Retirado do site TVCanal13.
O professor Carlos Benedito, do Departamento de Antropologia e Sociologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) reconheceu que houve falhas na avaliação das matrículas dos candidatos aprovados pelo sistema de cotas do Enem, que protestaram contra a decisão "Nós reconhecemos as falhas e a comissão de maneira consensual resolveu reavaliar alguns casos.", explicou.
Carlos Benedito disse que é difícil identificar quem são os cotistas na instituição. Para o educador, a ideia de mestiçagem no Brasil gerou um certo oportunismo.
- Mestiço todo mundo é. Não existe raça pura. No Brasil a ideia de mestiçagem é um complicador, pois constrói a identidade de uma ideologia. Ela acoberta a discriminação e dificulta a identificação das pessoas - argumentou.
Carlos Benedito afirmou que o Enem possibilita um pensamento contrário ao edital de política educacional afirmativa. "O concurso faz com que o candidato fique rastreando vagas pela pontuação. Ele faz opção para Medicina e Economia. Vai para o curso Direito. Depois muda para Enfermagem se aproveitando do Sistema de Cotas. Enfim, isto acaba afetando as políticas de cotas para negros, pois não está avaliando a ancestralidade, mas sim um candidato aprovado naquela circunstância", justificou.
O professor revela que dados da Pró-Reitoria da Universidade Federal do Maranhão indicam que 1.200 estudantes entraram na instituição pelo sistema de cotas sem critérios. O professor contesta esse número e a maneira como eles estão na instituição. Também questiona as coordenações de cursos no que diz respeito a políticas de cotas.
- É difícil identificar quem são os cotistas, pois eles não se apresentam. As coordenações de cursos não têm acompanhamento e preocupação com as políticas de cotas da universidade - acrescentou.
Carlos Benedito elogiou a política do sistema de cotas nas universidades públicas federais da UNB, UFRJ e Universidade Federal da Bahia ,que busca, em seu processo de avaliação, identificar quem são os cotistas, o seu rendimento dentro da instituição e qual a constituição étnico-racial da universidade.
O professor Carlos Benedito definiu o sistema de cotas como uma política de acesso para assegurar a oportunidade de quem não tem. Disse ainda que o estudante está fazendo uma opção política em que deve se solidarizar com um processo de luta e conquista da criação do sistema de cotas.
Benedito exigiu o envolvimento da Universidade e quer que ela incorpore uma política de ação afirmativa para conscietizar os discentes da instuição.
28/06/2010
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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.