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Sábado, 29 de março de 2008, 04h01
A condenação de um dos maiores sucessos do funk, 'Um tapinha não dói', de autoria de MC Naldinho, foi recebida com gosto de vitória pelas organizações não-governamentais que atuam na defesa dos direitos da mulher. "Considero a decisão legítima. Temos que reagir a qualquer tipo de agressão contra as mulheres. Ela abre jurisprudência para outras ações semelhantes nos tribunais, que vão inibir músicas depreciativas como essa", diz Nilza Iracy, coordenadora do Instituto da Mulher Negra. A indenização de R$ 500 mil será revertida para o Fundo Federal de Defesa dos Direitos. A Furacão 2000 vai recorrer.
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Para a ONG Crioula, a sentença judicial joga por terra o argumento de que as mulheres têm prazer em apanhar. "É cultural achar que toda mulher gosta de ser ofendida na cama. Nós, que lutamos contra isso, somos as mal-amadas. No fundo, retrata relação de violência, de falta de afeto e de respeito", diz a coordenadora Lúcia Xavier. A ONG e mais 12 entidades ganharam na Justiça ação de racismo contra a gravadora Sony Music, pela execução da canção "Veja os cabelos dela", cantada por Tiririca. A empresa pagou R$ 300 mil para o Fundo Federal de Defesa dos Direitos. O advogado que ganhou a causa, Humberto Adami, diz que não é censura. "A liberdade de expressão deve vir junto com a responsabilidade de arcar com os danos a terceiros", diz.
A ex-parceira de MC Naldinho, MC Bella, critica a punição. "É uma brincadeira entre marido e mulher. Quando lançamos o 'tapinha', uma MC lançou uma resposta. A letra dizia 'Tapinha nada. No meu homem eu dou porrada'. É tudo brincadeira", arremata.
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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.