Retirado do site Correio Nagô.
16/10/2009
Apenas no papel
As leis que tornam obrigatório o ensino de História da Cultura Africana e da população negra no Brasil não funcionam na prática, isso prova que as leis do regime burguês são nulas para favorecer a população negra e exploradaDuas são as leis aprovadas sobre o ensino da história da população negra no Brasil que até hoje não foram nem minimamente colocadas em prática.
A primeira, aprovada no ano de 2003, a lei 10.639, torna obrigatório o ensino da História da Cultura Africana nas escolas do ensino médio e fundamental.
A lei 11.645/08, aprovada em 10 de março de 2008, tornou obrigatório a temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” nas escolas públicas.
Apenas em algumas escolas particulares do ensino superior, a história da população negra é ensinada, ainda com muito a desejar, excluindo os principais métodos e organização da população negra contra a escravidão e seu importante papel junto à classe operária.
É notório entre a maioria da população que quando se trata de favorecer a população negra com uma lei aprovada pelo regime burguês, essa lei não é colocada em prática. Assim como a constituição brasileira que estabelece que o salário mínimo do trabalhador deve satisfazer as suas necessidades e de sua família com moradia, emprego, educação, saúde, lazer, transporte etc. em nada disso é colocado em prática.
Existe uma lista desculpas para não implantar as disciplinas sobre a história do povo negro desde a ausência de preparo e professores, até a “ausência de livros didáticos”.
De que se trata de uma golpe fica claro. Por exemplo, quando surgem leis de parlamentares burgueses, ligados a igreja católica, para inserir a disciplina de ensino religioso nas escolas, a burguesia olha com bons olhos e, rapidamente cuida de propiciar os meios para colocá-las me prática.
As próprias religiões dos negros, oriundas da África, são excluídas e discriminadas.Essa injustiça contra a população negra acontece porque não existe o menor interesse da burguesia racista brasileira, ensinar para a juventude, por exemplo, que quem provocou o maior levante das forças armadas brasileiras, foi um marinheiro negro de nome João Cândido.As organizações do movimento negro devem realizar uma campanha para que as disciplinas sobre o ensino da História da Cultura Africana e História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, sejam realmente inseridas nas escolas de todo o país.
Liliane da Silva Goes* Graduanda em Enfermagem – Universidade Católica do Salvador (UCSAL), colaboradora e militante do Movimento Negro Unificado (MNU), Parceira do Geledés-Instituto da Mulher Negra, Ativista das Mulheres Negras – Do Umbigo para o Mundo e Multiplicadora da ONG Conectas no projeto Direito a Saúde da Mulher Negra em Camaçari - Bahia.
Contato: E-mail: lilianegoes@ymail.com
Tel: (71) 99470617
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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.