Retirado do site do Correio Nagô.
29/09/2008
Seis pessoas feridas foram parar em hospital depois de sofrer agressão
Um dia depois do manifesto contra a intolerância e em favor da liberdade religiosa realizado na cidade de Salvador, no dia 19 de setembro, pelo Coletivo de Entidades Negras (CEN) e diversas organizações e pessoas do Movimento Negro, candomblecistas foram agredidos, covardemente ,após terem participado de um culto realizado no Ilê Axé Torrundê Ajagun, do Baba Darí Giberewá, localizado em Paripe.
No caminho de acesso ao ponto de ônibus se depararam com mais ou menos 30 indivíduos que estavam alocados em um bar. Após perceberem a passagem dos religiosos iniciaram a agressão com frases contendo palavras de baixo calão do tipo “ai só têm corno e viado. Vai rebanho de macumbeiros, filhos do diabo”. Não satisfeitos com as agressões verbais partiram para as agressões físicas, “as pessoas saíram das casas para se juntar com os primeiros agressores e vinham bater na gente, relata indignado o jovem Jeanderson Dias, 22 anos, que fraturou o nariz levou pauladas nas costas e pedradas no abdomem.
Agredidos com pauladas, pedradas, socos e ponta-pés, o grupo religioso composto por jovens, crianças, idoso e gestante quase foi linchado. O ato só não foi concretizado por que houve uma reação mínima de defesa e no intuito de defender suas vidas o grupo se dispersou e partiu em fuga.
Em meio a chuva de pedras Nivia relata que no momento só pensou em proteger o seu filho Oliver, de um mês e quinze dias. “Uma pedra quase atingia a cabeça do meu filho. Levantei o braço e ela pegou no meu cotovelo”, disse Nivia.
Violência sem limites
Cenas covardes como homens agredindo mulheres e crianças, desumanas como as agressões sem justificativa moral. No entanto a utilização da violência, nesse contexto, transparecia como a forma mais avançada., diretamente, da sistemática “faxina étnica” enraizada no meio social e, consequentemente, praticada por indivíduos desse contexto.
O exemplo dessa violência no ato foi o desmaio do Babalorixá Reginaldo de Oxaguiã, ocasionado por um soco. No intuito de proteger o seu Pai de Santo, uma filha de santo que por sinal estava grávida atira-se sobre o corpo desfalecido de Reginaldo o que não fez cessar as agressões, dando continuidade chutaram, deram cacetadas e ainda depois de saber que a jovem estava grávida disseram “ela vai perder o filho agora”.
A influência
O quadro mostra que a realidade a qual se encontram os templos religiosos de matriz africana não é o esperado pelo que representa os ojás que simbolizaram a paz e a harmonia na ação contra a intolerância e a favor da liberdade religiosa, mas sim, o que aconteceu na noite do dia 20 de setembro em Paripe. E que os atos de genocídio do povo negro e as ações sistemáticas de ódio religioso protagonizadas pela mídia, e pelas igrejas neo-petencostais de intolerância religiosa, acabam influenciando nas ações de pessoas comuns.
Reação
A primeira atitude tomada foi o registro de uma queixa contra os agressores na 5º DP, em Periperi, onde o crime foi tipificado como lesão corporal causada por motivos de intolerância religiosa. Em seguida foram encaminhados para a realização de exame de corpo delito no IML. Além disso organizaram para o próximo Sábado (27/09/2008), as 13 hs, no local onde ocorreu as agressões, um ato contra a intolerância religiosa. Que Contará com a participação de diversas pessoas, organizações do movimento negro, terreiros de candomblé e grupos culturais.
Reflexão
Os CAMDOBLECISTA, atualmente não devem possuir características pacificas, pois a realidade não nos permite, mas sim ações de impacto político e econômico que tenham como intuito quebrar preconceitos e afirmar, em seu povo, essa aceitação que, majoritariamente é posta aos cantos ou na afirmação do “EU SOU CATÓLICO” ou “EU NÃO TENHO RELIGIÃO” dentre outras.
Infelizmente só realizamos ações como esta ou nas ruas quando acontece um ato trágico como este. Não devemos esperar da Fenacab ou da Federação baiana de culto afro brasileiro uma postura real de politização dos templos religiosos de matriz africana, e já não esperamos, pois na verdade só sabem criar normas e autorizar o funcionamento de outros terreiros. E em meio a isso tudo as igrejas neo pentencostais estruturam impérios e disseminam o ódio religioso em todo o mundo.
Portanto vamos REAGIR utilizando TODOS os meios necessários. Ou seja, se o embate for a única solução então iremos utilizá-lo. Tendo como exemplo Oxaguiã que sobressai na GUERRA para alcançar a PAZ.
Eduardo Machado
Filho de Dofono de Oxaguiã do Ilê Axé Torrundê AjagunI
ntegrante do Resistência Comunitária
Fórum Baiano de Juventude Negra
du_xresistencia@hotmail.com
Estudante de Jornalismo
Fonte: Você Repórter - Eduardo Machado
29/09/2008
Seis pessoas feridas foram parar em hospital depois de sofrer agressão
Um dia depois do manifesto contra a intolerância e em favor da liberdade religiosa realizado na cidade de Salvador, no dia 19 de setembro, pelo Coletivo de Entidades Negras (CEN) e diversas organizações e pessoas do Movimento Negro, candomblecistas foram agredidos, covardemente ,após terem participado de um culto realizado no Ilê Axé Torrundê Ajagun, do Baba Darí Giberewá, localizado em Paripe.
No caminho de acesso ao ponto de ônibus se depararam com mais ou menos 30 indivíduos que estavam alocados em um bar. Após perceberem a passagem dos religiosos iniciaram a agressão com frases contendo palavras de baixo calão do tipo “ai só têm corno e viado. Vai rebanho de macumbeiros, filhos do diabo”. Não satisfeitos com as agressões verbais partiram para as agressões físicas, “as pessoas saíram das casas para se juntar com os primeiros agressores e vinham bater na gente, relata indignado o jovem Jeanderson Dias, 22 anos, que fraturou o nariz levou pauladas nas costas e pedradas no abdomem.
Agredidos com pauladas, pedradas, socos e ponta-pés, o grupo religioso composto por jovens, crianças, idoso e gestante quase foi linchado. O ato só não foi concretizado por que houve uma reação mínima de defesa e no intuito de defender suas vidas o grupo se dispersou e partiu em fuga.
Em meio a chuva de pedras Nivia relata que no momento só pensou em proteger o seu filho Oliver, de um mês e quinze dias. “Uma pedra quase atingia a cabeça do meu filho. Levantei o braço e ela pegou no meu cotovelo”, disse Nivia.
Violência sem limites
Cenas covardes como homens agredindo mulheres e crianças, desumanas como as agressões sem justificativa moral. No entanto a utilização da violência, nesse contexto, transparecia como a forma mais avançada., diretamente, da sistemática “faxina étnica” enraizada no meio social e, consequentemente, praticada por indivíduos desse contexto.
O exemplo dessa violência no ato foi o desmaio do Babalorixá Reginaldo de Oxaguiã, ocasionado por um soco. No intuito de proteger o seu Pai de Santo, uma filha de santo que por sinal estava grávida atira-se sobre o corpo desfalecido de Reginaldo o que não fez cessar as agressões, dando continuidade chutaram, deram cacetadas e ainda depois de saber que a jovem estava grávida disseram “ela vai perder o filho agora”.
A influência
O quadro mostra que a realidade a qual se encontram os templos religiosos de matriz africana não é o esperado pelo que representa os ojás que simbolizaram a paz e a harmonia na ação contra a intolerância e a favor da liberdade religiosa, mas sim, o que aconteceu na noite do dia 20 de setembro em Paripe. E que os atos de genocídio do povo negro e as ações sistemáticas de ódio religioso protagonizadas pela mídia, e pelas igrejas neo-petencostais de intolerância religiosa, acabam influenciando nas ações de pessoas comuns.
Reação
A primeira atitude tomada foi o registro de uma queixa contra os agressores na 5º DP, em Periperi, onde o crime foi tipificado como lesão corporal causada por motivos de intolerância religiosa. Em seguida foram encaminhados para a realização de exame de corpo delito no IML. Além disso organizaram para o próximo Sábado (27/09/2008), as 13 hs, no local onde ocorreu as agressões, um ato contra a intolerância religiosa. Que Contará com a participação de diversas pessoas, organizações do movimento negro, terreiros de candomblé e grupos culturais.
Reflexão
Os CAMDOBLECISTA, atualmente não devem possuir características pacificas, pois a realidade não nos permite, mas sim ações de impacto político e econômico que tenham como intuito quebrar preconceitos e afirmar, em seu povo, essa aceitação que, majoritariamente é posta aos cantos ou na afirmação do “EU SOU CATÓLICO” ou “EU NÃO TENHO RELIGIÃO” dentre outras.
Infelizmente só realizamos ações como esta ou nas ruas quando acontece um ato trágico como este. Não devemos esperar da Fenacab ou da Federação baiana de culto afro brasileiro uma postura real de politização dos templos religiosos de matriz africana, e já não esperamos, pois na verdade só sabem criar normas e autorizar o funcionamento de outros terreiros. E em meio a isso tudo as igrejas neo pentencostais estruturam impérios e disseminam o ódio religioso em todo o mundo.
Portanto vamos REAGIR utilizando TODOS os meios necessários. Ou seja, se o embate for a única solução então iremos utilizá-lo. Tendo como exemplo Oxaguiã que sobressai na GUERRA para alcançar a PAZ.
Eduardo Machado
Filho de Dofono de Oxaguiã do Ilê Axé Torrundê AjagunI
ntegrante do Resistência Comunitária
Fórum Baiano de Juventude Negra
du_xresistencia@hotmail.com
Estudante de Jornalismo
Fonte: Você Repórter - Eduardo Machado
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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.