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16/02/2008 - 17h11
Neto de escravo, Joel Aguiar foi rejeitado em entrevista e sua filha, aprovada.Universidade informou que houve 'erro técnico' em lançamento de resultado.
Do G1, em Brasília
A Universidade de Brasília (UnB) voltou atrás neste sábado (16) e considerou aprovado um candidato que havia sido reprovado em entrevista para ingresso na universidade pelo sistema de cotas. No mesmo processo de seleção, a filha do candidato foi aprovada.
O jornalista Joel Carvalho de Aguiar, 35 anos, se inscreveu para o curso de letras e espanhol da UnB. Sua filha, Luá Resende de Aguiar, 16 anos, tenta uma vaga no curso de ciências políticas. Aguiar é bisneto de escravo com índia. Seu avô era casado com uma mulher branca, assim como seu pai.
Pai e filha fizeram o vestibular no dia 19 de janeiro e a entrevista pelo sistema de cotas no dia 8 de fevereiro. No dia 13, na divulgação do resultado da entrevista, veio a surpresa: o pai havia sido rejeitado, a filha, aprovada.
Aguiar recorreu da decisão, mas foi informado pelo Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe), que organiza o vestibular de ingresso à UnB, que a decisão demoraria 15 dias para ser anunciada. “Aí já teria sido homologado o resultado do vestibular”, afirmou.
Neste sábado (16), depois que o caso se tornou público, Joel Aguiar foi informado por telefone pelo Cespe de que havia ocorrido um “erro técnico” no lançamento do resultado de sua entrevista no sistema da universidade, e que ele havia sido aprovado. “Não estou em condições de julgar o Cespe. Se eles falaram que erraram, eu acredito que tenham errado”, afirmou Joel Aguiar ao G1.
A UnB informou que o caso de Joel foi um erro técnico na hora do lançamento final do resultado da entrevista. Apesar da aprovação na entrevista, Aguiar ainda não tem vaga assegurada. Para ingressar na UnB ele deve ser aprovado no vestibular e ainda concorrer por uma vaga com outros cotistas aprovados em entrevista.
Irmãos gêmeos
O caso de Joel Aguiar lembra o dos gêmeos idênticos Alan e Alex Teixeira da Cunha. No ano passado, Alan foi aprovado para concorrer a uma vaga como cotista, mas seu irmão não. Depois de críticas de movimentos de defesa do direito dos negros, Alex acabou sendo também aprovado. Segundo a UnB, o caso ocorreu porque até o ano passado o processo de seleção de cotistas era definido por análise de fotografias. Neste ano, o processo é feito por entrevistas com os candidatos.
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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.