidão.
Talvez por isso, inconscientemente, Paulinho tenha adquirido o hábito de trabalhar e produzir no seu tempo, não aceitando pressão e nem o estresse do mercado.
- Podem achar que é acomodação, mas não é, sigo minha intuição. Faço as coisas quando acho que é a hora.
Paulinho rejeitou convites anteriores.
E foi a intuição que fez o músico recusar três convites para voltar a gravar um disco de inéditas após mais de dez anos. O último foi "Bebadosamba", de 1996. No ano seguinte gravou "Bebadachama", ao vivo; em 1999, "Sinal aberto", com Toquinho; e, em 2003 "Meu tempo é hoje", com a trilha do filme homônimo. Até que surgiu a idéia do projeto acústico.
- Eu quase fechei com uma gravadora há uns anos. Já tinha um repertório pronto. Mas fui adiando. Só ouvia companheiros reclamar da indústria, da pirataria. Resolvi esperar a poeira baixar. Então pintou o disco da trilha do filme. Não queria fazer, mas a turma me sensibilizou. Há alguns meses fiz um show no teatro Fecap, em São Paulo, e, no fim, o (produtor) Homero Ferreira me deu todo o material gravado. Pensei em usar as gravações, que são ótimas... Até que apareceu a MTV...
Para ler o restante da matéria clique na imagem para ampliar.
link para baixar o CD Meu tempo é hoje
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.