sábado, 1 de março de 2008

A GOOGLE QUER NOSSA INFORMAÇÃO

Retirado do site do Observatório da Imprensa.

Postado por Carlos Castilho em 17/12/2007 às 12:34:00 AM

Depois de revolucionar o mundo com o seu mecanismo de localização de informações publicadas na Web, o mega site de buscas quer agora capturar o conhecimento individual que não está disponível na Web.

Os laboratórios da Google estão encubando um novo projeto chamado
Google Knol (abreviação de Knowledge – conhecimento em inglês) por meio do qual a mais valorizada empresa do mundo cibernético pretende digitalizar dados, informações e conhecimentos que estão em poder de pessoas comuns, como você e eu.


O projeto, que ainda não tem data para ser lançado, oferecerá páginas pré-diagramadas para pessoas que desejarem publicar ensaios, pesquisas, obras de ficção e não ficção. O Google Knol pretende ser uma espécie de enciclopédia de autores, onde eles, além de ganhar visibilidade poderão faturar alguns trocados.

A nova iniciativa da empresa de MountainVille, na Califórnia, não tem nada de revolucionária em si, mas está sendo levada muito a sério pelos especialistas em Web porque marca mais um passo da Google no sentido de apoderar-se da maior parcela possível do conhecimento humano.

A mesma empresa já tem várias outras iniciativas como o
Blogger (serviço de hospedagem grátis de weblogs), o Orkut (comunidades online de discussão) e o Google Page Creator ( serviço também gratuito de páginas web customizadas).

Por isto o anúncio do Knol deixou muita gente confusa porque aparentemente há uma superposição de projetos, todos eles voltados para a captura de dados e informações em poder do público. Mas o objetivo da empresa Google parece ser justamente este, ganhar pela saturação.

Também surgiram especulações de que o Knol é uma tentativa da Google de concorrer com a enciclopédia virtual Wikipedia. Mas são dois projetos bem diferentes. O Knol é uma plataforma de publicação, onde o autor é quem decide o que e como será publicado, enquanto a Wikipédia baseia-se na produção coletiva de textos.

O que parece mais provável é a confirmação da hipótese de que o Google, seguindo o exemplo da maioria dos demais sistemas de buscas na Web, está deixando de ser prioritariamente um serviço para se transformar num processador de dados e informações recolhidos de usuários da Web, para gerar conhecimentos, que valem milhões.
Esta preocupação ganha uma dimensão ainda maior quando se sabe que a Google está trabalhando a pleno vapor no desenvolvimento das chamadas buscas universais, por meio das quais a recuperação de documentos não se limitará aos textos, mas incluirá também áudio e imagens, tanto estáticas (fotos e gráficos) como dinâmicas (vídeo e animações).

O conhecimento começa a deixar de ser uma possibilidade futura para se transformar num grande negócio no presente. Um negócio onde quem tem mais conhecimento digitalizado tem mais chances de lucrar com ele.

Conhecimento, informação e dados não são a mesma coisa. Dados são situações, números, figuras e fatos. A informação é o resultado da contextualização de dados enquanto o conhecimento é a informação processada de forma a permitir escolhas. Uma seqüência de sinais curtos e longos é um dado, que só ganha algum significado quando representa a sigla SOS, o que configura uma informação, que por sua vez ao ser combinada com outras informações leva ao conhecimento de que existe alguém em perigo, que necessita ser socorrida.

Neste negócio milionário, a informação ocupa um papel estratégico porque, quanto mais ela circular entre as pessoas, mais ela se multiplica e gera mais conhecimento. Por aí dá para perceber o quanto a mídia e a Google são importantes conformar a sociedade dos próximos anos.

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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.