quarta-feira, 22 de agosto de 2007

ARTIGO SUA FILHA E OS MECÂNICOS NEGROS

Pesquisa interessante publicada na revista revista Insigth Inteligência. O objetivo é identificar o grau de hetero-classificação social do brasileiro quanto à cor/raça.

A opinião racial foi analisada através de fotos de indivíduos que remetem as categorias cor/raça: branco, pardo e preto. Entretanto, essas mesmas pessoas eram apresentadas com roupas e indicações profissionais diversas. A pesquisa é um trabalho desafiador pelas dificuldades metodológicas e teóricas que apresenta.

Para baixar o texto clique na imagem
Abaixo considerações metodológicas extraídas do texto.

O mapeamento do preconceito
A Pesb permitiu que fosse realizado o primeiro mapeamento consistente do preconceito racial no Brasil por meio de pesquisa de opinião. Tentativas anteriores esbarraram em perguntas formuladas de maneira pouco adequada, que induziam o entrevistado a esconder o preconceito racial. A metodologia indireta utilizada pela Pesb permitiu que o Brasil mostrasse a sua cara. Estes dados não nos permitem negar o preconceito racial existente em nosso país. Controvérsias acerca da metodologia tendem a não ter fim. Em particular no que se refere às
críticas – fundamentadas ou não – de nossos colegas cientistas sociais, os antropólogos. O survey é visto por eles, com freqüência, como uma metodologia que não capta “realmente o que acontece”.

Assim, na metodologia da Pesb a profissão foi utilizada como uma proxy de contexto social, ela foi utilizada para expressar a situação social das pessoas. Além disso, em se tratando de uma pesquisa de opinião, o entrevistado gasta pouco tempo refletindo sobre as perguntas. Para tomar o exemplo da amostra dividida, a mesma pessoa, com profissões diferentes, ditas ao entrevistado e expressa por meio de vestimentas, é considerada pardo tanto pelos que foram informados se tratar de um advogado quanto pelos entrevistados que souberam que era um mecânico. Na “vida real”, depois de repetidas interações, é possível que seja diferente. Que após conviver um determinado período com um pardo que seja advogado alguém passe a vê-lo e classificá-lo como sendo branco. Na metodologia do survey esta hipótese (ou tese) não encontra sustentação.

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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.