quinta-feira, 20 de agosto de 2009

RACISMO NO CARREFOUR LEMBRA O CASO DO DENTISTA ASSASINADO

Retirado do Afropress que está em cima do lance deste crime racista no Carrefour.
Antes de ler a matéria vejam a reportagem no Jornal Nacional e sintam o drama da esposa que estava fazendo compras enquanto o marido era espancado. Os agressores deveriam ser mostrandos na televisão.
O vídeo foi retirado do canal do Trinolex.






Caso lembra dentista assassinado
Por: Redação Fonte: Afropress - 19/8/2009
S. Paulo - O caso do funcionário da USP, Januário Alves de Santana, lembra o de um outro


Santana – o dentista Flávio (foto), suspeito por ser negro e assassinado aos 28 anos, no dia 03 de fevereiro de 2004, quando voltava do Aeroporto de Guarulhos, onde tinha ido levar sua namorada, a suíça Anita Joos, que embarcava de volta para seu país.
Flávio, recém formado em Odontologia, guiava o seu carro – um Gol -, quando, em Santana, foi interpelado por cinco policiais militares do 5º Batalhão da Polícia Militar (Jaçanã), suspeito de um assalto a um comerciante no mesmo horário. Filho de um policial aposentado da PM, Jonas - Sant’Ana – o dentista foi morto com dois tiros.

Ao vê-lo morto, o comerciante confessou que não se tratava do mesmo homem que o tinha assaltado.

Condenados
Os policiais envolvidos - o tenente Carlos Alberto de Souza, o cabo Ricardo Arce Rivera, os soldados Luciano José Dias, Ivanildo Soares da Cruz, Deives Júnior e Magno de Almeida Morais e Edson Assunção foram levados à julgamento pelo Tribunal do Júri. Este último teria ameaçado o comerciante caso insistisse em declarar que o morto não era o ladrão. Os policiais forjaram a versão de que o asassinato tinha sido comertido por ter Flávio reagido com arma de fogo.
No julgamento ocorrido em 2005, os policiais militares mais diretamente envolvidos no crime – o tenente Carlos Alberto de Souza e soldado Luciano José Dias foram condenados por 17 anos e meio de prisão por homicídio duplamente qualificado, fraude processual e porte ilegal de armas. O cabo Ricardo Arce Rivera foi condenado por fraude processual e porte ilegal de armas a sete anos e meio.

Carrefour diz ter interesse em apuração de violência racista
Por: Redação - Fonte: Afropress - 19/8/2009

S. Paulo - O Supermercado Carrefour afirmou nesta terça-feira (18/08), em Nota à Imprensa, que pretende colaborar nas investigações para identificar os responsáveis pela sessão de espancamentos a que foi submetido o funcionário da Universidade de S. Paulo (USP), Januário Alves de Santana, 39 anos, barbaramente agredido por seguranças na loja do hipermercado da Avenida dos Autonomistas, em Osasco, na noite do dia 07 de agosto, sexta-feira. O funcionário da USP foi tomado como suspeito do roubo do seu próprio carro - um EcoSport da Ford.
Após um alarme falso de assalto, os seguranças e, posteriormente, policiais militares que atenderam a ocorrência não acreditaram que Santana pudesse ser dono do carro, por ser negro e de aparência humilde. Enquanto era espancado, sua mulher, em companhia de um filho de cinco anos, a irmã e um cunhado faziam compras sem saber do que ocorria. (Na foto, Santana, quando era atendido no Hospital Universitário da USP).
Suspeição permanente
O EcoSport da Ford foi comprado há dois anos em 72 parcelas de R$ 789,00, e vem sendo pago regularmente. Santana contou que já foi abordado outras vezes, sob a suspeita de que o veículo não lhe pertenceria. No momento em que foi atacado estava no estacionamento porque combinara ficar tomando conta da filha de dois anos que dormia no banco traseiro.
"O Carrefour tem todo interesse que o ocorrido no dia 07 de agosto, em sua loja situada na Avenida dos Autonomistas, Osasco, seja inteiramente esclarecido e os responsáveis devidamente punidos. A empresa reafirma o seu compromisso com o respeito e a segurança de clientes e funcionários em suas unidades em todo o país”, diz a Nota que é assinada pela empresa que presta serviços de de Assessoria de Comunicação ao hipermercado - a A4 Comunicação.
Anteriormente, questionado pelo Sindicato dos Funcionários da USP, o hipermercado teria dito que tudo não passara de uma briga entre clientes.
Milagre
Nesta terça-feira, o funcionário da USP reiterou ter ficado evidente pela atitude dos seguranças - em especial o que sacou a rama e com quem entrou em luta corporal - que o mesmo pretendia disparar contra sua cabeça. “Em vários momentos, eu tive que fazer força para que o revólver não ficasse na direção da minha cabeça”, afirmou Santana nesta terça-feira (18/08) ao contar à Afropress como está se refazendo do trauma sofrido.
"Eu só conseguia dizer que o carro era meu. Eles diziam. Cala a boca seu neguinho. Se não calar a boca, vou te quebrar todo. Eles iam me matar de porrada", contou.
Omissão da Polícia
A chegada de uma viatura da PM fez cessar os espancamentos, porém, um dos policiais militares - de sobrenome Pina - insistia para que ele confessasse o crime. "Você tem cara de que tem pelo menos três passagens. Pode falar. Não nega. Confessa que não tem problema”, dizia o policial ao segurança que sangrava pela boca e pelo nariz e que teve a protese arrancada em consequência de um soco.
O caso está registro no 5º DP, porém, o inquérito para apurar o caso e identificar os responsáveis pela agressão deverá ser conduzido pela 9º Delegacia de Osasco.
Repercussão
O caso do segurança barbaramente espancado sob a suspeita de roubo do seu próprio carro, está ganhando repercussão, inclusive, fora do país, desde que foi noticiado por Afropress. Santana foi procurado nesta terça por repórteres dos jornais O Estado de S. Paulo e do S. Paulo Agora, do Grupo Folha, a quem deu entrevista.
Baiano de Salvador e há 10 anos em S. Paulo, Santana trabalha há oito anos como segurança da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. Sua mulher, USP, Maria dos Remédios do Nascimento Santana, 41 anos, também é funcionária da Universidade, onde presta serviços como auxiliar do Museu de Arte Contemporânea.
Na semana que vem - em data ainda não confirmada - deverá acontecer o início dos depoimentos no Inquérito Policial na 9º DP de Osasco, que apura o caso. O funcionário da USP disse que tem condições de reconhecer os agressores que o atacaram a socos, coronhadas e cabeçadas, enquanto ele implorava por piedadade. "Quanto mais eu falava meu Deus, mais me batiam", afirmou.
Segundo Santana, seus advogados - já constituídos - deverão acompanhar o inquérito policial e ingressar com ações de indenização contra o Carrefour e o Estado por dano moral.

2 comentários:

  1. Amigos participem e divulguem essa comunidade do Orkut:

    Diga Não ao Racismo.

    ver página da comunidade:
    http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=15632417&mt=7

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  2. Este é apenas mais um dentre inúmeros casos de RACISMO. Em minha opinião, o momento exige a adoção de uma atitude radicalmente simples. NÓS, OS NEGROS, DEVERÍAMOS BOICOTAR O CARREFOUR! É muito fácil a essa gigante mundial do varejo vir a público e apenas declarar q. seu serviço de vigilância é Terceirizado. E daí? Queria ver se fosse um grande roubo a valores dos cofres dela, se a rede mundial ia lançar a desculpa.... Ah!!! deixa, podemos ser roubados quando quiserem, pois a empresa de transportes de valores é terceirizada. Está na hora de acordar! O Carrefour só tem lojas em cidades grandes (com população acima de 200/300 mil hab.). Portanto, ao lado dessa multinacional tem necessariamente de haver mais uns dois supermercados, pelo menos. Vamos deixar de comprar no CARREFOUR e prestigiar seu concorrente. Está na hora da raça negra mostrar a força de seu poder aquisitivo e reagir apertando onde dói mais: no bolso deles! Por muito menos os negros norte-americanos boicotaram o sistema de transporte em 1955 nos EUA. E veja onde eles chegaram hoje! Sim, nós também podemos! Um abraço e militância sempre.

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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.