domingo, 18 de janeiro de 2009

O NEGRO NA LITERATURA x LITERATURA AFRO-BRASILEIRA

Retirado do site da revista Navegações da Puc-RS.

Artigo interessante, abaixo um trecho extraído do ínicio.Para baixar clique aqui ou neste alternativo.

O negro na literatura brasileira versus uma literatura afro-brasileira: mito e literatura

JEAN-YVES MÉRIAN. Université de Rennes II – Haute Bretagne

Navegaçõesv. 1, n. 1, p. 50-60, março 2008.

É de assinalar que um livro marcou o ano 1978 porseu caráter iconoclasta e provocador: O genocídio do negro brasileiro, processo de um racismo mascarado,escrito por Abdias do Nascimento, um intelectual negro,figura da luta pelos direitos humanos, ainda entãoexilado nos Estados Unidos. Lá convivera com os maisrepresentativos membros dos seguidores de MartinLuther King, dos Black Panthers. Abdias do Nascimentopossuía igualmente um grande conhecimento das tesesda negritude de L. Sedar Senghor, Aimé Césaire e co-nhecia as teses de Frantz Fanon em Peau noire et masqueblanc e de Jean Paul Sartre, contra o colonialismo eu-ropeu.

O livro denunciava e explicitava as diferentesformas de genocídio de que foram vítimas os negrosafricanos deportados como escravos para o Brasil, ointelectual negro brasileiro nele se empenhava emdesmitificar a democracia racial brasileira.

Como salientou, na introdução ao livro de Abdiasdo Nascimento, Florestan Fernandes, autor do famosolivro A integração do negro numa sociedade de classes:

Em suma, pela primeira vez surge a idéia do que deveser uma sociedade pluri-racial como democracia: ouela é democrática para todas as raças e lhes confereigualdade econômica, social e cultural, ou não existeuma sociedade pluri-racial democrática. À hegemoniada ‘raça’ branca se contrapõe uma associação livre eigualitária de todos os estoques raciais.1

A O genocídio do negro brasileiro, verdadeiro ma-nifesto, seguiu-se em 1980, a publicação de O Quilom-bismo, que explicita as teses da resistência. Esta últimaobra foi inspirada na história do Quilombo dos Palmarese na necessidade dos oprimidos conquistarem, através dauta, o reconhecimento da igualdade e da dignidade numasociedade, desde sempre, dominada pelos brancos.

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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.