Retirado do site Afropress.
Por: Redação - Fonte: Afropress - 13/8/2010
S. Paulo - Dados do Cadastro Nacional de Adoção revelam que a exigência por crianças brancas feita por pais interessados, caiu de 70%, em 2008, para 38% este ano. Segundo os dados entre os 28 mil pais que estão na fila, 38%, porém, ainda exige que a criança seja branca, para 29,6% a cor é indiferente e 1,93% aceitam apenas crianças negras. No Brasil, estudos do IBGE apontam que 51,3% da população é auto-declarada preta e parda.
O Cadastro foi criado em 29 de abril de 2.008 e possui 37 mil famílias habilitadas e cinco mil e apenas cinco mil crianças e adolescentes disponíveis para serem adotadas. Segundo Elizabeth Cézar Nunes, bacharel em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (Uniceub), “pesquisas continuam revelando que ainda a discriminação e o preconceito impedem que crianças e adolescentes negras tenham uma família no Brasil.
“As restrições de raça, idade e condições de saúde são as principais razões para que ainda seja longo o tempo de espera na fila de pais e mães que optam pela adoção”, afirma ela.
De acordo com os dados do Conselho Nacional de Justiça, responsável pelo Cadastro, 65% das crianças para adoção são negras, pardas, indígenas ou asiáticas.
Maior conscientização
O juiz Nicolau Neto, que é responsável pelo Cadastro, em entrevista a repórter Luíza Bandeira, da Folha de S. Paulo, que “houve uma maior conscientização do instituto da adoção”. “Se você vai adotar está exercendo um ato sublime de amor. Então porque adotar só uma criança branca?”, pergunta.
Segundo o juiz, com menos exigências, o tempo de espera por uma criança diminui. O juiz também afirma que houve uma mudança no perfil de quem adota: há mais pardos e negros.
Para a antropóloga Mirian Goldenberg, da UFRJ, a mudança num curto espaço de tempo é explicada pela imitação que as pessoas fazem, mesmo inconscientemente, do comportamento daquelas com prestígio na sociedade. "Quem os famosos estão adotando? Crianças brancas ou negras?", afirma, citando Angelina Jolie e Madonna.
Ela também cita a maior discussão sobre racismo e a mudança no conceito de adoção.
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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.