17/11/2008
Crimes raciais crescem nos EUA após eleição de Obama, diz jornal
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da Folha Online
Crimes raciais crescem nos EUA após eleição de Obama, diz jornal
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A vitória de Barack Obama como o primeiro presidente negro dos Estados Unidos empolgou analistas que apontaram um novo nível das relações inter-raciais no país. Mas a chegada do democrata na Casa Branca trouxe também um aumento nos crimes de motivação racial, informa reportagem do jornal "Daily Telegraph".
Desde cruzes queimando a alunos gritando "assassinem Obama", passando por bonecos negros enforcados em árvores, houve centenas de incidentes ligados ao preconceito racial desde a eleição de 4 de novembro. Muito além do "normal", disse Mark Potok, diretor do Intelligence Project, do Southern Poverty Law Center, que monitora crimes raciais.
Leia a íntegra, em inglês
Jae C. Hong/AP
Desde cruzes queimando a alunos gritando "assassinem Obama", passando por bonecos negros enforcados em árvores, houve centenas de incidentes ligados ao preconceito racial desde a eleição de 4 de novembro. Muito além do "normal", disse Mark Potok, diretor do Intelligence Project, do Southern Poverty Law Center, que monitora crimes raciais.
Leia a íntegra, em inglês
Jae C. Hong/AP
Obama beija a mulher, Michelle; eles serão a primeira família negra na Casa Branca
Potok disse ao jornal que a subida de Obama de um desconhecido senador por Illinois até o presidente do país deixou "uma grande parcela de brancos no país que sentem que estão perdendo tudo que conhecem, que o país que os fundadores criaram foi, de alguma forma, roubado".
E a reação, da Califórnia, na costa oeste, a Maine, na costa leste, foi uma série de crimes raciais que envolvem vandalismo, ameaças vazias e dois jovens neonazistas acusados de planejar o assassinato de Obama e de outras 88 pessoas negras.
Um destes casos, relata o jornal, foi em Snellville, Geórgia, onde Denene Millner disse que, no dia após a eleição, um garoto no ônibus da escola disse a sua filha de 9 anos que esperava que alguém matasse Obama.
Na noite do mesmo dia, alguém revirou o lixo na frente da casa de sua irmã, arrancou todas as placas de apoio a Obama e deixou duas caixas de pizza com fezes.
"Isso definitivamente faz com que você olhe de uma forma diferente para as pessoas com quem você vive e faz você pensar do que eles são capazes e o que eles estão realmente pensando", disse Millner.
A mudança --lema central da campanha do democrata-- nunca é aceita facilmente ou de maneira unânime. Para William Ferris, do Centro para Estudo do sul da América, da Universidade da Carolina do Norte, um presidente negro é "a mais profunda mudança no campo da raça que o país vivenciou desde a Guerra Civil".
A guerra civil americana ocorreu de 1861 a 1865 e dividiu o norte --da burguesia industrial-- que não aceitava a extensão da escravidão para as novas terras do Oeste americano, e o sul --da aristocracia-- que desejava a manutenção da escravidão.
AP
Daniel Cowart, acusado de planejar morte de Barack Obama, aparece em foto na internet
"Abala as fundações nas quais o país se firmou por séculos", disse Ferris. "Alguém disse uma vez que racismo é como câncer. Ele nunca é vencido completamente".
Mas se a vitória de Obama não ajudar os fundamentos da nação americana, que ainda carrega as marcas do segregacionismo, ao menos pode inspirar uma nova atitude.
No dia após a vitória esmagadora de Obama, a estudante do Ensino Médio, Barbara Tyler, de Marietta, Geórgia, disse ter ouvido comentários preconceituosos sobre Obama e que os professores não permitiram a discussão sobre o evento histórico para o país.
Tyler foi então à Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor e pediu uma assembléia para discutir a hostilidade e ressentimento locais --um ótimo exemplo da mudança que pode estar a caminho.
Veja outros incidentes que ocorreram desde a vitória de Obama
-Bonecos negros foram "enforcados" em árvores de Mount Desert Island, no Maine, segundo relata o "Bangor Daily News".
-Cruzes foram queimadas nos jardins das casas de apoiadores de Obama em Hardwick, Nova Jersey, e Apolacan Township, na Pensilvânia. O ato é um símbolo do grupo racista Ku Klux Klan, que, contudo, amenizou a vitória de Obama dizendo que ele é só metade negro.
-Na Universidade da Carolina do Sul, quatro alunos admitiram ter escrito comentários anti-Obama em um túnel destinado à livre expressão, incluindo um texto de linguagem ofensiva e que dizia que ele devia ser morto com um tiro na cabeça.
-Na escola de Ensino Médio em Covington, o diretor suspendeu um aluno por usar "parafernália política" --uma camiseta com a imagem de Obama--, no dia após a eleição do democrata. A mãe do aluno, Eshe Riviears, relatou ter ouvido do diretor: "Você gostando ou não, nós estamos no sul e há muitas pessoas que não estão felizes com esta decisão".
- Em Standish, Maine, uma placa dentro da loja Oak Hill dizia: "Aposta na morte de Osama Obama" pedindo aos consumidores que apostassem US$ 1 no dia em que ele seria morto. Na placa dizia ainda: "Esperemos que alguém ganhe".
-Na Universidade do Alabama, o professor Marsha L. Houston disse que um pôster da família de Obama foi arrancado da porta de seu escritório. No lugar, uma placa trazia ameaças de morte e linguagem ofensiva. "Parece que a eleição trouxe os ratos racistas de trás da parede", disse a professora.
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No dia após a vitória esmagadora de Obama, a estudante do Ensino Médio, Barbara Tyler, de Marietta, Geórgia, disse ter ouvido comentários preconceituosos sobre Obama e que os professores não permitiram a discussão sobre o evento histórico para o país.
Tyler foi então à Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor e pediu uma assembléia para discutir a hostilidade e ressentimento locais --um ótimo exemplo da mudança que pode estar a caminho.
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- Em Standish, Maine, uma placa dentro da loja Oak Hill dizia: "Aposta na morte de Osama Obama" pedindo aos consumidores que apostassem US$ 1 no dia em que ele seria morto. Na placa dizia ainda: "Esperemos que alguém ganhe".
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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.