quarta-feira, 24 de junho de 2009

FURG DISCUTE AÇÕES AFIRMATIVAS PARA INGRESSO

Retirado do site do jornal Agora.

O ingresso na Universidade através das chamadas ações afirmativas foi o tema de um seminário promovido na manhã da última quarta-feira, 17, no Cidec-Sul, Campus Carreiros da Furg. O evento, promovido pela Pró-reitoria de Graduação, foi mais um passo nas discussões que visam à adoção de uma política de ingresso voltada à inclusão social na Furg. Conforme a pró-reitora de Graduação, professora Cleuza Dias, a Furg já vem discutindo este tema há algum tempo e o próprio Conselho Universitário (Consun) solicitou que outros debates fossem feitos. Assim, foram convidados para o seminário representantes de duas instituições que têm ações diferenciadas – a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que adota reserva de vagas (cotas), e a Universidade de Campinas – Unicamp, que adota bônus na pontuação dos candidatos. Pela UFRGS, falaram as técnicas Andréa Benites e Elianara Corcini Lima. Elas demonstraram todo o processo realizado pela instituição, que destina 30% do total de vagas para cada curso para estudantes oriundos das escolas públicas. Destes percentuais, a metade é destinada aos autodeclarados negros ou pardos. A UFRGS formou uma comissão de acompanhamento dos ingressantes que se utilizaram destas ações e implantou também reserva de vagas a comunidades indígenas – 10 vagas em 2008 e 10 vagas em 2009. Neste caso, as comunidades são ouvidas para escolha dos cursos que terão vagas à disposição. No caso da universidade gaúcha, houve ingresso de 200 ações judiciais no primeiro ano – 2008 - em que foram utilizadas cotas, com sucesso em várias delas e outras em andamento. Em 2009, este número baixou para 10 ações, o que, segundo as representantes da instituição, mostra que o sistema já foi assimilado e até aprovado pela comunidade.

Unicamp
O professor Leandro Tessler faz uma “cruzada” contra as cotas e a favor das ações afirmativas, como os bônus na pontuação. Ele entende que somente ações deste tipo irão promover inclusão social e reduzir as desigualdades num país como o Brasil, que já tem o vestibular integrante à cultura geral da nação e cada universidade define o seu próprio processo seletivo. Tessler ressalta que “ação afirmativa não é sinônimo de cotas”, lembrando que a discussão sobre o tema no país ficou muito centralizada nesta questão. Na Unicamp, foi criado o Programa de Ações Afirmativas e Inclusão Social, que prevê três objetivos: autonomia universitária, inclusão social e mérito acadêmico. Foi promovida maior isenção nas taxas de inscrição e conferidos bônus na pontuação. Este sistema permitiu, segundo gráficos apresentados, ampliar de cerca de 10% para 25% o ingresso de estudantes oriundos de escolas públicas. E um dado também ressaltado é que está sendo feito o acompanhamento dos novos acadêmicos e os dados mostram que eles desenvolvem o aprendizado com índices superiores aos ingressantes pelo método tradicional: “o nível dos estudantes melhorou, com certeza”, diz o professor. Na Furg, a proposta de ação afirmativa já apresentada no Seminário de Políticas de Ingresso no mês de abril e pré-analisada pelo Consun toma como referência à experiência da Unicamp. Conforme a professora Cleuza Dias, a proposta será finalizada com intenção de implementação no Processo Seletivo 2010 e será encaminhada ao Conselho Universitário, que dará a última palavra sobre a adoção de ações afirmativas de ingresso.

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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.