20 de novembro de 2007.
Querida Dandara,
Esta carta aberta vem com atraso sabemos disso, mas é necessário ratificar que nunca estivemos mortas e apesar de estarmos nas lutas feministas e do movimento negro e sermos invisibilizadas, nunca fomos agentes passivas.
Querida Dandara,
Esta carta aberta vem com atraso sabemos disso, mas é necessário ratificar que nunca estivemos mortas e apesar de estarmos nas lutas feministas e do movimento negro e sermos invisibilizadas, nunca fomos agentes passivas.
Reconhecemos no 20 de novembro - e durante todos os dias de nossas vidas - a sua luta em Palmares. E é essa luta que nos serve de seiva para enfrentarmos os racismos e o machismo cotidiano. Dandara e dandaras... Lindas pérolas negras que existem e se afirmam mesmo diante da imposição de uma invisibilidade social e histórica.
Sem negar a importância de Zumbi, estamos aqui, minha preta, para afirmar que a consciência negra se constrói a partir da valorização das nossas irmãs de África. Mais do que companheira de Zumbi na luta pela nossa liberdade ainda não alcançada você, Dandara, representa a libertação das mulheres pretas dos estigmas e das negações que são impostas a cada momento em que seu nome é evocado.
Teu nome está presente em nossas mentes como força para resistirmos e reagirmos à discriminação no mercado de trabalho, à negação imposta pelos homens negros, brancos e pelas mulheres brancas, às retaliações que sofremos quando nos afirmamos esteticamente e intelectualmente no modelo racista e sexista de educação.
Ah, Dandara... O nosso quilombo de mulheres pretas que lutam - e lutarão - ao lado de alguns dos seus irmãos pretos resiste. Ainda falando de negações e invisibilidade, não podemos nos esquecer de "nossa presença" na mídia. Aliás, Dandara, não estamos na mídia. Não estamos porque os pequenos papéis que são reservados aos homens e mulheres pretas não demonstram a força que nós temos. O que a mídia tenta fazer de nós faz parte de um plano que tentar destruir nossas identidades em prol de estereótipos e estigmas de putas, burras, problemáticas...
E o pior Dandara, é que muitos daqueles que se dizem nossos irmãos no vêem e nos entendem nesse espelho distorcido.. . Desse modo, vários deles nos negam e (se) afirmam nos padrões estéticos das mulheres brancas. Além disso, tudo, nossas irmãs pretas lésbicas são excluídas e invisibilizadas do movimento negro, pois muitos de nossos irmãos não compreendem o triplo preconceito que a mulher negra sofre.
Dandara terminamos esta carta com um abraço carinhoso, e um recado: Continuamos de punho fechado, resistindo sempre.
Saudações,
Pérolas Negras.- Núcleo de estudantes negras da UFBA.
Ontem a folha publicou que o Ministério Público colocou Jô Soares na mira!
ResponderExcluirveja a matéria em www.mariafro.blogspot.com
grande abraço!
Esqueci, eu linquei seu blog também ao site da coleção História em projetos, na lista de link intitulada: Materiais para uma escola sem racismo
ResponderExcluirgrande abraço
segue o link:
http://historiaemprojetos.blogspot.com