terça-feira, 9 de setembro de 2008

UNB E UFPE COM COTAS PARA MORADORES DAS PERIFERIAS

Retirado do site do jornal O GLOBO. Abaixo segue a pagína da matéria, para ampliar clique na imagem.

Universidades federais agora criam cotas para moradores das periferias e interior
08/09/2008
O Globo Online
BRASÍLIA - Depois das cotas para negros, índios e alunos de escolas públicas, o acesso a universidades federais ganhou um novo critério: o lugar onde o candidato freqüentou ensino médio. É o que mostra reportagem de Demétrio Weber publicada no "Globo" nesta segunda-feira. Os novos campus da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) incluíram em sua fórmula de ingresso o "bônus regional", pontuação extra no vestibular para quem estudou no interior ou na periferia.
Assim, o que importa é a geografia, ou melhor, o endereço da escola. No bônus regional, não faz diferença se o candidato é rico ou pobre, branco ou negro nem se estudou em colégios públicos ou privados. Pelo critério, quem cursou o ensino médio em cidades-satélites de Brasília, em municípios de Goiás (vizinhos ao Distrito Federal) e no interior de Pernambuco recebe mais pontos no vestibular: 20% na UnB e 10% na UFPE.

O incentivo geográfico surpreendeu o ministro da Educação, Fernando Haddad. Entusiasta da reserva de vagas para alunos de escolas públicas, ele disse desconhecer o mecanismo e expressou dúvidas quanto à sua legalidade:
- É a primeira vez que ouço falar de demarcação territorial. A consultoria jurídica do MEC não foi procurada (para opinar sobre a medida) - afirmou Haddad.
Benefício divide a opinião dos alunos
Aos 42 anos e eufórica com a oportunidade de fazer um curso superior, a alfabetizadora Sandra Regina Rodrigues Peixoto está entre os 240 aprovados na unidade da UNB de Ceilândia, cidade-satélite que costuma aparecer no noticiário policial. Teria direito ao bônus regional, mas não sabia e entrou no curso de gestão em saúde sem o benefício.
O bônus divide opiniões entre os alunos. Com ou sem ele, porém, o vestibular em Ceilândia para farmácia, enfermagem, terapia ocupacional, fisioterapia e gestão em saúde teve menos concorrência do que no campus central da UnB, no Plano Piloto. O mesmo aconteceu na seleção de 240 alunos dos cursos de engenharia eletrônica, automotiva, de software e de energia no Gama.
A atendente de suporte técnico Jeane Quitéria da Conceição Silva, de 34 anos, foi a oradora da turma na inauguração da unidade de Ceilândia. Entrou pela cota de negros e não pediu o bônus por desinformação.
- O preconceito contra negros existe, só que é muito maior contra quem mora em Ceilândia. Se a gente chega no Plano Piloto pedindo emprego, tem que estar bem vestida e falando bem. Se não, ninguém contrata.
No Gama, a 40 quilômetros de Brasília, o estudante Thales da Cruz Portela, de 17 anos, cursou o ensino médio em escola particular. Seus pais têm um mini-mercado. Ele recebeu o bônus, mas entende que o benefício deveria ser dado apenas à população de baixa renda que estuda em escola pública:
- Aqui tem muito colégio bom e gente com oportunidades iguais ou melhores do que em qualquer lugar.

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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.