sábado, 16 de fevereiro de 2008

JUDEUS ETÍOPES PROTESTAM CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL EM ISRAEL

Matéria interessante que mostra que mesmo quando existe um discurso de diáspora judaico forte que busca juntar todos os judeus espalhados pelo mundo certos iracionalismos como o racismo ainda impera nas cabeças de muitas pessoas. A "webmaster preferida" do aldeiagriot falou algo que resume acertadamente está matéria: "Até em Israel acabamos sendo discriminados enquanto pretos".

No wipédia tem muito poucas informações sobre os judeus etiópes, clique aqui para conferir. No blog do Rizolo têm a matéria abaixo e comentários interessantes, além da imagem ao lado.


Retirado do jornal Hora do Povo

Em matéria publicada no dia 6, o jornal israelense Haaretz denuncia a discriminação racial que atinge estudantes judias negras, vindas da Etiópia, em colégio primário na cidade de Petach Tikva, para onde foram enviados a maioria dos que emigraram do país africano para Israel.
O colégio, Escola Elementar Lamerchav, de orientação religiosa, aceitou receber quatro estudantes etíopes. Oitenta crianças em idade escolar não conseguiram matrícola para este ano letivo na mesma cidade.
As crianças que foram recebidas, estão tendo aulas em salas separadas, têm recreio em horário separado e a diretoria da escola alugou um carro para levá-las para casa, longe das demais que viajam em um ônibus escolar.
“Eles sempre souberam, e nós sempre acreditamos, que nós somos um único povo”, afirmou Shula Hula, que estuda na Universidade Hebraica, em Jerusalém. “Agora provaram que estão mentindo”.
As crianças etíopes estão também sendo manipuladas pelas diretorias das escolas. As ‘seculares’ dizem que não podem inscrevê-las porque ainda não foram convertidas ao judaísmo pelo rabinato (os etíopes que mantiveram tradições hebréias com uma liturgia diferente das demais correntes judaicas, são considerados “não inteiramente judeus” pelo stablishment rabí-nico de Israel). As religiosas, onde as crianças deveriam tomar aulas para se prepararem para a conversão, tampouco querem recebê-las, alegando que os pais das demais crianças (não negras) se afastariam das mesmas escolas que recebessem os etíopes.
“O Ministério da Educação abandonou os filhos de imigrantes da Etiópia. Todos os cidadãos merecem receber educação igual”, afirmou Abraham Nagosa, líder da comunidade dos etíopes em Petach Tikva.
O Banco de Israel liberou um informe onde se diz que os trabalhadores de origem etíope ganham, em média, metade dos salários da média dos trabalhadores do país. 52% das famílias dos etíopes são pobres. A maioria de seus integrantes em idade de trabalhar está desempregada. A comunidade etíope, que está em 1,4% da população, contribui com mais de 16% do total de israelenses abaixo da linha de pobreza.
O informe do Banco de Israel sugere uma forma original de enfrentar a discriminação: escolas que recebessem etíopes receberiam fundos extras!

O ex-presidente Mo-she Katsav – afastado por escândalos de corrupção e de assédio sexual – declarou, pouco antes de se afastar: “Israel talvez tenha errado em trazer os judeus da Etiópia para cá”.
Manifestação recente dos etíopes de Petach Tikva foi recebida por cargas de cavalaria da polícia.

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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.