domingo, 20 de abril de 2008

PAI DO MOVIMENTO NEGRITUDE FALECEU

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Morreu o poeta Aimé Césaire, pai do movimento 'negritude'
17/04/08.
PARIS (AFP) — O poeta martinicano Aimé Césaire, considerado o pai do "movimento negritude", faleceu nesta quinta-feira aos 94 anos em Fort de France (Martinica), Antilhas Francesas, no centro médico onde se encontrava hospitalizado desde 9 de abril.
Desde sua internação por problemas de natureza cardíaca circulavam rumores sobre seu estado de saúde preocupante.
O funeral acontecerá na ilha natal do poeta, ao final de três dias de homenagens, anunciou o Partido popular martinicano, fundado por Césaire.
O presidente francês Nicolas Sarkozy irá à Martinica para assistir à cerimônia de enterrro do escritor, poeta, autor teatral, ensaísta e homem político de esquerda.
Sarkozy saudou em Aimé Césaire um "símbolo de esperança para os povos oprimidos".
A Assembléia Nacional francesa observará um minuto de silêncio em memória daquele que foi, também, o deputado que bateu todos os recordes de longevidade parlamentar, atuando de 1945 a 1993.
Nascido em 1913 em Basse-Pointe (Martinica) de uma família modesta, Césaire cresceu cercado pela miséria da população rural de uma ilha profundamente marcada por dois séculos de escravidão.
Aimé Césaire foi, junto com o senegalês Leopold Sedar Senghor e o guaianês Leon-Gontran Damas, um dos impulsores da corrente conhecida como "negritude".
Defensor do mundo negro e de sua revolta contra o colonizador, se definia "fundamentalmente poeta, mas poeta comprometido" e "negro, negro, desde o fundo do céu imemorial".
Césaire é autor de uma obra veemente e reivindicativa, às vezes muito próxima do surrealismo e que se propagou com os movimentos de luta contra a colonização.
Aimé Césaire teve influência maior sobre várias gerações de escritores e intelectuais no mundo.
Lançou-se na política e criou um partido, o Parti Progressista martinicano (PPM) para promover a autonomia de sua ilha e a "igualdade social".
Em 1950, com a publicação de seu "Discours sur le colonialisme", discurso sobre o colonialismo, texto virulento contra o ocidente, empoleirado no "alto do morte de cadáveres da humanidade", amplia sua audiência e dá a sua obra um aspecto universal.
As autoridades locais querem que, por ocasião do enterro, o cortejo passe por vários bairros da cidade onde foi prefeito durante 56 anos (1945-2001).
O autor de "Cahier d'un retour au pays natal" consagrou sua vida à literatura e à política, nos quais plasmou todos seus combates contra o colonialismo e o racismo.

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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.