Alô, alô Ali Kamel !
Publicado em 13/05/2010
Na foto, uma singela explicação para o IDH do Brasil
De cada 4 trabalhadores libertados no país, 3 são pretos ou pardos, diz estudo de economista da UFRJ
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Passados 122 anos desde a Lei Áurea, 3 em cada 4 trabalhadores libertados de situações análogas à escravidão hoje são pretos ou pardos.
É o que mostra um estudo do economista Marcelo Paixão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, feito a partir do cadastro de beneficiados pelo Bolsa Família incluídos no programa após ações de fiscalização que flagraram trabalhadores em situações que, para a ONU, são consideradas formas contemporâneas de escravidão.
São pessoas trabalhando em situações degradantes, com jornada exaustiva, dívidas com o empregador -que o impedem de largar o posto- e correndo riscos de serem mortas.
Paixão, que publica anualmente um Relatório de Desigualdades Raciais (ed. Garamond), diz que foi a primeira vez em que conseguiu investigar a cor ou raça desses trabalhadores, graças à inclusão do grupo no
Bolsa Família.
Os autodeclarados pretos e pardos -que Paixão soma em seu estudo, classificando como negros- representavam 73% desse grupo, apesar de serem 51% da população total do Brasil. Tal como nas pesquisas do IBGE, é o próprio entrevistado que, a partir de cinco opções (branco, preto, pardo, amarelo ou indígena) define sua cor.
Para o economista, “a cor do escravo de ontem se reproduz nos dias de hoje. Os negros e índios, escravos do passado, continuam sendo alvo de situações em que são obrigados a trabalhar sem direito ao próprio salário. É como se a escravidão se mantivesse como memória”.
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Passados 122 anos desde a Lei Áurea, 3 em cada 4 trabalhadores libertados de situações análogas à escravidão hoje são pretos ou pardos.
É o que mostra um estudo do economista Marcelo Paixão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, feito a partir do cadastro de beneficiados pelo Bolsa Família incluídos no programa após ações de fiscalização que flagraram trabalhadores em situações que, para a ONU, são consideradas formas contemporâneas de escravidão.
São pessoas trabalhando em situações degradantes, com jornada exaustiva, dívidas com o empregador -que o impedem de largar o posto- e correndo riscos de serem mortas.
Paixão, que publica anualmente um Relatório de Desigualdades Raciais (ed. Garamond), diz que foi a primeira vez em que conseguiu investigar a cor ou raça desses trabalhadores, graças à inclusão do grupo no
Bolsa Família.
Os autodeclarados pretos e pardos -que Paixão soma em seu estudo, classificando como negros- representavam 73% desse grupo, apesar de serem 51% da população total do Brasil. Tal como nas pesquisas do IBGE, é o próprio entrevistado que, a partir de cinco opções (branco, preto, pardo, amarelo ou indígena) define sua cor.
Para o economista, “a cor do escravo de ontem se reproduz nos dias de hoje. Os negros e índios, escravos do passado, continuam sendo alvo de situações em que são obrigados a trabalhar sem direito ao próprio salário. É como se a escravidão se mantivesse como memória”.
Pretos e pardos são maioria entre a população mais pobre. Segundo o IBGE, entre os brasileiros que se encontravam entre os 10% mais pobres, 74% se diziam pretos ou pardos.
Para Paixão, ainda que hoje a cor não seja o único fator a determinar que um trabalhador esteja numa condição análoga à escravidão, o dado sugere que ser preto ou pardo eleva consideravalmente a probabilidade.
Cique aqui para ler.
Em tempo: em entrevista à Record News, nesta última terça-feira, a professora Flávia Piovesan, especialista em direitos humanos, contou que estudo do professor Paixão mostra que no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, da ONU), o Brasil está em 70º. lugar. Se o Brasil fosse só de brancos, o IDH pularia para o 30º. lugar. Se fosse só de negros, cairia para 104º. lugar. Não, nós não somos racistas.
A propósito, também como singela homenagem a Kamel, clique aqui para ler o post sobre o artigo de Maria Rita Kehl, no Estadão, em que ela associa a decisão do Supremo sobre a Anistia ao assassinato sob tortura de um motoboy, num quartel da PM de Serra, em SP.Este post é uma singela homenagem a Ali Kamel, o editor máximo do jornalismo da Globo, autor do livro “Nós não somos racistas” (Uaaaaau!, diria o Paulo Francis).
Cique aqui para ler.
Em tempo: em entrevista à Record News, nesta última terça-feira, a professora Flávia Piovesan, especialista em direitos humanos, contou que estudo do professor Paixão mostra que no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, da ONU), o Brasil está em 70º. lugar. Se o Brasil fosse só de brancos, o IDH pularia para o 30º. lugar. Se fosse só de negros, cairia para 104º. lugar. Não, nós não somos racistas.
A propósito, também como singela homenagem a Kamel, clique aqui para ler o post sobre o artigo de Maria Rita Kehl, no Estadão, em que ela associa a decisão do Supremo sobre a Anistia ao assassinato sob tortura de um motoboy, num quartel da PM de Serra, em SP.Este post é uma singela homenagem a Ali Kamel, o editor máximo do jornalismo da Globo, autor do livro “Nós não somos racistas” (Uaaaaau!, diria o Paulo Francis).
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Muito axé e militância pessoal e obrigado pelos comentários.