sexta-feira, 10 de outubro de 2008

ESTUDANTES PROTESTAM CONTRA PAAES

Retirado do site do jornal Correio de Uberlândia.

Comunidade da rede particular de ensino questiona programa de cotas da UFU
Lucas Barbosa
Repórter

Atualizada: 09/10/2008




Mais de 3 mil estudantes, professores e dirigentes do Sindicato das Escolas Particulares de Uberlândia (Sinep) fizeram na manhã de ontem, na praça Clarimundo Carneiro, uma passeata em protesto contra o Programa de Ações Afirmativas de Ingresso ao Ensino Superior (Paaes). Os manifestantes não concordam com o novo sistema seriado de provas, implantado no dia 29 de agosto, pelo Conselho Universitário da Universidade Federal de Uberlândia (Consun/UFU). O Paaes substitui o antigo Programa Alternativo de Ingresso ao Ensino Superior (Paies) e garante 25% de todas as vagas nos cursos de graduação da universidade para alunos que cursaram o ensino médio em escolas públicas.

Clique aqui e confira outras matérias sobre o sistema de cotas

Segundo Átila Rodrigues, presidente do Sinep, o sindicato vai mover um processo judicial para discutir a constitucionalidade do Paaes. “A universidade está excluindo os alunos da rede particular. Vamos entrar com um processo para que seja revista a decisão. Somos a favor das cotas, mas elas devem privilegiar também aqueles alunos carentes que estudam em escolas particulares”, disse.Thomé de Freitas, diretor de uma escola particular de Uberlândia, também é contra o novo sistema. “Estamos jogando fora 10 anos de experiência com o Paies. É um retrocesso no preenchimento das vagas. Coloca em risco a qualificação dos alunos que vão ingressar. Não somos contra as cotas, somos a favor de que os colégios particulares sejam tratados de forma igual”, afirmou.Para a diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), Edna Maria de Carvalho, o sistema vai beneficiar os alunos da rede pública sem prejudicar os estudantes da rede privada. “Nós sempre lutamos para defender os alunos da escola pública e somos a favor de todos os programas nesse sentido.” Na opinião de Paulo Henrique de Melo, professor de uma escola particular, o novo sistema de ingresso à UFU é discriminatório. “Não só prejudica os alunos das escolas particulares como também discrimina os alunos da rede pública, ao dizer que eles não são capazes de entrar em uma universidade federal quando competem com alunos da rede particular”, disse.

Consun defende novas políticas de inclusão
De acordo com Sidiney Ruocco Júnior, um dos membros do Conselho Universitário, grande parte dos alunos da escola pública que participa do processo seletivo de acesso à universidade é excluída, o que explica a necessidade da construção de políticas, como o Paaes, que aumentem os níveis de inclusão social. Entre os 661 aprovados no triênio 2005-2008, por exemplo, apenas 25,72% eram oriundos da escola pública, enquanto 74,28% vieram de escolas particulares. “Várias comissões discutiram desde 2003 a criação das cotas étnicas e decidimos que haveria uma cota social e não étnica. Por isso, deliberamos por criar um programa com os mesmos critérios do Paies”, afirmou Ruocco Júnior.O Paies, implantado na UFU em 1997, permitiu o acesso ao ensino superior de estudantes de escolas públicas e particulares de Uberlândia durante 10 anos. No entanto, segundo Ruocco Júnior, também presidente da Comissão Permanente de Vestibular (Copev), o Paies só ofereceu bons resultados enquanto programa seriado, mas não funcionou como facilitador do ingresso de estudantes de escolas públicas ao ensino superior.No Paaes, assim como acontecia no Paies, o processo seletivo também será feito em três etapas com provas aplicadas ao fim de cada ano do ensino médio. A diferença é que o programa é restrito a estudantes de escolas públicas. O candidato terá que comprovar na grade curricular ter estudado em instituição pública durante os quatro anos do ensino fundamental, a partir do 6º ano — antiga 5ª série — e todo o ensino médio. Cada curso tem uma reserva de 25% de vagas para alunos ingressantes por meio do Paaes. Os outros 75% das vagas continuarão sendo distribuídas por meio dos concursos vestibulares.


Clique aqui e confira a matéria sobre cotas em universidades públicas no site do MEC Sopa de letras
Paies

Criado em 1997, promoveu o acesso aos cursos da UFU de estudantes de escolas públicas e particulares. O processo seletivo era feito em três etapas com provas aplicadas ao fim de cada ano do ensino médio.
PaaesCriado este ano, promove o acesso a 25% das vagas dos cursos da UFU apenas para estudantes de escolas públicas. O processo seletivo será feito em três etapas com provas aplicadas ao fim de cada ano do ensino médio.
* Confira
aqui as fotos da manifestação dos estudantes

Pesquisa: Valeriana Medrado
Redação Online

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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.