domingo, 23 de novembro de 2008

SENADO QUE EXCLUIR RENDA DE CRITÉRIOS PARA COTAS NAS FEDERAIS

Retirado do site do jornal Estado de São Paulo.

22 novembro de 2008
Projeto aprovado na Câmara obriga universidades a preencher metade das vagas por parâmetros sociais e étnicos
Denise Madueño


A reserva de vagas em universidades federais para estudantes de famílias que ganham até um salário mínimo e meio por pessoa aprovada na quinta-feira pela Câmara encontra resistência no Senado. A cota por renda foi incluída no projeto que reserva 50% das vagas em universidades federais para estudantes que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas.
As vagas serão preenchidas com reservas para negros, pardos e indígenas na proporção da população de cada etnia nos Estados, de acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As regras da cota valem também nas instituições federais de ensino técnico de nível médio para os estudantes que cursaram o ensino fundamental em escolas públicas.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), autora do projeto aprovado pelo Senado e alterado na Câmara, discorda da cota por renda aprovada pelos deputados e afirmou que vai defender a manutenção do texto dos senadores em nova votação na Casa.
Ex-ministro da Educação, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que a cota por renda é uma forma de “enganar a população”, porque ela não terá aplicação na prática. “As pessoas pobres não terminam o ensino médio. Essa cota só será preenchida quando toda criança puder estudar, quando a Bolsa-Família se transformar em Bolsa-Escola e quando o ensino médio for obrigatório no País, o que não é”, afirmou Cristovam.
“É uma cota enganosa para desviar o assunto e dizer que, agora, os pobres podem entrar na universidade. Vai beneficiar muito pouco”, criticou. O senador disse que também vai defender a restituição do projeto de Ideli na nova votação do projeto no Senado.
A senadora petista argumentou que a reserva para os estudantes que cursaram escolas públicas já vai atender os alunos de famílias de baixa renda. “O critério de corte por renda vai restringir o acesso dos estudantes”, afirmou a senadora. “Aparentemente, é muito justo, mas é muito injusto.”
Ideli lembrou que o projeto do Senado foi construído por consenso e, por isso, acredita que o texto da Câmara deverá ser rejeitado pelos senadores. O projeto da senadora previa inicialmente a criação de cotas para estudantes de escolas públicas apenas nas instituições federais de ensino técnico de nível médio. Nas discussões, por proposta do PSDB, foi incluída a cota também nas universidades. Está na proposta original da senadora o critério de preenchimento das vagas por etnia, mantido pelos deputados.

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