O dia 27/06 marca o aniversário de um ano da chacina do Complexo do Alemão. Essa chacina foi resultado da primeira mega-operação da PM em conjunto com a Força Nacional Segurança e teve como resultado a morte de pelo menos de vinte e uma pessoas e o ferimento de nove, incluindo crianças.
Contando desde o início da ocupação na comunidade – dia 2 de maio de 2007 – os números são ainda mais alarmantes: mais de 43 mortos e 81 feridos. Alemão, Baixada, Coréia, Candelária, Acari, Borel, Vigário Geral e o tão recente caso da Providência são apenas alguns exemplos de como as chacinas viraram uma rotina no cotidiano do nosso estado.
Esse é o resultado direto da lógica de medo e terror implantada pela política de segurança pública atual, que baseada no confronto e no processo de criminalização dos pobres atinge especialmente os jovens negros. Acusamos os governos de matar nossa juventude. Acusamos o modelo de segurança adotado nos últimos tempos de promover uma política de extermínio. Acusamos a justiça de omissão e negligência.
Por isso marchamos em lembrança de um ano da Chacina do Alemão: para não deixar no esquecimento as execuções de nossos jovens. Porque não acreditamos que a segurança pública deva se pautar numa política de confronto e extermínio e exigimos a adoção de um modelo de segurança pública baseado na garantia dos direitos humanos, além da investigação rigorosa das circunstâncias de todas as mortes ocorridas em conseqüência dessa política nefasta.
Muito importante a iniciativa. Devemos sempre lembrar que a chacina do alemão não foi considerada como uma chacina até hoje, e não há nenhum reconhecimento e nem responsabilização dos agentes do Estado que promoveram essa barbaridade.
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