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Terça-feira, 20 de Abril de 2010
:: Bahia ::
Intolerância Religiosa
Terça-feira, 13/04/2010
Salvador - Cerca de 60 representantes de terreiros de candomblé de Salvador estiveram reunidos para discutir propostas para a comissão que combaterá questões como a intolerância religiosa e os atos de violência contra o candomblé, instalada na oportunidade. O encontro aconteceu no Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Sindiprev), no Barbalho.
A idéia da criação da comissão veio de uma reunião viabilizada pelo jornalista e professor Emiliano José com integrantes da Secretaria de Segurança Pública da Bahia - entre eles o secretário César Nunes - e lideranças de terreiros baianos, em janeiro deste ano. O povo de santo está preocupado com a violência que passou a acontecer contra eles atualmente. Houve morte de pai de santo, destruição de terreiros, invasão excessiva. O caso repercutiu na imprensa em toda a Bahia, inclusive foi capa dos principais jornais do Estado.
O Emiliano - que, em 1989, exercendo mandato de deputado estadual, conseguiu aprovar artigo na Constituição que consagra o candomblé como religião - disse que o candomblé é uma religião de "paz, de acolhimento, de solidariedade, que não pergunta de onde você vem". "Não nego minha posição de político, até porque todos aqui são políticos de alguma forma, mas estou nesta luta como alguém que tem respeito e admiração profundos pelas religiões de matrizes africanas".
Ele destacou que, quando deputado federal, fez diversos pronunciamentos em defesa do candomblé, inclusive sobre as agressões contra o Terreiro do Gantois e sobre os 100 anos do Ilê Axé Opô Afonjá. "Mãe Jaciara - yalorixá do Terreiro Abassá de Ogum - sabe perfeitamente. Esta extraordinária figura aqui presente. Mãe nossa, se ela me permitir chamar assim. Pessoa jovem, mas com grande autoridade religiosa. É uma espécie de símbolo entre tantos que estão aqui. E sabe dessa luta contra a intolerância porque sofreu na pele tudo isso", ressaltou.
Para Emiliano, esse é um momento de dor profunda em que se tem que juntar emoção e razão. "Não podemos perder o sentimento de indignação que foi manifestado aqui. É justo entrar o Ministério Público estadual e federal, ou o que seja, para que isso não se repita. E para que providencias sejam tomadas".
O antropólogo e professor Ordep Serra, que também defende o candomblé há longas datas, disse que deve-se dar um voto de confiança à comissão que foi criada. "Precisamos reforçar a nossa comissão, pois é o meio que temos para melhorarmos a segurança pública. Vamos levantar a cabeça, cobrar mais solidariedade do nosso povo de santo. O trabalho tem que ser contínuo. Depende de nós".
A vereadora Vânia Galvão falou sobre a violência que está acorrendo no bairro de Fazenda Coutos. "O Pai Geraldo foi expulso do seu templo. Mesmo que os outros terreiros dêem abrigo para os seus filhos de santo, como ficam as crianças, onde vão frequentar suas escolas. Temos que trabalhar a segurança junto ao povo de santo. E para isso precisamos de apoio e solidariedade".
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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.