
O “griot” em tradições orais de vários povos africanos é um dos símbolos representativos dos narradores, dos que contam contos, cantam décimas, sábios, avós, mães e todos personagens cênicos ou não, que, em muitas sociedades, são depositários de histórias, de testemunhos ou de tradições que ele conta.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
REVISTA VEJA - 24 DE DEZEMBRO DE 2008

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REVISTA ISTOÉ DINHEIRO - 03 DE DEZEMBRO DE 2008

REVISTA DICAS INFO- UBUNTU - DEZEMBRO DE 2008

Gênero: Informatica
Edição: Dezembro de 2008
Tamanho: 25 Mb
Formato: Rar / Pdf
Idioma: Português
Para baixar clique em easy-share ou rapidshare.
REVISTA EXAME - 03 DE DEZEMBRO DE 2008

REVISTA INFO - DEZEMBRO DE 2008

Gênero: Informática
Edição: Dezembro de 2008
Tamanho: 28 Mb
Formato: Rar / Pdf
Idioma: Português
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REVISTA ISTOÉ - 03 DE DEZEMRO DE 2008
Retirado do blog Dê Graça é mais Gostoso.

PESQUISA APONTA AUMENTO DA PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO NEGRA
16/12/08
Estudo reúne dados da Pnad, do período entre 1993 e 2007.Entre a população masculina, negros representam 51,1%.
Do G1, em São Paulo
A proporção de negros no país, entre os anos de 1993 e 2007, passou de 45,1% para 49,8%, de acordo com a terceira edição da pesquisa “Retrato das Desigualdades”, divulgada nesta terça-feira (16). Entre a população masculina, os negros são maioria desde 2005, representando 51,1% da população, enquanto os brancos são 48,1%. Já entre as mulheres, a tendência de crescimento também é verificada, mas as mulheres negras ainda são minoria (48,5% frente a 50,6% da população branca). O estudo foi realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) e o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem). As análises são feitas com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2007 (Pnad 2007).
O aumento da população que se identifica como preta ou parda ocorre em praticamente todas as faixas etárias, indicando, segundo a pesquisa, que o aumento da população negra no país não é causado por uma maior taxa de natalidade entre os negros. Segundo os pesquisadores, o aumento da população negra não está relacionada ao número de filhos, mas ao auto-reconhecimento das pessoas como negras. A ministra da Secretaria Especial de Política para as Mulheres, Nilcéa Freire, ressaltou que a política de cotas tem sido um elemento absolutamente importante para o crescimento dessa auto-afirmação. Ainda de acordo com a pesquisa, o envelhecimento da população também é uma tendência observada no país. Entre 1993 e 2007, o grupo de homens brancos com 60 anos ou mais passou de 8,2% para 11,1%, enquanto o de negros nessa mesmo faixa etária aumentou de 6,5% para 8%. Entre as mulheres, no mesmo período, o grupo de brancas passou de 9,4% para 13,2% e o de mulheres negras nessa faixa etária passou de 7,3% para 9,5%.
Chefia de família
Um dos principais indicadores da pesquisa referentes à estrutura familiar indica que, entre 1993 e 2007, houve um crescimento das famílias chefiadas por mulheres. O índice passou de 22,3%para 33%. A tendência é observada, de acordo com o levantamento, tanto em famílias da zona urbana quanto da zona rural, mas de forma mais intensa nas áreas urbanas. Do total das famílias chefiadas por mulheres, houve um decrescimento das monoparentais femininas, de 63,9% em 1993 para 49,2% em 2006. Já entre as famílias chefiadas por homens notou-se o crescimento do número de famílias monoparentais masculinas, de 2,1% em 1993 para 3% em 2007.
Educação
No que diz respeito à educação, a pesquisa revela desigualdades racial e de gênero no acesso à escolaridade. Em 1993, a taxa de analfabetismo para homens brancos de 15 anos ou mais era de 9,2%, passando a 5,9%, em 2007. Entre as mulheres brancas na mesma faixa etária, o índice passou de 10,8% para 6,3%, e entre as mulheres negras passou de 24,9% para 13,7%. Mesmo com a redução observada nas taxas de analfabetismo para os diversos grupos, as desigualdades entre os grupos raciais, segundo a pesquisa, ainda são significativas (mais de oito pontos percentuais entre homens brancos e negros e mais de sete pontos percentuais entre as mulheres destes grupos). Com relação aos anos de estudo, houve um aumento médio de dois anos de estudo no período analisado pela pesquisa, em todos os grupos etários, de gênero e raciais.
Saúde
Os cânceres de mama e de útero são os mais freqüentes na população feminina e, segundo a pesquisa, a doença está entre as principais causas de morte de mulheres entre 30 e 60 anos, ao lado de doenças circulatórias e mortes provocadas por causas externas. Em 2003, no entanto, ainda de acordo com o levantamento, 32% das mulheres que moravam em áreas urbanas nunca haviam realizado o exame clínico de mamas. Em áreas rurais, esse índice sobe para 63% das mulheres, no mesmo ano.Ainda em 2003, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi responsável por 63,5% dos atendimentos e 69,3% das internações no país. Para a população branca, esse índice corresponde a 54% dos atendimentos e 59% das internações. Quando os dados do SUS são referentes à população negra, os atendimentos e internações correspondem, respectivamente, a 76% e 81,3%. Pouco mais de 33% dos brancos possuem plano de saúde privado e menos de 15% dos negros estão na mesma situação.
Saneamento
Quase a totalidade dos domicílios urbanos do país (98%) contam com coleta de lixo, o que corresponde à ampliação de uma cobertura que, em 1993, chegava a 85% das cidades. Não há distinção na distribuição desse serviço entre domicílios chefiados por homens e mulheres e mesmo entre os brancos e negros a diferença é de menos de três pontos percentuais (99% das casas chefiadas por brancos e 96,7% das chefiadas por negros). A Região Nordeste é a que apresenta o menor percentual de domicílios cobertos por esse serviço (94,2%). O serviço de esgotamento sanitário atende a 82,3% dos domicílios. As desigualdades de raça, região e renda com relação a esse serviço são destacadas pelo estudo. Enquanto 88% dos domicílios chefiados por brancos possuíam esgotamento sanitário em 2007, esse percentual era de 76% para os domicílios chefiados por negros.
Saiba mais
Brasil atinge meta da ONU sobre acesso a água encanada
Menos de 60% da população tem esgoto nas cidades brasileiras
Brasil tem 54,6 milhões de pessoas em moradias inadequadas, aponta Pnad
Cai número de crianças e adolescentes que trabalham, diz IBGE
Contribuição para previdência cresce e trabalho informal cai em 2007, diz Pnad
Trabalhador estudou mais, mas ganha menos do que em 1997, diz IBGE
Fogão, geladeira e televisão prevalecem nos lares brasileiros, revela Pnad
PESQUISA MOSTRA NOVO PERFIL DO LAR BRASILEIRO
Pesquisa mostra novo perfil do lar brasileiro (parte III)
Luciana Abade, JB Online
BRASÍLIA - Mesmo com todos os avanços apontados pela pesquisa Retratos do Brasil, também persiste a desigualdade de raça no mercado de trabalho e na educação. A expectativa de vida da população branca, por exemplo, é maior que a negra. Entre 1993 e 2007, o grupo de homens brancos com 60 anos ou mais de idade passou de 8,2% para 11,1% enquanto o de negros na mesma faixa etária aumentou de 6,5% para 8,0%. Mas a proporção de negros na população aumentou de 45,1% para 49,8% nos últimos 15 anos. O aumento da população que se identifica como preta ou parda ocorre praticamente em todas as faixas etárias, o que mostra mudança nos padrões culturais brasileiros.
– As políticas afirmativas contribuíram para esse avanço social – afirma o coordenador do grupo de estudos afro-brasileiro da Universidade de Brasília (UnB), professor Nelson Inocêncio. – Mas outras ações antecederam essa política como a luta do movimento negro pela identidade positiva, além dos movimentos artísticos e culturais que levaram às pessoas a terem prazer em se assumirem negras.
Cotas raciais
Segundo o professor, o sistema de cotas raciais pelas universidades são um exemplo de política afirmativa que tem contribuído para a mudança cultural porque está mudando a paisagem do campus e a idéia racista de que lugar de negro é na cozinha.
No que se refere à renda financeira da população brasileira, as mulheres negras estão em extrema desvantagem, uma vez que sofrem uma dupla discriminação: de gênero e raça. Em 2007, as mulheres negras ganhavam, em média, R$ 430, enquanto os homens brancos recebiam R$ 1.270.
A maioria dos domicílios que recebem benefícios assistenciais é chefiada por negros. É o caso de Ubirajara Ramos, 50 anos, morador de Seropédica, região metropolitana do Rio de Janeiro. Pedreiro e pai de cinco filhas, Ubirajara completa a renda mensal com o Bolsa Família. A esposa, dona de casa, é quem ajuda a organizar o orçamento e cuidar das filhas, principalmente a de 17 anos que sofre de distúrbios mentais.
–É uma barra segurar tanto sufoco – lamenta Ubirajara.
De acordo com os pesquisadores, os dados raciais da pesquisa não apresentam surpresa, já que os os dados de pobreza quando desagregados por cor e raça mostram que os negros são os mais pobres. Mas as informações dão visibilidade a uma realidade racista que exige respostas imediatas e reforçam a necessidade de adoção de mediadas que visem à valorização e promoção de igualdade racial nas ações públicas. (L.A.)
16/12/2008
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
MULHER NEGRA, SEM EMPREGO
DISCRIMINAÇÃO
Estudo do Ipea aponta parcela menos favorecida no mercado de trabalho, independente de escolaridade

Nilciléia, desempregada, acredita que falta de oportunidade profissional está ligada à sua cor
RENÊ DIÓZ
Especial para o DiárioDesempregada há 9 meses, Nilciléia Lemes, de 24 anos, acha que sua foto no currículo tem bastado para que os empregadores lhe recusem oportunidades. Ela possui o ensino médio completo, já foi operadora de caixa, recepcionista e babá. Fora um azar inexplicável, ela diz que não consegue cogitar outro motivo para as portas lhe fecharem a não ser a discriminação por sua raça. Afinal, insistência não tem faltado.
Ontem, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou o estudo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, cujos dados de 1993 a 2007, baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), dão conta da situação de Nilciléia e das mulheres negras em geral no mercado de trabalho. É dentro deste recorte de gênero e raça que se encontra a maior taxa de desemprego e a menor renda média do país (veja quadro).
O curioso é que a mesma pesquisa aponta que as mulheres, brancas ou negras, estão cada vez mais escolarizadas, superando os homens de ambas as raças. E as negras acompanharam este progresso. De 1996 a 2007, diz o Ipea, elas aumentaram seu tempo de estudo de 5,2 para 7,4 anos. As brancas são as mais escolarizadas, com 9,3.
Enquanto se sustenta com o seguro-desemprego, Cleide Rodrigues Miranda, de 35 anos, está tendo de trabalhar como diarista esporadicamente para poder complementar a renda. Há um mês, ela foi dispensada do trabalho, uma empresa distribuidora de medicamentos que passou por um período de cortes de pessoal. Em sua casa, ela vive com o marido e três filhas e se prepara para “bater perna na rua”, em busca de uma oportunidade. Ela, que possui grande experiência como babá, espera que até a falta de escolarização (ela está concluindo o ensino médio) seja motivo para empregadores recusarem seus serviços, menos a cor de sua pele.
Mas a recusa ou a alegação de que não existem mais vagas disponíveis é uma resposta comum, mesmo para as mulheres com nível universitário. É isso o que assusta a professora Maria Lúcia Muller, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação (Nepre) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Com a coleta de relatos para pesquisa qualitativa dentro da UFMT, o Nepre constatou que a raça tem sido fator decisivo para empregadores negarem oportunidades, mesmo quando ainda precisam.
Se o próprio Ipea prevê que o Brasil precisará de 87 anos para igualar as rendas de homens e mulheres, Muller acredita que o primeiro a se fazer é equiparar os salários de mulheres negras e brancas, preferidas no mercado mesmo quando não possuem formação tão consolidada. “O que preocupa é como se perpetua o imaginário ruim sobre a mulher negra”, aponta a coordenadora.
Este seria o segmento mais desfavorecido da sociedade no mercado de trabalho, diz a professora, enquanto as mulheres indígenas ainda não começarem a se emancipar com mais destaque. Já a presidente do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (Imune), a pedagoga Antonieta Luísa Costa, considera que as mulheres negras são “o segmento que mais avançou”, devido à consolidação das políticas afirmativas. Os movimentos negros, ela assegura, não aceitam o estigma do desfavorecimento social, focando-se na luta pela igualdade racial, mesmo que dados como os do Ipea, sem novidade alguma, traduzam periodicamente em números a injusta realidade das negras brasileiras.
FREI DAVI DIZ QUE EMENDA TUCANA NÃO DESFIGURA PROJETO
Por: Redação - Fonte: Afropress - 21/12/2008
S. Paulo - Frei David Raimundo dos Santos, fundador e principal dirigente da Educafro, disse que o projeto de Lei que tramita no Senado - o PLC 180/08 –, com a emenda do deputado Paulo Renato (PSDB-SP) que introduziu o critério sócio-econômico, reservando 25% das vagas para estudantes de famílias com até 1,5 salários mínimos, não compromete a bandeira das cotas para negros e indígenas.
Ele também defendeu a necessidade de negociação em torno do tema. "Uma coisa é certa: nós negros/as precisamos entender que só com o voto deles ou com negociação venceremos. Quem é que tem o poder de negociar? Apenas os senadores. A nós militância cabe trabalhar previamente os senadores de nosso lado para que eles liderem o processo", disse em entrevista, por e-mail, ao editor de Afropress, jornalista Dojival Vieira.
Tramitação suspensa
Pela proposta que teve tramitação suspensa na última quinta-feira (18/12), 50% das vagas nas universidades federais e escolas técnicas passarão a ser preenchidas por estudantes da escola pública, sendo que 25% de famílias com renda de até 1,5 salário mínimo e 25% por auto-declarados negros e indígenas. "A emenda do Deputado Paulo Renato é mais favorável a nós negros do que ele próprio e muitos negros imaginam”, afirmou Frei David.
Na redação do projeto, porém, são garantidas vagas para pessoas auto-declaradas negras, pardas e indígenas, no mínimo, igual à proporção de negros, pardos e indígenas na população da unidade da federação onde está instalada a instituição, de acordo com o IBGE. Em apenas dois Estados, a presença da população negra é inferior a 25% – Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Frei David, entretanto, não vê nisso um problema. “Para a parte dos negros (pretos e pardos) isto não será difícil pois 73% do nosso povo infelizmente ganha até um salário mínimo”, afirmou.
O projeto deverá retornar ao plenário para votação só no ano que vem porque os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Ideli Salvatti (PT-SC) manifestaram-se contrários à redação enviada pela Câmara. Demóstenes é contra as cotas para negros e Ideli quer reinvindicar a paternidade da proposta e lembrou que é autora do PLS 546/07, que segundo ela deveria encabeçar as demais propostas.
É o possível
Frei David admite que “esta cota de vagas é muito abaixo do que é o nosso direito”. “No entanto é o máximo que a classe que tem o poder nas mãos está permitindo. Sabemos que temos juízo e maturidade para ir fazendo o avanço por etapa”, acrescentou.
Segundo ele, “os contrários às cotas estão cada vez mais articulados, ampliaram seus pontos de apoio na imprensa e na sociedade”. Ele, contudo, manifestou confiança em que o projeto retorne a plenário e seja votado até o dia 21 de março – Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial.
Na audiência de quinta-feira (18/12), esteve presente o grupo de contrários às cotas, liderado pela antropóloga Yvonne Maggie, da UFRJ, José Carlos Miranda, do Movimento Negro Socialista e José Roberto Militão, da Comissão do Negro e Assuntos Anti-Discriminatórios da OAB/SP.
“Uma parte de nós que pudemos priorizar esta luta, adquirimos experiência em tramitação e hoje estou convicto de que se o movimento social se organizar um pouco mais, ele pode vencer em menos tempo, esta batalha aqui no Senado. Estamos trabalhando para conquistar esta vitória em 3 meses”, concluiu confiante.
Veja, na íntegra, a entrevista de Frei David
Afropress - Com a Emenda Paulo Renato não se cria uma outra cota de caráter econômico, com a exigência de rendimento até 1,5 salário mínimo per capita? Qual é afinal, o entendimento majoritário na redação confusa do projeto aprovado pela Câmara?
Frei David Raimundo dos Santos - O trâmite de qualquer projeto que fere interesses de setores bem instalados no poder é muito difícil. Os pobres e sem poder político são as grandes vítimas. Este desafio da inclusão do negro nas universidades está nas duas casas por mais de 30 anos. O projeto mais antigo, ainda não arquivado, é de 1999 de autoria da deputada Nice Lobão. Este tema já foi debatido e avaliado em dezenas de reuniões dos deputados e senadores. Em cada reunião um deputado ou senador faz seus retoques, conforme seus interesses.
É assim com todos os projetos e inclusive foi assim com a constituição que já sofreu mais de 60 emendas, após promulgada. Quando tem alguém da Comunidade Negra presente, consegue-se segurar e evitar retrocessos nos “retoques”. Pena que tem poucas entidades negras acompanhando estes projetos na frente de combate. Qualquer cidadão ou entidade pode e deve acompanhar e participar das reuniões. Se ele é alguém bem articulado, consegue que suas propostas sejam apresentadas por um dos deputados ou senadores presentes.
O deputado federal Paulo Renato, do PSDB, desde quando foi Ministro da Educação, posicionou-se contra todas as formas de Cotas. Ele, como toda a pessoa sábia, mudou de opinião e agora tem uma posição bem mais ampla e amadurecida. Já admite as Cotas para a rede pública e foi capaz de fazer negociação com todas as forças presentes e abrir mão de sua posição e deixar o corte étnico no projeto, desde que os defensores deste corte aceitassem incluir um corte de renda. Ele, como deputado tem o poder de segurar e atrapalhar um projeto que não lhe agrada. O único caminho é negociar.
Não se trata de outra Cota e sim na mesma de 50% trabalha-se também a questão da renda. Isto tanto na percentagem dos negros (segundo o IBGE) como na percentagem da rede pública, a metade deve ser destinada a pessoas que ganham até um salário mínimo e meio de renda per capita. Para a parte dos negros (pretos e pardos) isto não será difícil, pois 73% do nosso povo infelizmente ganham até um Salário Mínimo.
Queremos lembrar que a Educafro tem consciência de que estamos apenas começando a grande luta pela inclusão. Conforme o Jornal “Folha de São Paulo” aborda na reportagem deste domingo, dia 21/12/2008, as Cotas Étnicas não chegam a 5% do total de vagas disponíveis no sistema universitário brasileira.
Ora, nós somos 49,7% do povo do Brasil contra 49,3% dos eurodescendentes, logo, esta Cota de vagas é muito abaixo do que é o nosso direito. No entanto é o máximo que a classe que tem o poder nas mãos está permitindo. Sabemos que temos juízo e maturidade para ir fazendo o avanço por etapa. É bom lembrar que várias universidades que adotaram cotas estão culpando a militância afro por omissão, pois tem sobrado vagas para negros/as.
O corte sócio econômico do deputado Paulo Renato incidirá e provocará muito mais mudanças no perfil dos que seriam contemplados na rede pública. Com o corte vai ter vez os brancos pobres e muitos afros que não querem disputar uma vaga na corta étnica. A emenda do deputado Paulo Renato é mais favorável a nós negros do que ele próprio e muitos negros imaginam.
Afropress - O ministro Fernando Haddad e o Governo estão apoiando o projeto tal como está no Senado, daí ter se criado a possibilidade de sua votação ainda este ano?
Frei David - Acreditamos que além deles, outras forças boas estavam trabalhando com esta meta. Todos nós queríamos dar ao nosso povo afro, nestes 120 anos de Lei Áurea mais um degrau de oportunidade para mudar nossa realidade. Infelizmente os herdeiros da Casa Grande não permitiram. Continuamos a acreditar no amadurecimento da posição dos contrários. Assim como o Juiz Federal William Douglas que era contra agora ficou a favor, convencendo-se da importância desta proposta de inclusão afro, também vamos trabalhar pelo convencimento dos demais. Uma coisa é certa: nós negros/as precisamos entender que só com o voto deles ou com negociação venceremos. Quem é que tem o poder de negociar? Apenas os senadores. A nós militância cabe trabalhar previamente os senadores de nosso lado para que eles liderem o processo.
No entanto, cada senador tem uns trinta projetos de seu interesse para fazer passar no voto dos opositores. Ele negocia cada um já plantando comprometimento com os demais projetos. É tudo muito confuso e cheio de mil interesses. Alguns acham que o DEM está usando o nosso projeto (por ser de forte apelo popular) para conseguir barganhar seus interesses em outros projetos de outras áreas.
Afropress - O senhor concorda em que se retire o caráter de reparação das cotas e se assume o critério sócio-econômico? Por que?
Frei David - Não é justo falar isto. A emenda do deputado Paulo Renato é mais favorável a nós negros do que ele próprio e muitos negros imaginam. Quando ele exige que a metade seja para pessoas que ganham até um salário mínimo e meio, ele nos ajuda a evitar que os 37% de alunos da rede pública que vem da classe média, roubem todas as vagas de cotas de rede pública. Amplia a chance para mais afros entrarem. Como é do seu conhecimento, de cada 100 pessoas que terminam o ensino médio na rede pública, 37% são da classe média.
É o caso das centenas de municípios do interior que não possuem demanda para a implantação de uma escola particular. Assim os filhos dos vereadores, do prefeito, do Juiz, etc. são obrigados a estudar na escola pública. Esta escola tem qualidade! É dela que vêm 37% da classe média que ocupam as cotas de rede pública. No entanto, nós negros, por não termos poder político, tivemos que fazer nossas vitórias acontecerem usando como escudo a escola pública. Se não fosse o fato de termos pautado a escola pública como destinatária número um das cotas, não teríamos 10% das vitórias que já possuímos nas cotas étnicas.
Afropress - Por que fracassou a audiência de quarta-feira (17/12)?
Frei David - Porque o DEM, através do senador Demóstenes Torres de Goiás é contra as cotas para negros. Ele sabia que estávamos fortes na audiência e isto poderiam fazer a vitória vir para o nosso lado. Ela esteve muito perto de nós, se não fosse as manobras do DEM. Se um Senador propor tirar a cota para negro e deixar só rede pública, o senador Demóstenes deixará passar o projeto. Colamos em todos os senadores, amigos da população afros e pedimos que não permitam tamanha barbaridade.
Afropress - Faça, por gentileza, as considerações que julgar pertinentes sobre a matéria.
Frei David - Descontando as férias do Senado, planejamos e lutaremos para que, em três meses, (até 21 de março de 2009 - dia internacional de Luta contra todas as formas de desigualdade racial) conquistar e entregar as cotas ao nosso povo afro e indígena! Quem quiser nos ajudar neste desafio é só chegar no senado nas reuniões Da CCJ e ajudar a pautar este nosso direito.
Parabenizo os mais de 40 militantes da causa afro, de mais de 10 Estados do Brasil, que, de passagem, trabalhando ou morando em Brasília, ouviram ou leram o nosso apelo e vieram para o Senado nos ajudar na luta! Foi uma energia muito boa, principalmente o povo da Bahia e de Goiás que enfrentaram “o touro” à unha (Senadores de seus Estados).
Pegaram os Senadores nos corredores do Senado e exigiram posição de apoio ao projeto
ou iriam denunciar a omissão nos respectivos estados! É este o caminho! Cada grupo negro de cada estado poderia fazer o mesmo com o senador de seu estado, neste período em que eles estão nas suas bases eleitorais! Feliz Natal Afro e que 2009 seja rico em vitórias do nosso Povo Afro-Indígena!
domingo, 21 de dezembro de 2008
REPORTAGEM SOBRE MERCADO DE TRABALHO DO IPEA
Estudo revela diminuição da desigualdade de gênero e cor da pele
Quarta-feira, 17/12/2008
Segundo o Ipea, diminuiu o preconceiro entre homens e mulheres e negros e brancos, mas ainda falta muito para acabar com as injustiças. Cresce o número de brasileiros que não se consideram brancos.
BAIXE PESQUISA RECENTE DE RENDA, GENÊRO E RAÇA DO IPEA
Para baixar o boletim com a análise dos diferenciais de renda e genêro no mercado de trabalho brasileiro clique Boletim Mercado de Trabalho - Conjuntura e Análise nº 37, Novembro 2008 ou neste link alternativo.
INTRODUÇÃO
Esta seção tem por finalidade apresentar uma breve análise do panorama conjuntural do mercado de trabalho brasileiro durante o período de julho a outubro do ano de 2008, assim como fazer um contraste com os principais indicadores no curto prazo (quadrimestre imediatamente anterior), com base nos dados divulgados pela Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PME/IBGE). Além disso, com o intuito de oferecer um horizonte mais amplo e amenizar a influência de fatores sazonais, procedeu-se também a uma comparação com o mesmo período quadrimestral de 2007, muitas vezes denominada aqui de comparação na base anual.
Outros postagens com estudos do IPEA
BAIXE DE GRAÇA LIVRO "AS POLÍTICAS PÚBLICAS E A DESIGUALDADE RACIAL NO BRASIL"
ANALFABETISMO CAI MENOS NA POPULAÇÃO NEGRA
PESQUISA DO IPEA "RETRATOS DAS DESIGUALDADES EM GENÊRO E RAÇA"
INDICADORES SOCIAIS DOS NEGROS AINDA SÃO MENORESIPEA: COTISTAS TÊM MELHORES NOTAS EM UNIVERSIDADES
PESQUISA DO IPEA SOBRE JUVENTUDE E POLÍTIAS SOCIAIS DÁ DESTAQUE COTAS RACIAIS
2,37% DAS VAGAS EM UNVIERSIDADES PÚBLICAS SÃO PARA COTAS RACIAIS, DIZ IPEA
BRASIL SÓ ALCANÇA A IGUALDADE RACIAL EM 32 ANOS
IPEA: NÚMERO DE NEGROS E PARDOS DEVE SUPERAR O DE BRANCOS
DOCUMENTOS DO IPEA SOBRE RACISMO NO BRASIL
COTAS ÉTNICAS NA TV SENADO
DEBATE SOBRE: "COTAS ÉTNICAS NAS UNIVERSIDADES"
Programa: Cidadania Debate
RESUMO:
O Juiz Federal William Douglas (branco) e o advogado José Roberto Militão (negro) falam sobre as cotas nas Universidades Federais.
O programa se chama "Cidadania" e termos as seguintes reprises:
Os dias e horários:
Segunda- dia 22 - 19h00
Terça - dia 23 - 03h00
Quarta - dia 24 - 06h00
Quinta - dia 25 - 13h30
Sexta - dia 26 - 19h00
Dê sua opinião:
Alô Senado - 0800 61 2211
Endereço eletrônico: tv@senado.gov. br
CartaSenado FederalVia N2 - Anexo II - Bloco B - SubsoloBrasília - DF CEP: 70165-920
Fax (61) 3311-4559
Programação - (61) 3311-4647
LANÇADO UM BROWSER PARA NEGROS AMERICANOS
Retirado do blog do Marcos Guterman.
13.12.08
por Marcos GutermanAuthor->Seção: Estados Unidos, Zeitgeist
O navegador "Blackbird": ação afirmativa na web
Três “empreendedores afro-americanos”, como eles mesmos se apresentam, criaram um browser (programa para navegação na web) voltado para os internautas negros dos EUA. Trata-se do “Blackbird”, cuja estrutura é semelhante à do Firefox.
O “Blackbird” oferece uma lista de favoritos pré-definida com sites de temática negra, além de consulta dos canais de TV dedicados a esse público. O navegador permite também procurar notícias de interesse dos negros, por meio de uma “black search” no Google News, e aproxima os internautas de entidades comunitárias.
Um dos criadores do “Blackbird”, Ed Young, negou que a iniciativa contrarie o universalismo da internet e tenha cunho racista. “Eu poderia ter feito um browser para os apaixonados pelo game ‘WarCraft’. Isso seria discriminatório com outras pessoas? Não, eu estaria apenas agregando pessoas aos sites e aos recursos em que elas possam estar provavelmente interessadas.”
SENADO DEBATE COTAS RACIAIS EM UNIVERSIDADES
18/12/08
Quatro educadores falaram a favor e quatro contra o projeto, já aprovado na Câmara, que reserva 50% das vagas aos estudantes que cursarem todo o ensino médio em escolas públicas.
Educadores e representantes da sociedade civil debateram, em uma comissão do Senado, o projeto de lei que prevê a criação de cotas raciais para o ingresso de alunos em instituições de ensino federais.
Quando o debate começou, não havia nenhum senador na platéia. Quatro convidados falaram a favor e quatro contra o projeto que cria cotas nas universidades e escolas técnicas federais. O projeto, já aprovado na Câmara, reserva 50% das vagas aos estudantes que cursarem todo o ensino médio em escolas públicas.
O preenchimento das vagas deve obedecer à proporção de negros, índios e pardos em cada estado, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desse total, metade dos alunos deve ter renda familiar de até um salário mínimo e meio por pessoa. Para especialistas favoráveis ao projeto, as cotas compensam as desigualdades raciais.
“Para que esse país realmente cresça, se desenvolva, temos que reparar o passado para construirmos um futuro digno e humanitário para todas as pessoas”, afirma a professora Deise Benedito, da Universidade de Brasília (UnB).
“Aprovando a lei de cotas, ela estará criando oportunidades novas para um Brasil melhor. As cotas étnicas vêm justamente para acelerar a integração entre brancos e negros no Brasil”, declarou Frei Davi, diretor-executivo da Educafro.
Os críticos acham que as cotas não devem levar em conta a raça e sim o poder aquisitivo do estudante. “Não teria sido mais simples reservar 50% para estudantes que cursaram integralmente o ensino médio em escola pública? Simplesmente, sem colocar a raça? Por que introduzir o critério raça para distribuição de justiça?”, polemiza a professora Yvone Maggie, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“Nós entendemos que essas políticas de cotas raciais não visam melhorar a vida dos pardos, negros e outros grupos. As cotas raciais já estão gerando conflito racial”, afirma Jerson Leão Alves, coordenador do Movimento Nação Mestiça.
Ao terminar o discurso, o representante do Movimento Nação Mestiça, contrário às cotas, foi ofendido por uma pessoa da platéia. O senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás, denunciou o insulto. “Ele se declarou mulato e alguém lá atrás disse: ‘filho de mula’. Isso é racismo, é algo deplorável”, disse o senador Demóstenes Torres.
Não há consenso entre os senadores sobre o sistema de cotas. O projeto aprovado pela Câmara foi considerado, por muitos, mal escrito e confuso, sem deixar claro de que forma os estudantes brancos e pobres poderiam se beneficiar. O projeto acabou aumentando a polêmica em torno do assunto. Com o recesso de fim de ano, a votação da lei ficou para 2009.
saiba mais
Câmara aprova cotas sociais nas universidades
sábado, 20 de dezembro de 2008
INSCRIÇÃO PARA BOLSA DO RIO BRANCO ATÉ DIA 26
Para baixar o edital clique na imagem abaixo ou neste link alternativo.

Para saber sobre os critérios antes de baixar o edital leia abaixo.
2 DOS REQUISITOS BÁSICOS PARA A INSCRIÇÃO NO PROCESSO SELETIVO
2.1 Ser brasileiro nato, conforme artigo 12, parágrafo 3.º, V, da Constituição Federal.
2.2 Ser afro-descendente (negro), condição a ser expressa por meio de autodeclaração.
2.3 Estar em dia com as obrigações eleitorais.
2.4 Estar em dia com as obrigações do Serviço Militar, para os candidatos do sexo masculino.
2.5 Haver concluído curso de graduação de nível superior, em instituição de ensino credenciada pelo Ministério da Educação (MEC), ou estar habilitado a concluir curso dessa natureza até o final de 2009.
2.6 Haver completado a idade mínima de 18 anos até a data da publicação do resultado final do Processo Seletivo.
2.7 Ter seu currículo cadastrado e atualizado na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/index.htm.
2.8 Cumprir as exigências deste Edital.
3 DA BOLSA-PRÊMIO DE VOCAÇÃO PARA A DIPLOMACIA
3.1 O valor total da Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia a ser concedido a cada candidato selecionado corresponderá a R$ 25.000,00 e será desembolsado parceladamente entre março e dezembro de 2009.
3.2 A bolsa-prêmio deverá ser utilizada para o custeio de material bibliográfico e para o pagamento de\cursos preparatórios ou de professores especializados nas disciplinas exigidas pelo Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata, realizado anualmente pelo Instituto Rio Branco.
3.3 Dentro das finalidades do Programa, tais como definidas no subitem 1.1, e com vistas ao pleno aproveitamento, por parte dos bolsistas, do incentivo proporcionado pelo Programa, poderá, no entanto, ser autorizado o emprego de, no máximo, 30% dos recursos da bolsa-prêmio para despesas de manutenção, desde que conste, de modo detalhado e justificado, do Plano de Estudos e Desembolso apresentado no ato de inscrição.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
CCJ DO SENADO ADIA VOTAÇÃO DO PROJETO DAS COTAS RACIAIS
Agência Brasil
BRASÍLIA - A Comissão de Constituição e Justiça do Senado adiou nesta quarta-feira a votação do projeto que estabelece cotas raciais e sociais nas universidades públicas federais de todo o país.
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) pediu o adiamento da votação para que na próxima segunda-feira seja feita uma audiência pública sobre o assunto. A matéria dever voltar à pauta da CCJ na próxima quarta-feira.
O texto, já aprovado na Câmara, determina que 50% das vagas nas universidades sejam reservadas a alunos de escolas públicas. Metade dessas vagas deverá ser distribuída de acordo com critérios raciais e estabelecida proporcionalmente à distribuição populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A outra metade será distribuída conforme a renda familiar per capita, menor que um salário mínimo e meio.
10/12/2008
DOCUMENTÁRIO SOBRE NEGROS NO EXÉRCITO
Documentário sobre a trajetória do negro no Exército será exibido na Câmara
Assessoria10/12/2008
Amanhã (11) às 15h, será exibido na Câmara Municipal de Cuiabá, o documentário Kamba Race “Lamento do Negro”, do jornalista Sioney Ricardo Leão. O documentário tem como proposta resgatar a participação do negro no Exercito Brasileiro.
O trabalho levou seis anos para ser concluído, em 2003, Sioney passou a captar imagens de entrevistas com historiadores e depoimentos de generais, assim como simulações de batalhas produzidas pela TVE regional Matogrosso do Sul (MS) . Sioney ressalta que até hoje, existiram “apenas três generais negros” em toda a historia do Militarismo brasileiro.
Na segunda quinzena de outubro de 2009, em Brasília, o filme será lançado em caráter nacional durante a semana de Comunicação do Instituto de Ensino Superior de Brasília (IESB).
Kamba Race – A palavra vem do Guarani e significa ‘Lamento do negro’, também foi o local em Matogrosso do Sul, onde o Exercito Brasileiro, na época da guerra do Paraguai (1867), abandonou centenas de soldados, em sua maioria negros, devido a contração de cólera por parte dos combatentes. Moradores da região, afirmam que o local se tornou amaldiçoado. E de noite pode-se ouvir os gritos e gemidos dos soldados que foram massacrados pelas tropas paraguaias.
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS INSPIROU TRATADOS E CONVENÇÕES
10-Dez-2008
Texto tem trinta artigos que enumeram direitos básicos de todo homem.Declaração completa 60 anos nesta quarta-feira (10).

Foto: Reprodução/Wikimedia Commons
A então primeira-dama dos EUA Eleanor Roosevelt segura o texto da Declaração dos Direitos Humanos, em 1948 (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)
Em trinta artigos, o texto enumera os direitos humanos, civis, econômicos, sociais e culturais "inalienáveis" e "indivisíveis". Na época, a maioria dos países aprovou o texto, com exceção da União Soviética, dos países do Leste europeu, da Arábia Saudita e da África do Sul, que se abstiveram.
Inspirada na declaração francesa dos direitos humanos e do cidadão, de 1789, e na declaração de Independência dos Estados Unidos, de 1776, a carta tem em sua origem o trauma provocado pela Segunda Guerra Mundial e pelo genocídio nazista. As tragédias humanitárias da primeira metade do século XX também ajudaram a formar o clima para a elaboração de um documento fixo sobre o assunto. Como diz a pesquisadora Regina Célia Pedroso no livro "10 de Dezembro de 1948" (Companhia Editora Nacional): "resultantes de políticas autoritárias de base racista, os massacres [de armênios pelos turcos, em 1915, e de judeus pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial] sensibilizaram várias nações que, a partir de então, incorporaram os desígnios de defesa das minorias raciais".
Reed Brody, conselheiro jurídico da ONG de direitos humanos Human Rights Watch (HRW), disse em entrevista ao G1, por telefone, que o documento da ONU não impediu - e ainda não impede - desrespeitos, atos bárbaros e até genocídios.
"Acredito que hoje a maior dificuldade é fazer um país aceitar os preceitos da Carta quando a nação mais poderosa do mundo a desrespeita. Os Estados Unidos atuam gravemente ao legitimar o uso da tortura e passam a ser um exemplo negativo na luta pela aceitação dos direitos humanos pelo resto do planeta."
Importância
Mesmo sem valor de coação, a declaração inspirou tratados internacionais do pós-guerra, e é reconhecida como o fundamento do direito internacional relativo aos direitos humanos.
As convenções internacionais para banir a discriminação contra as mulheres, de 1979, além das convenções contra a tortura (1984) e pelos direitos das crianças (1990), junto com a criação da Corte Penal Internacional (CPI) em 1998 são fruto da declaração.
De acordo com Brody, a grande importância da declaração é a sua ampla aceitação pelo mundo. "É difícil quantificar essa aceitação, mas ela se tornou um ponto de referência e foi se impondo."
Seis décadas depois, Declaração Universal de Direitos Humanos ainda é considerada utopia
10-Dez-2008
GENEBRA - Sessenta anos depois de ser lançada, a Declaração Universal dos Direitos Humanos continua atual. Por um motivo: o texto, que defende um mundo em que todos terão o direito de comer, liberdade para se expressar e outros direitos básicos respeitados, continua uma utopia. Onde se avançou nestas seis décadas e que novos desafios surgiram pela frente?
Militantes dos direitos humanos ouvidos pela repórter Deborah Berlinck, correspondente do GLOBO em Genebra, concordam num ponto: uma declaração que inspirou tantos tratados internacionais - de direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais, dos trabalhadores migrantes, das mulheres e crianças - e que pautou as leis de tantos países, já representa, por isso, um êxito. Mas o mais difícil resta a fazer: passar da palavra ao ato.
Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda e ex-alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, perguntou na sexta-feira a uma platéia de jornalistas durante o lançamento de um fundo para direitos humanos :
- Por que, 60 anos depois, fracassamos em evitar genocídio? Por que, 60 anos depois, não conseguimos mudar dramaticamente as circunstâncias das mulheres ou seguir o artigo 1, que diz que todos os seres humanos nascem iguais e livres na dignidade e nos direitos?
Mary e o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro - que tem longa trajetória na ONU como relator de casos extremos, como violações dos direitos humanos no Burundi (África), e em Mianmar, ex-Birmânia, país asiático governado por uma junta militar brutal - integram um grupo de especialistas que querem reativar uma velha idéia: a criação de uma Corte Internacional de Direitos Humanos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi proclamada pela Assembléia Geral da ONU em dezembro de 1948, ainda no rescaldo do trauma deixado pela Segunda Guerra Mundial. Havia três anos que a ONU fora criada e a comunidade internacional estava mobilizada para evitar a repetição das atrocidades cometidas durante o conflito. O documento, pela primeira vez, estabeleceu direitos universais para todos os povos, independentemente de credo, cor, gênero ou raça. Hoje, está disponível em 360 idiomas e é fonte de inspiração para as constituições de muitos Estados.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
PROJETO RESGATA LUTA DO NAVEGANTE NEGRO
Regional
Projeto resgata luta do navegante negro
RIO PARDO > EXPOSIÇÃO MOOSTRA A TRAJETÓRIA DE JOÃO CÂNDIDO, LÍDER DA EVOLTA DA CHIBATA
Adalberto Cândido: 2008 é o ano da redenção do pai com o reconhecimento da sua luta pelos direitos humanos
Otto Tesche
otto@gazetadosul.com.br

Cidade onde o Almirante Negro, como ficou conhecido, recebeu o título de Cidadão Honorário em 1959 na primeira gestão do ex-prefeito Fernando Wunderlich, Rio Pardo sediou na manhã de ontem a primeira solenidade, no Centro Regional de Cultura. Com a recepção pela Banda Marcial Fortaleza, o lançamento teve a participação do filho caçula Adalberto Cândido, o neto João Cândido de Oliveira Neto (Candinho) e outros familiares. Ainda participaram o presidente da Fundação BB, Jacques Pena, o diretor de Desenvolvimento Social, Jorge Streit, o gerente de Educação e Cultura, Marcos Fadanelli Ramos, o prefeito Joni Lisboa da Rocha, outras autoridades locais e uma comitiva de Encruzilhada do Sul.
A exposição reúne um conjunto de painéis que mostram a trajetória do bravo feiticeiro ou navegante negro, como foi cantado por Elis Regina na música O Mestre-Sala dos Mares, de João Bosco e Aldir Blanc. O acervo permanecerá no Centro Regional de Cultura de Rio Pardo até o final do ano e depois seguirá para Encruzilhada do Sul e Dom Feliciano. Na abertura do lançamento houve a exibição de um vídeo sobre a vida do Almirante Negro e a entrega de conjuntos de publicações sobre o herói. O presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena, disse que a escolha de João Cândido como homenageado deste ano no Projeto Memória é um marco. Lembrou que é a primeira vez que um negro ocupa a posição.
O filho caçula entre os 11, Adalberto Cândido, 70 anos completados no dia 26 de novembro, recordou do escritor e jornalista Edmar Morel, que tirou do esquecimento a história de João Cândido ao publicar em 1960 o livro A Revolta da Chibata. Ressaltou que 2008 é o ano da redenção do seu pai, pois em maio o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei da ex-ministra Marina Silva (PT-AC), que concede anistia post mortem a João Cândido Felisberto e aos demais participantes do movimento. O PL foi sancionado pelo presidente Lula em julho. No dia 20 de novembro, houve a inauguração de um monumento em homenagem ao herói na Praça XV, no Rio de Janeiro, onde João Cândido trabalhou até o fim da vida descarregando peixes de navios após a expulsão da corporação da Marinha.
PROJETO DE COTAS SEGUE MODELO DA UFABC
Projeto de cotas para alunos de escolas públicas segue modelo da UFABC
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
-->Karla Machado
Do Diário OnLine
O projeto de lei que estabelece cotas para alunos de escolas públicas em universidades federais, aprovado na Câmara dos Deputados no último dia 20, segue sistema já adotado pela UFABC (Universidade Federal do ABC) desde início das atividades da instituição, em 2006.
O texto, que agora passará por nova votação no Senado, destina 50% das vagas nas universidades federais vinculadas ao MEC (Ministério da Educação) e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio aos estudantes que tenham cursado todo o ensino médio na rede pública de ensino. Estas vagas serão preenchidas com reservas para negros, pardos e índios na proporção da população de cada Estado, de acordo com o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Ainda dentro dessa reserva de 50% das vagas, a metade terá de ser destinada a estudantes de família com renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio por integrante, daí a diferença do projeto aprovado na Câmara para o regime utilizado pela UFABC, que não exige uma renda mínima para contemplar os estudantes.
Segundo o coordenador do Comitê de Processos Seletivos da universidade, Ronei Miotto, a intenção da faculdade é valorizar os alunos que não tiveram a oportunidade de cursar uma escola privada. "O espírito da universidade é mostrar que essa população, que em geral contêm baixa expectativa, está preparada e têm direito ao acesso a universidades públicas", justifica.
Como a UFABC é nova — a primeira turma se formará em meados de 2009 —, ainda não há um balanço dos efeitos da implementação da medida, bem como a quantidade de cotistas que tenham evadido por problemas de desempenho. De acordo com Miotto, porém, dados preliminares sugerem que o estudante originário da rede pública tem, em geral, performance bastante próxima a do estudante da rede particular. "Para se ter uma idéia, até o ano passado, um dos nossos alunos de melhor avaliação no projeto de iniciação científica era um cotista de escola pública".
O estudante de BC&T (Bacharelado em Ciências e Tecnologia) Júlio Carvalho de Paiva, 23 anos, entrou na UFABC em maio do ano passado por meio da reserva de vagas. "Por eu ter feito todo o ensino médio no sistema público, entrei nesse quesito, mas pela pontuação que eu tive teria entrado de qualquer forma", contou o estudante, que no ano anterior já havia prestado vestibular para a Fuvest, Unesp e Unicamp, sem sucesso.
Mesmo sendo beneficiado pelas cotas, ele acredita o sistema não resolve o problema da educação no País. "Diminui um pouco a deficiência que o Brasil tem em relação ao ensino público, mas se as cotas vierem sem um programa de auxílio, não vai dar certo", observa.
A senadora Ideli Salvatti (PT), autora do projeto original, atribui a reserva de vagas ao desequilíbrio existente na Educação no País. Dados do MEC apontam que a cada ano cresce o abismo entre o número de concluintes do ensino médio da rede pública e da rede gratuita. Em 1998, dos alunos aptos a ingressar no ensino superior, 361.800 tinham estudado na rede privada, enquanto 1.174.143 eram da rede pública. Sete anos depois — os dados mais recentes do ministério são de 2005 —, o número de estudantes da rede privada diminui para 302.070, ao passo que o da rede pública saltou para 1.556.545.
Outro lado - Embora favorável ao projeto de inclusão social, a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) se posicionou contrária ao projeto. "Somos favoráveis ao projeto de inclusão social, através da educação superior, mas também defendemos a autonomia das universidades, que está garantida na legislação", argumentou o presidente do órgão, Amaro Lins.
Para Lins, no lugar de contribuir, a reserva de vagas pode ter efeito contrário. "A Andifes está trabalhando intensamente num projeto das evasões das universidades, que, em alguns cursos, chega a 50% devido a falta de preparo dos alunos. Ao colocar um aluno que não consiga acompanhar a turma, ele vai se evadir e a faculdade vai ficar com vagas ociosas", especulou.
Se o projeto for aprovado, as universidades terão quatro anos para se adaptar às cotas.
ALERJ APROVA MUDANÇAS NA LEI DE COTAS
Alerj aprova lei de cotas
JB Online - 03/12/2008
RIO - O projeto de lei 1.774/08, com a nova proposta de Sistema de Cotas para ingresso nas universidades estaduais do Rio, foi aprovado pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (03/12), em discussão única. A proposta substituirá a lei atualmente em vigor, que expira este ano. Além das novidades previstas no texto original, enviado pelo Poder Executivo à Alerj, o projeto ganhou a possibilidade de preenchimento das vagas destinadas ao sistema por alunos aprovados no sistema regular de vestibular, caso haja sobra dentro dos percentuais destinados aos estudantes negros (20%), vindos do ensino público (20%) e portadores de deficiência ou filhos de policiais mortos em serviço (5%). A emenda é do deputado Alessandro Molon (PT), que afirmou que a prerrogativa poderá evitar a existência de vagas desocupadas.
- Soube por professores que algumas vagas destinadas aos cotistas acabaram ficando ociosas, o que é inaceitável no sistema público de ensino. Esta emenda prevê que o problema seja solucionado com a redistribuição das vagas entre os aprovados fora do sistema de cotas - explicou.
Os deputados Domingos Brazão (PMDB) e Flávio Bolsonaro (PP) votaram contra o projeto.
Outra importante emenda incluiu os filhos de policiais, civis e militares, bombeiros militares, inspetores e agentes penitenciários incapacitados entre os beneficiários da cota de 5%, ampliando o alcance da parcela inicialmente destinada apenas aos deficientes e aos filhos de profissionais de segurança mortos em serviço – grupo incluído no projeto original a partir projeto aprovado pela Alerj no último ano. Parte da nova proposta, a ampliação da bolsa-auxílio concedida aos cotistas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo) e Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) também é fruto de projeto de lei aprovado pela Alerj e sancionado pelo governador em abril deste ano. A regra garante o pagamento do auxílio durante todo o tempo de duração do curso, e não apenas durante o primeiro ano, como determinava a lei anterior.
O projeto antecipa que o Governo instituirá, no ano anterior ao fim do prazo de revisão, uma comissão encarregada de avaliar os resultados do programa de cotas. O grupo será presidido pelo procurador-geral do Estado e terá como membros representantes dos órgãos e entidades participantes do programa e da sociedade civil.
VÍDEO SOBRE O TREM DO SAMBA
O trem do samba é um evento que acontece no dia 02 de dezembro, dia oficial do samba, no Rio de Janeiro. Parte da Central do Brasil 8 trens que vão embalados pelo samba até Oswaldo Cruz, onde milhares de pessoas se encontram para celebrar. A festa vai até o dia amanhecer
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
JONGO DA SERRINHA FAZ SHOW/MANIFESTAÇÃO CONTRA BRUTALIDADE POLICIAL

apoio
Crescer e Viver, sempre parceiro de primeira hora doJongo da Serrinha, vai realizarShow de solidariedadedia 18 de dezembro, quinta-feiralocal: Lona de Circo Crescer e ViverRua Benedito Hipólito, s/nPraça Onze
Ingressos: R$10,00Para cooperar com o Grupo Cultural Jongo da Serrinha, você pode assinar um Livro de Ouro aumentando sua contribuição.TRANSFORME SUA INDIGNAÇÃO EM AÇÃOTodas as contribuições são para a nova sede da
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
UMA HISTÓRIA DAS PROFESSORAS NEGRAS "ESQUECIDA"
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