segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

QUANDO OS NERDS SE UNEM AO CAPITALISMO

Retirado da revista IstoÉ.
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E-commerce
Campus Party Brasil promove encontro inédito entre inventores do meio digital e investidores à caça de boas ideias
ROBERTA NAMOUR

NO PALCO, JOVENS INVENtores do universo online. Na plateia, um grupo de investidores em busca de boas ideias. Na última semana, essa cena foi repetida ao menos 50 vezes no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. O espaço foi palco da segunda edição brasileira do Campus Party, uma espécie de Woodstock dos geeks (pessoas obcecadas por tecnologia) e considerado o maior evento de inovação tecnológica e entretenimento digital do mundo. Entre computadores em forma de caveira e personalidades como Gilberto Gil, foi o CP Labs, área especialmente criada para promover o encontro de inventores e investidores, o que mais despertou a curiosidade dos visitantes. Pela primeira vez o evento no Brasil abriu um espaço para esse tipo de aproximação. "Os brasileiros são muito criativos, mas a cultura de empreendedorismo é muito tímida", afirma Manoel Lemos, responsável pelo CP Labs. "O grande objetivo é fomentar negócios no universo digital."


(PARA AMPLIAR CLIQUE NA IMAGEM)

A UNIÃO FAZ A FORÇA: o projeto do inventor Fernando Leão (esq.) chamou a atenção do investidor Michael Nicklas


Os temas mobilidade e redes sociais predominaram entre os projetos apresentados. Os inventores tinham seu momento de estrela. Subiam ao palco e tinham exatos 15 minutos (minuciosamente cronometrados por Lemos) para apresentar sua ideia para uma plateia repleta de curiosos e investidores atentos. Na sequência eram sabatinados durante mais 15 minutos pelos interessados. Segundo a empresa de consultoria comScore, o Brasil ultrapassou o Reino Unido no final do ano passado e se tornou o segundo país em número de acessos a redes sociais no mundo - atrás apenas do Canadá. O programador Luis Fernando de Oliveira Leão, 27 anos, pegou carona nessa onda e apresentou o SMS de Blog. O aplicativo permite ao usuário de comunidades virtuais atualizar sua página via celular, pagando uma tarifa nacional. "Até agora, usuários do Twitter só podiam postar mensagens na rede pelo celular por um número do Reino Unido", explica Leão. "O SMS nacional resulta numa economia de 60%", acrescenta. No ano passado, o programador tinha um contrato com a Brasil Telecom e lançou o serviço BrT Twitter. Agora, procura incentivo para fechar acordos com todas as operadoras de telefonia móvel. No Campus Party, ele conheceu o investidor americano Michael Nicklas. "O interessante dessa proposta é permitir o acesso ao serviço a um público muito maior", analisa Nicklas. O americano é o que o mercado chama de "angel capital". Veio de Nova York especialmente para o CP Labs e desembarcou por aqui com a meta de investir em pelo menos dois projetos. O potencial da internet no Brasil despertou o interesse de Nicklas há alguns anos. Ele é dono da Social Smart, holding que faz investimentos de US$ 25 mil a US$ 50 mil em projetos embrionários. No ano passado, fez um aporte de mais de US$ 150 mil em três projetos: o Amanaie, de aplicativos para redes sociais, o Startupi, site voltado para informações de negócios que estão começando em tecnologia, e o Compra3, dirigido às compras coletivas. "O mercado brasileiro tem sido negligenciado pelo capital externo", afirma Nicklas, que está atrás de um visto brasileiro permanente, para se dedicar mais ao País.
O CP Labs não se resumiu a projetos no campo das ideias. Karina Rehavia, 29 anos, por exemplo, veio com o objetivo de conquistar um investimento de R$ 600 mil para sua plataforma de e-commerce para pequenos negócios. O portal, chamado Ninui, oferece um canal para pessoas se lançarem na venda online. "O meu 'fôlego' está acabando. Preciso de um investidor", diz Karina, que já desembolsou R$ 80 mil para colocar a página no ar. A expectativa de Karina é compartilhada por mais 50 jovens. "Nenhum negócio está garantido, mas muitas conversas começarão aqui", afirma Lemos. "É o início de uma cultura empreendedora."

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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.