quarta-feira, 28 de março de 2007

PESQUISA SOBRE NÚMEROS DE DOCENTES NEGROS NAS UNIVERSIDADES

Os excluídos da academia
Pesquisa de professor da UnB aponta que o número de docentes negros nas instituições públicas do país é menor que 1%


Se os debates sobre o sistema de cotas nas universidades atentaram para a baixa representatividade dos negros entre estudantes de cursos superiores do Brasil, um novo estudo vai mostrar que a segregação racial é ainda mais forte do outro lado da sala de aula. Pesquisa pioneira do professor do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB) José Jorge de Carvalho constatou que nas maiores e mais importantes instituições de ensino superior (IES), o número de professores negros (pretos e pardos) não chega, em média, a 1%. Esse percentual aponta para a perpetuação da desigualdade racial em todas as áreas de poder da sociedade brasileira. Vemos a influência de docentes das universidades de maior prestígio na tomada de decisões sobre os rumos da nação, tanto no controle da economia, como nos postos chaves do Judiciário e da administração superior; e esses docentes são invariavelmente brancos em um país em que os negros são 45% da população.Daiane Souza/UnB Agência Negros docentes devem ser incluídos, diz Carvalho
CONTAGEM – Em 2000, quando José Jorge Carvalho decidiu iniciar sua pesquisa, a idéia era fazer um censo racial apenas na UnB. Porém, quando percebeu o quanto os negros eram pouco representados na universidade, resolveu avaliar a mesma situação no resto do país. De 12 instituições analisadas, seis são aqui destacadas devido à sua importância acadêmica e à sua influência decisiva na estrutura de poder do Estado brasileiro. Em cada uma das universidades, a contagem foi feita por colegas professores, em sua maioria negros. Na UnB, José Jorge teve a ajuda de professores e alunos para fazer a conta. Ao todo, cerca de 20 docentes se envolveram na pesquisa. Carvalho explica que realizou um censo de identificação e não de entrevista.
Entre as instituições analisadas, o antropólogo destaca seis: a Universidade de São Paulo (USP), a Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Estadual de Campinas (Unicamp), a Federal de Minas Gerais (UFMG), a Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a de Brasília (UnB). Entre essas, a primeira foi considerada o caso mais crítico. Na USP, dos 4.705 docentes em atividade, apenas cinco são negros, o que representa em torno de 0,1%. Já a UnB foi a que apresentou o que poderíamos chamar, ironicamente, de “melhor” resultado: dos 1.500 professores, 15 são negros, o que equivale a 1%. O número total de docentes encontrados nessas seis instituições foi de 15.866, entre os quais apenas 67 negros. A média geral não passa, portanto, de 0,5% de docentes negros.







INFELIZMENTE O GRÁFICO ESTÁ MUITO RUIM, POR ISSO SE QUISER TER ACESSO AO ARTIGO COMPLETO CLIQUE AQUI

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.