quarta-feira, 31 de março de 2010

NEGRO TEM RISCO DUAS VEZES MAIOR DE SER ASSASSINADO NO PAÍS DO QUE BRANCO

Retirado do site do Jornal Estado de São Paulo.

Entre os jovens, desigualdade chega a 130%; série histórica inédita só foi possível a partir de 2002, com maior detalhamento dos óbitos
31 de março de 2010
Lígia Formenti - O Estadao de S.Paulo
BRASÍLIA

O Brasil registrou 47,7 mil assassinatos em 2007, o equivalente a uma média diária de 117 mortes, conforme o Mapa da Violência 2010: Anatomia de Homicídios no Brasil. Mas o dado mais alarmante do relatório divulgado ontem é que pela primeira vez foi possível, numa série histórica de cinco anos, quantificar o risco de um jovem negro ser vítima de homicídio no País. E esse risco é 130% maior do que o de um jovem branco.

Essa situação não é diferente quando se analisam todas as faixas etárias. O número de vítimas brancas passou de 18.852 para 14.308, o que significa uma redução de 24, 1%. Entre negros, o número de mortes saiu de 26.915 para 30.193, um crescimento de 12,2%. Para cada branco assassinado, morrem 2,2 negros no País. Isso significa que morrem no Brasil 107,6% mais negros do que brancos.

A desigualdade entre as duas populações, que já era expressiva, aumentou muito num período de apenas cinco anos. Em 2002, morria 1,7 negro entre 15 e 24 anos para cada jovem branco. Em 2007, essa proporção foi de 2,6 para 1.
O abismo entre taxas de homicídios é resultado de duas tendências opostas. Nos últimos cinco anos, o número de mortes por assassinato entre a população jovem branca apresentou redução: 31,6%. Entre negros, houve aumento de 5,3% das mortes no período. "Brancos foram os principais beneficiados pelas ações de combate à violência. Temos uma grave anomalia que precisa ser reparada", diz o autor do estudo, Júlio Jacobo.

A nova série histórica só foi possível porque, a partir de 2002, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a registrar nas certidões de óbito a raça do morto em mais de 80% dos casos. Anteriormente, esse dado só aparecia em cerca de 30% dos registros.

2 comentários:

  1. Isso daria um tópico bom para debater.
    A questão racial no Brasil é muito complicada de se discutir. Tem gente que acha até que ela nem exista, e preferem chama-la de "social exclusão".

    É até mais cômodo mesmo para continuarmos a vender essa falsa imagem de que somos a terra da diversidade, onde tudo se mistura de forma amigável e feliz, sem preconceitos, é claro!!!

    Até já escutei de várias pessoas, que manifestações culturais/sociais e de reparação em prol da negritude, é considerado "racismo ao contrário". Como as cotas nas universidades por exemplo.


    Paulo Brazil!!!
    Apreciador da Cultura Hip Hop!!!
    Colaborador do Blog: Aonde a Favela Chegou!!!

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  2. Racismo machuca muito!! é uma dor na alma! quase que inexplicavel....

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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.