domingo, 13 de abril de 2008

VICE-REITOR PEDE EXONERAÇÃO DO CARGO

Retirado do site do Globo Online. Algumas notícias precisam ser colocadas com urgência, mas o trabalho e outras obrigações impedem essa logíca. Segue abaixo então notícias da ocupação da reitoria da UNB. Agora segue uma pergunta: Será que os opositores das cotas vão se aproveitar deste momento??? Só o tempo dirá...

Publicada em 12/04/2008 às 20h59m

O vice-reitor da UnB, Edgar Mamiya, comunicou na noite deste sábado ao Ministério da Educação seu pedido de exoneração do cargo. Na sexta-feira, ele chegou a afirmar que não deixaria o cargo apesar das pressões estudantes que ocupam a reitoria da universidade em protesto contra as acusações contra o reitor Timothy Mulholland por uso indevido de recursos destinados ao financiamento de projetos e desenvolvimento institucional da UnB para decorar seu apartamento funcional. Edgar Mamiya estava interinamento no cargo de reitor, depois que Mulholland pediu afastamento da instituição por 60 dias. Além dele, o decano de administração, Érico Paulo Weldle, também pediu licença do cargo. Mesmo depois dos pedidos, os estudantes que tomaram a reitoria não aceitaram deixar o prédio. Eles pedem a exoneração do reitor, além de toda a diretoria da universidade. Na próxima quarta-feira, dia 16, o Conselho Universitário se reúne para discutir o afastamento da atual reitoria. O ConsUni não tem o poder de demitir, mas a intenção é fazer pressão política. Com o pedido de exoneração de Mamiya, pode ser preciso antecipar as eleições.

Abaixo segue a carta de repúdios de alunos negr@s que estão participando da ocupação.

Se hoje estou aqui só devo
a Dandara só devo a Zumbi

Ontem( 08/04 ) o ainda reitor Timothy Mulholland afirmou em entrevista que vêm sofrendo ataque forte perseguição política por grupos que são contrários a implementação de políticas de inclusão racial e social na UnB. Essa postura explicita mais uma vez a negação dos esforços envidados pela comunidade negra em uma luta ancestral que nos remete a agentes históricos como: Zumbi, Dandara, Ganga Zumba, Lélia González e uma infinidade de outr@s negr@s que compõem a Maafa. A Maafa é um conceito que designa o sofrimento e a opressão que une os povos negros num grito que não precisa de tutela: um grito de levante.
A política de cotas NÃO é uma criação do reitor Timothy. A discussão sobre políticas de ações afirmativas é muito anterior na cena política brasileira, sobretudo pela pressão exercida pelo movimento negro para que se instituíssem políticas de reparação a população negra.
É importante sublinhar que o ainda reitor apresenta uma versão distorcida dos fatos que afligem a universidade. Na tentativa desesperada de desviar o foco das denúncias que o cercam, Timothy Mulholland constrói uma estratégia vinculada a prática racista de colocar-se como tutor daquel@s que ele acredita estar favorecendo, no caso em questão @s estudantes egressos do sistema de cotas.
Assim sendo elencamos alguns exemplos capazes de demonstrar o descaso e falta de empenho da Administração Universitária, no trato com as questões raciais:
  • Falta de apoio e infra-estrutura ao programa de pesquisa Brasil Afroatitude;
  • Não solucionamento dos casos de racismo da UnB como o caso do incêndio criminoso provocado nas portas d@s estudantes african@s na CEU, bem como o Caso Kramer e o Caso Thadeu;
  • A falta de autonomia e infra-estrutura do Centro de Convivência Negra;
  • A ausência de uma política eficaz de assistência estudantil com um recorte racial.

Aqueles que são contra a democracia sempre serão contra a inclusão social da população negra, o que não justifica a conivência com o desvio de dinheiro promovido pelo reitor, dinheiro este que deveria servir às funções de ensino, pesquisa e extensão, bem como a expansão da política de inclusão racial e social.
Contudo, NÓS estudantes negr@s graduandos e pós-graduandos, politicamente ativos no movimento de ocupação repudiamos as afirmações feitas pelo ainda reitor em entrevista coletiva, de que as recentes manifestações contrárias aos abusos cometidos com dinheiro da Universidade são simples desdobramentos da resistência às políticas de inclusão racial e social.

Ainda reitor, nunca legítimo e jamais em nosso nome.

Ass: Estudantes negr@s graduandos e pós-graduandos do Movimento de Ocupação

Vídeo onde vice-reitor afirma que não vai renunciar. Não deu tempo nem deu pra esquentar a cadeira do cargo.

Vice-reitor assume UnB



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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.