Retirado do site do PNUD
Brasília, 21/02/2008
'Políticas neoliberais freiam ODM na África'
Estudo diz que metas de inflação baixas e esforço para redução de déficit fiscal tornam mais difícil região cumprir
Objetivos do Milênio
TIAGO MALI
Brasília, 21/02/2008
'Políticas neoliberais freiam ODM na África'
Estudo diz que metas de inflação baixas e esforço para redução de déficit fiscal tornam mais difícil região cumprir
Objetivos do Milênio
TIAGO MALI
As políticas neoliberais travam o crescimento econômico da África Subsaariana e fazem com que ele fique aquém do necessário para a região atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), afirma um estudo do Centro Internacional de Pobreza , uma instituição de pesquisa do PNUD, resultado de uma parceira com o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A pesquisa As Implicações Macroeconômicas das Estratégias para os ODMs na África Subsaariana conclui que a estratégia de manter déficits fiscais reduzidos, adotar metas de inflação abaixo de 5% e deixar o câmbio flutuar seguindo regras de mercado prejudica o desenvolvimento daqueles países. Para o professor John Weeks e o economista Terry McKinley, autores do texto, a região desperdiça um momento favorável de aquecimento da economia mundial, que poderia impulsionar mais melhorias na vida da população.
“A prevalência do modelo econômico neoliberal se baseia em forças de mercado para conduzir o desenvolvimento. Isso requer políticas fiscais preocupadas com pequenos déficits, políticas monetárias atreladas a baixas taxas de inflação e políticas de câmbio comprometidas com a flexibilidade total. Esse tipo de política dificilmente acelera o crescimento ou tem impacto suficiente para reduzir pela metade a pobreza extrema até 2015 (ou seja, atingir o primeiro ODM) e sustentar o alcance dos outros Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, diz o texto.
A análise, que compreende o período de 1985 a 2005, dividiu a África Subsaariana em três grupos: dez países que estão em situação de conflito; sete que não estão em conflito e têm renda média e 24 que não estão em conflito e têm renda baixa. Segundo o estudo, a recuperação dos que saíram de situação de guerra no meio dos anos 90 gerou uma falsa impressão de melhoria generalizada. O que a pesquisa constatou, entretanto, foi que a renda per capita piorou nos países de renda média e teve melhora discreta nos de baixa renda (0,2 % ao ano na década de 90 e 1,2% entre 2000 e 2005). Números insuficientes, de acordo com a pesquisa, cumprir os Objetivos do Milênio.
Os autores criticam o que chamam de “obsessão por baixos déficits fiscais”, que não seriam necessários. Analisando dados do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre 30 países da África Subsaariana, a pesquisa mostra que em nenhum momento mais de um quarto das nações teve déficit fiscal expressivo (mais de 5% do PIB) no período de 1985 a 2005. Nesse sentido, uma estratégia pesada de controle dos gastos não se justificaria, argumenta o texto.
Para ler na íntegra clique aqui.
A pesquisa As Implicações Macroeconômicas das Estratégias para os ODMs na África Subsaariana conclui que a estratégia de manter déficits fiscais reduzidos, adotar metas de inflação abaixo de 5% e deixar o câmbio flutuar seguindo regras de mercado prejudica o desenvolvimento daqueles países. Para o professor John Weeks e o economista Terry McKinley, autores do texto, a região desperdiça um momento favorável de aquecimento da economia mundial, que poderia impulsionar mais melhorias na vida da população.
“A prevalência do modelo econômico neoliberal se baseia em forças de mercado para conduzir o desenvolvimento. Isso requer políticas fiscais preocupadas com pequenos déficits, políticas monetárias atreladas a baixas taxas de inflação e políticas de câmbio comprometidas com a flexibilidade total. Esse tipo de política dificilmente acelera o crescimento ou tem impacto suficiente para reduzir pela metade a pobreza extrema até 2015 (ou seja, atingir o primeiro ODM) e sustentar o alcance dos outros Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, diz o texto.
A análise, que compreende o período de 1985 a 2005, dividiu a África Subsaariana em três grupos: dez países que estão em situação de conflito; sete que não estão em conflito e têm renda média e 24 que não estão em conflito e têm renda baixa. Segundo o estudo, a recuperação dos que saíram de situação de guerra no meio dos anos 90 gerou uma falsa impressão de melhoria generalizada. O que a pesquisa constatou, entretanto, foi que a renda per capita piorou nos países de renda média e teve melhora discreta nos de baixa renda (0,2 % ao ano na década de 90 e 1,2% entre 2000 e 2005). Números insuficientes, de acordo com a pesquisa, cumprir os Objetivos do Milênio.
Os autores criticam o que chamam de “obsessão por baixos déficits fiscais”, que não seriam necessários. Analisando dados do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre 30 países da África Subsaariana, a pesquisa mostra que em nenhum momento mais de um quarto das nações teve déficit fiscal expressivo (mais de 5% do PIB) no período de 1985 a 2005. Nesse sentido, uma estratégia pesada de controle dos gastos não se justificaria, argumenta o texto.
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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.