Sábado, 10 de Outubro de 2009
Em entrevista ao repórter Edney Silvestre (RJTV). Ativista social ressalta que o mundo foi feito para a convivência.
Mãe Beata de Iemanjá tem uma atuação social destacada em Nova Iguaçu, onde ajuda todo tipo de gente necessitada. Faz parte do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e é integrante do Fórum Espiritual para a Paz Mundial.
Fazer o bem sem olhar a quem. Você conhece a frase, e ela se aplica perfeitamente a nossa entrevistada no Bate-Papo deste sábado (10). No registro civil, ela é Beatriz Miranda Costa. Mas todos os que necessitam do auxílio dela a conhecem como Mãe Beata de Iemanjá.
Mãe Beata de Iemanjá tem uma atuação social destacada em Nova Iguaçu, onde ajuda todo tipo de gente necessitada. Faz parte do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e é integrante do Fórum Espiritual para a Paz Mundial.
Fazer o bem sem olhar a quem. Você conhece a frase, e ela se aplica perfeitamente a nossa entrevistada no Bate-Papo deste sábado (10). No registro civil, ela é Beatriz Miranda Costa. Mas todos os que necessitam do auxílio dela a conhecem como Mãe Beata de Iemanjá.
RJTV: Quem vê a sua história, com viagens internacionais, livros publicados, uma boa vida, não imagina a sua infância. Como era a vida de criança?
Mãe Beata, ativista social: Olorum, o deus onipotente, quando nos manda para o mundo no qual estamos, já sabe de tudo. Ele sabia que ia mandar a menina Beatriz e que depois ela tomaria outros caminhos. Se não fosse a vinda dessa Beatriz, não estaria aqui e agora uma menina que foi filha de afrodescendentes, paupérrima, nascida da fome e com tanta história em papelzinho para tirar de dentro do saco. Uma menina que aprendeu a ler em papel velho, porque o pai achava que menina não tinha que aprender a ler, para não escrever cartas para namorados. Uma vez, um ministro me perguntou qual era meu grau de instrução. Eu disse que tinha até o terceiro ano primário. Ele disse que naquele momento teve vontade de jogar tudo que aprendeu fora.
RJTV: É outra sabedoria.
Mãe Beata: É uma sabedoria ancestral. Eu encontrei muita gente para me ajudar. Tudo isso me tornou esta mulher, que tem a sensibilidade de saber que é negra, porém é uma cidadã brasileira, o seu povo ajudou a construir esta nação. Onde ela estiver, pode dizer que é uma mulher brasileira.
Conta sobre o trabalho com mulheres, crianças, portadores de HIV.
Conta sobre o trabalho com mulheres, crianças, portadores de HIV.
RJTV: Como a senhora ampara e orienta essas pessoas?
Mãe Beata: Quase sempre essas pessoas me procuram. Eu aconselho, principalmente em casos de promiscuidade. A pessoa que é gay não precisa ser promíscua. Para tudo na vida a pessoa tem que ter dignidade. Os adolescentes estão precisando de voz, de amor de pai e de mãe, de família. Estão precisando disso.
RJTV: Uma pergunta é importante para que todos entendam sua visão da vida: a senhora tem medo de morrer?
Mãe Beata: Não. Na visão de mundo ioruba não existe morte. Nós somos como um perfume delicioso dentro de um vidro. Esse vidro pode cair e se quebrar, porém, aquela essência fica. A morte para mim é isso. É o que vai acontecer comigo. O meu feito ficará na lembrança e sustentará meu povo e a mim onde eu estiver. Eu sou de candomblé, porém, faço parte da Igreja Católica. Eu amo o padre Renato, que também tem um trabalho maravilhoso. Ele é meu amigo inseparável. O mundo foi feito para isso, para você me ouvir e eu lhe ouvir, para a convivência. Quando vi seus olhos cheios de lágrimas, os meus encheram também para você ver. A pior coisa é você chorar e o outro sorrir na sua frente. Que todos os deuses da natureza tomem conta da nossa nação, que haja menos violência, tomem conta das minhas crianças do morro. Elas não são da rua, são do meu coração. Nós temos que estar aqui para servir de exemplo. É o que eu desejo para todos.
Matéria extraída do site g1.com.br/rjtv
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.